O tráfego de internet na Suécia caiu 33% em um dia por conta de uma nova lei antipirataria, implantada em 1/4. A nova política permite que detentores de direitos autorais obriguem na justiça provedores de internet a revelar detalhes de internautas que compartilham arquivos ilegalmente. A lei é baseada nas Diretrizes de Reforço aos Direitos à Propriedade Intelectual da União Européia. De acordo com dados da agência de estatísticas do governo sueco, 8% da população do país compartilha arquivos conhecidos como ‘peer-to-peer’.
Christian Engstrom, vice-presidente do Partido Pirata sueco, afirma que a queda no tráfego é resultado direto da nova lei, mas acredita que este efeito seja apenas temporário. ‘A experiência de outros países sugere que, enquanto o compartilhamento de arquivos diminui no dia em que a lei é aprovada, depois começa a subir de novo. Isso acontece porque as pessoas levam algumas semanas para bolar como mudar seus controles de segurança para voltar a trocar arquivos anonimamente’, explica. O Partido Pirata é um partido criado na Suécia, mas que hoje existe em vários países. Ele defende a reforma das leis de propriedade intelectual.
Engstrom concorda, entretanto, que a nova legislação deverá assustar um bom número de internautas e que as chances de ser pego compartilhando arquivos ilegalmente aumentaram, mas ressalta que os riscos para quem o faz ainda são pequenos. ‘Estimamos que haja dois milhões de computadores que compartilham arquivos na Suécia, então ainda que mil pessoas sejam pegas para dar o exemplo, o risco ainda é pequeno’.
Para ele, a nova lei é um ‘desastre’ não apenas para os internautas que compartilham arquivos, mas para toda a Suécia. ‘Lidar com o compartilhamento ilegal é trabalho da polícia. São eles que devem aplicar a lei. Agora, deram a empresas privadas o direito legal de ir atrás de civis. Não é assim que democracias ocidentais funcionam’.
As ações para caçar os compartilhadores de arquivos ilegais já começaram. Editoras de livros foram ao tribunal no primeiro dia da lei para tentar descobrir a identidade de um internauta que, dizem, tem mais de três mil áudio-livros em seu servidor. ‘Em duas semanas, saberemos quem é o dono deste IP. Podemos não fazer nada, pedir para ele parar ou processá-lo por danos. Não faremos isso com violadores pequenos, apenas com os ‘peixes grandes’’, diz Kjell Bohlund, presidente da Associação de Editoras Suecas. Informações da BBC News [2/4/09].