Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Mario Vitor Santos

‘É muito pouco anunciar para os assinantes as vantagens do conteúdo exclusivo se esse limita-se a um item: o Dicionário Aurélio. O iG tem a obrigação de criar um menu de vantagens exclusivas para quem paga pelos serviços, como reclama o internauta Marcelo Abboud:

‘Sou assinante do SuperiG há quase 1 ano e estou pensando em cancelar minha assinatura. Até hoje o único conteúdo exclusivo que usei foi o Dicionário Aurélio, aliás muito bom. Mas por si só não justifica os quase 20 reais mensais. Que outros conteúdos são de exclusividade do assinante SuperiG?’

Um ano e sete meses parado

Recebi a seguinte mensagem do internauta Robson Cunha:

‘Gostaria de receber maiores informações em relação ao conteúdo da revista Harvard Business Review. Ele deixou de ser disponibilizado no portal, sem nenhuma explicação por parte do iG.

Gostaria de receber, tambpem, maiores informações em relação a parceria entre o Portal IG e a Editora Abril. Segundo o site da parceria informa, o internauta ‘encontrará nesta página conteúdos exclusivos, abertos especialmente para quem navega pelo iG’. Quais são esses conteúdos exclusivos, já que não há diferença entre o conteúdo disponibilizado pela Abril entre o site da própria Editora e os conteúdos disponibilizados no UOL e no próprio iG?’

Resposta do Diretor de Conteúdo, Caíque Severo:

‘O conteúdo da Harvard Business Review não é mais publicado no iG desde abril de 2007. A revista deixou de oferecer conteúdo para a internet. O Último Segundo chegou a publicar na época uma nota informando sobre a interrupção do canal.

Sobre os conteúdos da Editora Abril, o iG tem sites-espelho para todas as revistas da Abril. O conteúdo é o mesmo do site original de cada revista. Não há conteúdos exclusivos. A página que o leitor menciona é antiga. O iG não faz mais link para ela. Vamos redirecionar o tráfego que eventualmente chega a ela para a página de revistas.’

Sobre a primeira questão, apesar de não fazer mais parte do iG há mais de um ano, a Harvard Business Review ainda aparece no índice de sites do portal e encaminha para um site totalmente vazio.

Feriado

Recebi as seguintes mensagens dos leitores Ana Lemos e Fabio Guedes apontando erros graves na capa do iG, numa demonstração de inaceitável falta de cuidado:

‘Vocês ainda não voltaram do feriado? A página do iG tá lotada de erros. Primeiro um ‘Comidiinhas’, depois um título errado sobre o resumo da novela da Globo ‘Leo é homossexual’. Não é isso que diz a nota.’

‘A FAVORITA. LEO É HOMOSSEXUAL. Vem cá, são esses ‘excelentes repórteres’ que produzem esse tipo de chamada, que não combina com o bojo do matéria? Antes de tentar produzir material investigativo, é melhor que investiguem a baixa qualidade de texto e informações que são produzidas pelo IG’

Os problemas:

1) título exagerado, inverídico e sencionalista para reportagem de resumo de novela da Globo que não corresponde ao que foi anunciado: ‘Leo é homossexual’.

2) Erro de português em título na capa.

Além disso, o iG destaca a foto abaixo, submersa na penumbra.

Os leitores têm toda a razão de reclamar. Com a palavra o iG.

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iG acerta em cheio em meia-entrada (19/11/08)

Nem só de Obama, Satiagraha, crise financeira, futebol e fofocas de celebridades vive o noticiário. O iG vem se destacando positivamente numa outra área, com reportagens exclusivas e cobertura intensiva. Refiro-me à cobertura da discussão que ocorre no Congresso Nacional sobre a meia-entrada. O portal vem publicando boas reportagens sobre o assunto, tentando ouvir todos os envolvidos, e dando também um certo destaque na capa.

O iG destacou, por exemplo, um post de Mauricio Stycer, na segunda-feira, dia 17, com a posição das entidades culturais que oferecem meia-entrada. No dia seguinte, deu a reportagem da aprovação de venda da meia-entrada pela internet na Câmara. Hoje, o adiamento da votação no Senado.

O ponto alto, porém, é a reportagem de hoje, feita pelo repórter Marco Tomazzoni, em que empresários assumem que valor dos ingressos é o dobro do normal.

Não creio que nenhum dos outros grandes portais noticiosos brasileiros venha acompanhando o assunto tão bem quanto o iG.

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O iG tem que investigar (18/11/08)

Falta jornalismo investigativo no iG. Há um mundo de coisas a descobrir e revelar aos internautas, mas o portal não explora esse potencial indispensável. Não desenvolve um trabalho de jornalismo investigativo com base na apuração e checagem de informações exclusivas sobre a ação de autoridades, órgãos públicos e outras instituições. A investigação é uma área fundamental, confunde-se com uma das definições do jornalismo: vigiar o poder, buscando revelar a corrupção e as outras irregularidades sempre encobertas por interesses que se apoderam da máquina pública. Visa prestar serviço aos cidadãos, mostrando as quadrilhas montadas por grupos que retiram vantagens ilegais em torno dos governos.

O iG não tem nenhuma equipe especialmente dedicada a essa área. Age, como tem sido a tradição da internet no Brasil: aguarda que algum grande veículo, especialmente da imprensa, revele a suposta irregularidade e a partir daí reproduz o que foi apurado. Ou aguarda alguma operação da Polícia Federal (cada vez menos freqüente, por sinal).

Na equipe de jornalismo do iG há, certamente, profissionais com fontes, vontade e faro para desenvolver esse trabalho. Eles, porém, não têm espaço, nem tempo, nem condições para isso. Seu tempo é direcionado para gerenciar, editar, alimentar a rotina da máquina redundante de notícias.

É preciso repensar as prioridades e a alocação de recursos. Não faz sentido que existam recursos materiais e humanos para cuidar de uma variedade tão infinita de temas que o iG oferece todos os dias (de jogos a sexo, de vestibular a fofocas de TV) e que não se canalize algum investimento para uma equipe, mesmo pequena, focada em investigação de casos exclusivos e inéditos. A internet não deve se render à noção que ela seria incompatível com o jornalismo investigativo. Ao contrário, a cultura autônoma e multipolar da web tem tudo a ver com o desafio aos que tiram vantagens do poder e prejudicam o interesse público. Ao mesmo tempo, fazer isso tem tudo a ver com um sentido muito profundo, quase romântico, do jornalismo.

Sites independentes dos Estados Unidos, como publica o The New York Times, vêm realizando investigações com grande impacto. O tom é de independência e apartidarismo, o que no clima polarizado da internet, especialmente nos Estados Unidos, já é uma importante conquista. Fazem isso com investimentos relativamente baixos, distantes dos grandes orçamentos dos departamentos de notícias dos grandes jornais e redes de TV. Um exemplo é o VoiceofSanDiego.org, que, desde 2005, traz conteúdo investigativo feito por jornalistas profissionais. Para eles, a deterioração da grande mídia nos EUA possibilitou a abertura para novas fontes de notícias, assim como um excedente de jornalistas desempregados para entrarem nesse novo mercado. ‘Ninguém comemora o declínio dos jornais’, afirma Andrew Donohue, um dos dois editores executivos do VoiceofSanDiego. ‘Não podemos ser a fonte principal de notícias desta cidade, não a curto prazo. Nós somos somente 11 pessoas’.

Apesar da equipe pequena, a audiência está crescendo graças à publicação de escândalos na administração municipal. Algumas das reportagens revelaram que intendentes municipais recebiam suborno do dono de um clube de strip, que um fundo de pensão mal administrado quase levou a cidade à falência e que este fato foi ocultado por políticos.

Além de San Diego, outras cidades americanas contam com este tipo de cobertura como New Haven, the Twin Cities, Seattle, St. Louis e Chicago. Os maiores sites independentes de notícias, MinnPost em Twin Cities e o St. Louis Beacon, alcançam 200.000 visitantes em um mês.

O presidente do site, Buzz Woolley, afirma que ‘informação é hoje tanto um serviço público quanto uma commodity. O jornalismo deveria ser pensado do mesmo jeito que a educação, saúde. É uma das coisas que você precisa para operar uma sociedade civil, e o mercado não tem feito isso muito bem’.

A inovação na internet muitas vezes surge desses grupos independentes. Não há razão alguma para que fique apenas em iniciativas menores. O iG tem um pequeno, mas excelente grupo de repórteres-blogueiros – colunistas que poderia ser também orientado para a investigação.

Para a redação do Último Segundo, a criação de um grupo de jornalismo investigativo serviria para dar uma meta em direção à excelência. Qualquer instituição deve procurar extrair o melhor de seus profissionais como forma de dar sentido e um objetivo para a sua evolução. O efeito multiplicador de um grupo de investigadores é muito maior do que o investimento gasto na sua manutenção.

Grandes portais podem e devem assumir suas obrigações com o público numa escala mais ampla e zelar pela promoção dos valores do jornalismo no mundo transformado da internet. Não porque o jornalismo investigativo seja bom em si, mas porque isso é bom para o público, para o melhoramento do governo e para a democracia.

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Galeria de imagens: exemplos para mudança iG (17/11/08)

A galeria das fotos do Último Segundo poderia ser uma das mais exuberantes do iG em termos visuais. Ocorre, infelizmente, o oposto. A área de fotos é uma das mais mal-cuidadas e feias de todo o portal. O layout é pobre, o tamanho reduzido, a informação é confusa. Dificilmente se poderia criar uma associação de atributos mais infeliz para aproveitar potencial tão promissor. Já escrevi sobre uma das providências mais urgentes a serem adotadas nesse campo. O iG precisa urgentemente da criação de uma editoria ou área de edição fotográfica.

Bons exemplos a seguir não faltam. Basta consultar o blogueiro Ricardo Lombardi. Ele destaca no seu ‘Desculpe a Poeira’ dois bons exemplos de galerias de fotos: a do Wall Street Journal e a do Boston Globe.

Com páginas mais simples do que as do Último Segundo, os dois sites exploram as fotos em maior tamanho e, por se tratarem de galerias, de muito maior beleza. Não há uma ‘meta’ para o número de fotos, ao contrário do que parece acontecer no US, onde várias fotos são colocadas para ‘preencher espaço’.’