O governo iraniano libertou, sob fiança, o repórter Maziar Bahari, da revista Newsweek, preso por quase quatro meses após as controversas eleições presidenciais de junho. Bahari, que tem dupla cidadania iraniana e canadense, estava entre os mais de 100 prisioneiros enquadrados em um julgamento coletivo, em um esforço das autoridades para silenciar os protestos da oposição que acusam o presidente Mahmoud Ahmadinejad de fraude no pleito.
Os líderes da oposição afirmam que as tentativas do governo para impedir o debate público sobre uma reforma democrática não irão funcionar. Logo após a eleição, quando milhares de iranianos tomaram as ruas da capital, Teerã, as autoridades impediram a cobertura da imprensa e acabaram prendendo dezenas de figuras políticas reformistas acusadas de incentivar os protestos. Pelo menos três pessoas já foram sentenciadas à morte no julgamento coletivo.
A oposição chama o julgamento de ‘show ridículo’, e alega que as confissões de culpa dos réus foram obtidas sob coação. Bahari, por exemplo, acabou afirmando que a mídia ocidental teria tentado manipular os eventos ocorridos no país após o pleito e pediu perdão ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Como os outros réus, o jornalista não teve direito a um advogado e não foram anunciadas acusações específicas contra ele. A NewsWeek comemorou a soltura de Bahari com uma declaração em seu site. Informações de Ali Akbar Dareini [Associated Press, 17/10/09].