No 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, descreveu – em artigo no diário polonês Gazeta Wyborcza – como ‘imoral’ o pacto de não-agressão entre a Rússia e a Alemanha nazista, que abriu caminho para a invasão da Polônia e é visto como o estopim da guerra. O político também reconheceu que o massacre de milhares de soldados poloneses pelo Exército Vermelho da União Soviética em uma floresta perto da cidade de Katyn despertou fortes emoções na Polônia. Em outro artigo no mesmo jornal, o ministro do Exterior da Polônia, Radoslaw Sikorski, ressaltou a falta de liberdade no país durante o período de ocupação soviética.
A tentativa de Putin de reduzir as tensões entre seu país e a Polônia via jornal foi amplamente bem-vista pela mídia dos dois países, noticia a BBC News [1/9/09]. A Polônia foi um dos países com mais mortes na Segunda Guerra, concentrando a maior parte dos campos de concentração nazistas. ‘Putin disse as palavras que os poloneses queriam ouvir há muito tempo. É a primeira vez que ele condena publicamente o pacto. Um recomeço nas relações entre os dois países será benéfico para ambos’, analisou Andrey Terekhov no jornal russo Nezavisimaya Gazeta.
Críticos, entretanto, acreditam que o premiê poderia ter ido além e pedido desculpas pelos crimes cometidos pela ex-União Soviética contra os poloneses. ‘Este artigo não é suficiente. Para o líder do grupo parlamentar Lei e Justiça (PiS), Przemyslaw Gosiewski, deveriam ter sido publicadas desculpas’, escreveu Piotr Zychowicz no polonês Rzeczpospolita.