Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Enfim, futebol

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


Enfim, futebol. Depois de 15 dias de irrelevâncias, fofocas, apresentadoras rindo à toa, para estimular falsas euforias, a bola começou a rolar. O que foi dito até agora praticamente não vale nada. Estamos na estaca zero.


Ainda bem. Mesmo que os jornais de hoje já estejam velhos, vale a pena lembrar o que disseram. Ronaldinho foi mesmo o grande astro? E Cafu, foi abatido pela conspiração italiana? E por que Kaká, o nosso salvador, não estava nas primeiras páginas de hoje? No caso de Ronaldo, a mídia tinha razão em insistir a respeito da sua forma física ou foi justamente esta pressão que o anulou psicologicamente e o levou ao banco dos reservas?


É preciso não esquecer que a Copa do Mundo é o maior evento programado do calendário mundial, diga-se, para a mídia. Sem a mídia mundial não existe Copa do Mundo. Quem levou aquela legião de entusiasmados croatas hoje ao Estádio Olímpico de Berlim não foi a TV Globo, mas a mídia croata e européia.


Então cabe perguntar: precisávamos assistir ontem no Jornal Nacional àquela choradeira de Zagallo? Aquilo foi jornalismo ou foi exorcismo? Foi trabalho de central globo de jornalismo ou realização do departamento de teledramaturgia?


Enfim, futebol. O que vai importar agora será o desempenho dos jogadores em campo. E, principalmente, a palavra dos experientes comentaristas esportivos. Chega de abobrinhas e moranguinhos.