Um dia depois de o governo chinês ter dito que permitiria a visita de turistas ao Tibete, após mais de um mês de proibição, o Dalai Lama fez um apelo à China para que jornalistas também tenham acesso ao local. Em uma conferência em Nova Déli, para o 50º aniversário da sua chegada à Índia como exilado, o líder espiritual budista do Tibete acusou a China de encobrir a opressão violenta de seis milhões de tibetanos.
Dalai Lama ainda criticou a censura da exibição de um vídeo que mostra policiais chineses agredindo um tibetano, que morreu por conta dos ferimentos. A China, por sua vez, acusou o governo tibetano exilado de fraudar o vídeo e o bloqueio no YouTube, onde as imagens estiveram disponíveis. Aliados de Dalai Lama, que garantem a autenticidade das imagens, afirmaram que membros da família da vítima – que se chamava Tendar – desapareceram. Ele trabalhava na empresa China Mobile Limited. A Xinhua, agência de notícias oficial da China, afirmou que Tendar foi agredido após atacar um policial com uma faca, tendo morrido de uma doença não identificada e não por conseqüência da agressão.
‘Se as condições do Tibete fossem realmente boas, não haveria razão para expulsar todos os estrangeiros, turistas e profissionais da mídia’, afirmou Dalai Lama. Em março, 10 repórteres de organizações de mídia internacionais que tentavam visitar a região foram detidos pelo governo, segundo informou o Clube de Correspondentes da China.
O território do Tibete foi anexado pela China em 1951. No último ano, houve um conflito entre soldados e policiais chineses e manifestantes que protestavam pela autonomia da região. O governo acusa os tibetanos de dividir a China. Informações de James Rupert [Bloomberg, 31/3/09].