O jornalista iraniano Saeed Laylaz, conhecido no país por seus pontos de vista críticos ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi sentenciado a nove anos de prisão por incentivar o tumulto popular após as eleições presidenciais de junho passado.
Laylaz é editor do diário Sarmayeh, proibido no país no mês passado, e foi condenado por participar de ‘encontros ilegais’ e por posse de informações confidenciais. O advogado do jornalista, Mahmoud Alizadeh-Tabatabaie, afirmou ter recebido o veredicto apenas verbalmente e explicou que, assim que o recebesse por escrito, teria 20 dias para apelar da decisão.
O pleito de junho, que reelegeu o linha-dura Ahmadinejad, foi seguido de violentos protestos em Teerã. Os manifestantes, que denunciavam fraudes nos resultados da eleição, foram duramente repreendidos pela polícia; jornalistas foram impedidos de cobrir os protestos, e correspondente estrangeiros foram expulsos do país. Em outros julgamentos de pessoas acusadas de liderar os protestos, pelo menos cinco pessoas receberam sentença de morte.
A jornalista Hengameh Shahidi, que atuava como consultora do candidato presidencial derrotado Mehdi Karoubi, foi sentenciada recentemente a seis anos de prisão. Ela foi condenada por agir contra a segurança nacional, perturbar a ordem pública, liderar revoltas populares e conceder entrevistas à TV britânica BBC, classificada pelas autoridades iranianas de ‘anti-revolução’. Já Shahpour Kazemi, cunhado de Mirhossein Mousavi, outro candidato derrotado por Ahmadinejad, foi sentenciado a um ano de prisão. Informações da Reuters [2/12/09].