LIBERDADE DE IMPRENSA
Repórteres sem Fronteiras critica País
‘A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras mandou uma carta aberta ao governo brasileiro para pedir a intervenção federal em alguns casos que envolvem liberdade de expressão – entre eles a censura imposta ao Estado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF). São citados, também, o caso do jornalista Antônio Muniz, comentarista de TV e colunista do jornal O Rio Branco, preso no Acre por supostas ofensas ao senador Tião Viana (PT), e de dois blogs tirados da internet por ordem judicial.
Na correspondência, assinada pelo secretário-geral Jean-François Julliard e endereçada aos ministros Tarso Genro (Justiça) e Hélio Costa (Comunicações), a ONG denuncia que o jornalista acreano está preso em Rio Branco com base na Lei de Imprensa, extinta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio deste ano.
O documento também condena a censura ao Estado, a partir de liminar obtida pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) e deplora a proibição de circulação dos blogs www.prosaepolitica.com.br, da jornalista Adriana Vandoni, e do www.paginadoenock. com.br, de Enock Cavalcanti, pela Justiça de Mato Grosso, a pedido do deputado e presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva (PP), que teria sido criticado pelos jornalistas. A mordaça ao Estado é citada com destaque na carta, em uma crítica à decisão do TJ-DF, que determinou o envio do processo à Justiça do Maranhão.
‘Transferir o processo para um tribunal do Estado do Maranhão, cuja governadora, Roseana Sarney, é irmã de (Fernando) Sarney, leva a um flagrante conflito de interesses’, afirma Julliard na carta. Fernando, que entrou com a liminar pedindo censura ao Estado, foi investigado pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica e indiciado por vários crimes.
Os casos, para a ONG, representam ‘um ataque direto ao princípio da liberdade de expressão e opinião consagrado na Constituição democrática de 1988’.Depois de ser condenado a um ano de prisão, em 2002, sob a acusação de difamar Viana em um artigo de 1999, Muniz conseguiu que a pena fosse suspensa. Na quarta-feira, entretanto, foi preso.
AVANÇOS
A ONG reconhece que houve avanços em termos de liberdade de imprensa no Brasil, mas isso ainda não se refletiu nos Estados e na Justiça. ‘A soberania dos Estados individuais em um sistema federal só é aplicável enquanto princípios constitucionais fundamentais não sejam violados’, afirma a ONG no documento.
Procuradas, as assessorias dos ministros Tarso Genro e Hélio Costa não retornaram aos telefonemas.’
BOLÍVIA
‘Lágrimas diante das câmeras de TV. Depois, uma demonstração de habilidade com a bola de futebol. E, no fim, o pedido: ‘Eu só queria uma casa para morar.’ O apelo foi transmitido ontem pela rede Uno, uma das maiores TVs da Bolívia. O personagem em questão era filho do presidente Evo Morales.
Álvaro tem 15 anos e é um dos dois filhos reconhecidos (de mães distintas) que o presidente boliviano tem sem nunca ter se casado. As imagens, divulgadas na semana das eleições, irritou Evo, que mantém relações tensas com a imprensa boliviana.
O presidente mandou dizer, por meio de seu porta-voz, Iván Canelas, que estava sendo vítima de uma armação. Evo prometeu ainda que tomaria medidas judiciais contra a rede de TV.
Ele usará como base para o processo judicial o Artigo 10 do código boliviano de proteção à criança e ao adolescente. O documento prevê que não se pode identificar por nome ou imagens menores de idade em reportagens, a não ser com determinação de um juiz competente. No caso, Álvaro teve autorização de sua mãe para dar a entrevista, mas, segundo o governo, isso não seria o suficiente. O filho do presidente vive em um único quarto, que divide com a mãe e duas irmãs, em Cochabamba. Segundo o rapaz, Evo havia prometido uma casa para a família.
O presidente, no entanto, nunca cumpriu a promessa com a desculpa de que não tinha dinheiro. Na versão editada, que foi parar no YouTube, há dois recibos que mostram que Evo teria comprado dois carros de luxo de cerca de R$ 150 mil na mesma época.
Ao final da versão divulgada na internet, Álvaro termina a entrevista com uma mensagem: ‘Como ele pode ser um bom líder se não é um bom pai?’ No vídeo original, porém, o filho do presidente diz que ‘seu pai e sua mãe valem ouro’ para ele.’
MÍDIA NOS EUA
Briga entre TV e web volta à tona
‘Ao preparar sua filha para a faculdade, Anne Sweeney insistiu em que a televisão devia estar entre os acessórios do futuro dormitório da garota. ‘Mãe, você não entende. Não preciso dela’, respondeu a filha de 19 anos, dizendo que podia assistir tudo que quisesse no seu computador, sem nenhum custo.
Isso irritou Sweeney, que é presidente do Disney-ABC Television Group. ‘Você vai ter uma televisão nem que eu tenha que pregá-la na sua parede’, disse à filha, segundo comentários que fez num evento da agência Reuters esta semana. ‘Você tem de ter uma.’ Mas ela, na verdade, não tem.
Durante 60 anos, só se podia assistir TV de uma maneira: num aparelho de TV. Agora, porém, milhões assistem programas como Grey’s Anatomy sob encomenda e online, em sites da internet como o ABC.com, de Seewney, e na central de distribuição de vídeos mais popular da web, Hulu.com.
A maneira como as pessoas assistem TV sob encomenda – e se elas deveriam pagar pelo privilégio – é uma questão crítica no acordo marco, anunciado na quinta-feira, que dará à Comcast o controle da NBC Universal. No acordo, a Comcast se tornará coproprietária do Hulu.
Imitando emissoras rivais, a NBC se apressou em colocar seus programas populares na web anos atrás, na esperança de conseguir um pedaço do crescente mercado de publicidade online e compensar a perda de audiência.
Os espectadores acorreram aos montes, mas a receita publicitária não se materializou conforme o esperado. Ao colocar online episódios da TV, ‘o setor está literalmente jogando fora dinheiro e conteúdo de primeira’, disse o presidente executivo da Warner Brothers, Barry M. Meyer, num pronunciamento em outubro.
A Comcast, maior operadora de cabo dos EUA, já vem usando seu poder considerável para limitar quantos programas estão disponíveis online, para as pessoas não pensarem que podem cancelar suas dispendiosas assinaturas de cabo e assistirem online gratuitamente. Agora, a companhia – que, após o acordo com a NBC, possuirá uma parte do maior site que ameaça reduzir seus negócios centrais – está procurando maneiras de cobrar pelo acesso generalizado a programas.
Com milhões assistindo hoje TV em seus computadores, as companhias de mídia conseguirão recolocar o gênio Hulu na garrafa? O esforço de companhias de TV para preservar seu modelo publicitário enquanto oferecem a consumidores a opção – que o presidente da Comcast chamou, em entrevistas na quinta-feira, de ‘mídia em qualquer tempo, em qualquer lugar’ – espelha os esforços de companhias de jornais, revistas e rádio para arrancar mais dinheiro da mídia digital. Mas todos estarão enfrentando hábitos arraigados.
‘Quem romper a experiência do consumidor, arranjará um problema’, adverte Mike Kelley, um sócio da PricewaterhouseCoopers.
Stephen B. Burke, diretor operacional da Comcast, recentemente chamou os vídeos pela internet de ‘maior movimento social jamais visto’. ‘O consumo de vídeo online está muito acima do normal’, disse, numa conferência.
A NBC e a News Corp., dona da Fox, formaram conjuntamente o Hulu em 2007. Mais tarde, a Disney entrou na sociedade. No Hulu e sites como ele, episódios de TV são acessíveis a qualquer momento, geralmente um mês apenas após a estreia; as imagens são cristalinas, e os intervalos comerciais, curtos.
O Hulu atrai atualmente mais de 40 milhões de visitantes por mês e, em outubro, cerca de um bilhão de minutos de episódios integrais e clipes de vídeo curtos foram vistos. Mas, apesar disso, executivos admitem que o site não é lucrativo ainda. A corrida para ‘levar nosso conteúdo a espectadores onde, quando e como eles o quiserem’ foi bem intencionada, disse Meyer, em outubro, mas está ‘solapando o modelo de negócios básico – ao tornar nosso conteúdo menos valioso para as pessoas que estão realmente pagando por ele.’ Em resposta, a Comcast e outras operadoras estão atarefadas criando os chamados sistemas de autenticação, que permitirão que os assinantes acessem pela internet um bufê de programas – mas que deixarão de fora pessoas que não pagam pelo cabo.’
TELEVISÃO
Rede tem material gravado do locutor
‘Lombardi se foi, mas o espaço ocupado por sua voz virou um problemão no SBT. Literalmente. Parte atuante do Programa Silvio Santos, Lombardi tinha grande participação nos programas e propagandas da Tele Sena, no Roda Roda Jequiti e, vez ou outra, nas chamadas da programação.
O mais cotado para assumir a vaga, até aqui, é Luiz Ricardo, cantor/ apresentador/ ex- Bozo, que já faz alguns programetes da Tele Sena na emissora. Celso Portiolli também foi cotado, por sua experiência com locução, mas está exposto demais no comando do Domingo Legal.
O filho de Lombardi, Luiz Fernando, que também trabalha como locutor e tem um timbre parecido com o do pai, foi sugerido para a vaga.
A ideia, a princípio, é manter no ar gravações feitas por Lombardi e repeti-las sempre que necessário. O locutor deixou material gravado que deve abastecer a emissora até o fim de janeiro.
A contratação de um novo locutor já é cogitada, mas só para fevereiro. Por enquanto, a solução será caseira mesmo. Já Silvio Santos não deve tão cedo encontrar alguém com quem troque figurinhas no ar.’
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