COMUNICAÇÃO
Redes sociais se tornaram ferramentas de massa
‘As redes sociais deixaram de ser ferramentas de comunicação de nicho para se tornarem de massa. Nesse cenário, o Facebook alcançou uma supremacia em âmbito mundial, tornando-se a maior rede social, com os seus 350 milhões de usuários e 55 millhões de atualizações por dia.
Esse é um dos principais eixos do relatório/dossiê sobre redes sociais publicado pela revista Economist. O documento tem vários pontos que achei interessante:
1) A supremacia do Facebook não seria causada somente pela rede social ter absorvido o conceito econômico de ‘efeitos da rede’ – o valor que um usuário dá a um produto depende de quantas outras pessoas o estão usando -, mas também pela tecnologia.
Ou seja, desde o início, a própria infraestrutura tecnológica do Facebook seria superior em relação aos concorrentes, o que, em parte, garantiria o sucesso e a capacidade da rede social em trabalhar com uma avalanche crescente e diária de conteúdo (por mês, 2,5 bilhões de fotos são publicadas. Engenheiros do Facebook teriam quintuplicado a capacidade do memcached, sistema de cache de memória utilizado pela rede social).
2) Sobre as diferenças entre Facebook e Twitter. O serviço de microblogging mostra o poder do texto na comunicação, enquanto o Facebook demonstra o da multimídia. Além da própria dinâmica (o Twitter é mais próximo do broadcasting – um fala e uma grande quantidade escuta), o conteúdo trafegado nos dois sites é diferente. O Facebook é bem mais multimídia.
3) E para o futuro das redes sociais, o relatório prevê ‘plataformas inteligentes’ e a dobradinha mobile e geolocalização (Foursquare?)
O relatório tem 16 páginas e traz bastante do que já é comentado em bons blogs e eventos na área. Faz parte de uma lista de dossiês que a Economist publica todo ano (a agenda de publicação pode ser vista aqui. Um dos próximos será sobre TV).’
CONTEÚDO PAGO
Em 3 meses, site consegue apenas 35 assinantes
‘Está causando burburinho nos blogs gringos de mídia a informação de que o ‘paredão de conteúdo pago’ do jornal novaiorquino Newsday não funcionou. Em 3 meses, logo após aplicar o sistema de cobrança, o site do jornal conseguiu apenas 35 assinantes.
A pergunta imediata é – o suposto fracasso do Newsday seria um alerta para o NYTimes, que pretende adotar um modelo de cobrança em 2011? A priori, eu acredito que não.
Primeiro, o modelo de cobrança que o NYTimes quer aplicar é diferente do Newsday.
Não fecha o conteúdo. O NYTimes, na realidade, segmenta a audiência de acordo com a ‘fidelidade’ e o ‘valor’ que cada um dá às informações do jornal. Deixa de tratar igual os desiguais. A partir disso, gera receita.
Quem usa mais paga mais, mesmo modelo que a Google aplica no Gmail e no Google Apps.
Segundo, um ponto importante. Diferente do NYTimes, o Newsday é apenas pedaço de uma operação multimídia maior, que é a Cablevision, dona do jornal. Usuários do serviço de internet da Cablevision já são automaticamente assinantes do Newsday e, claro, não entraram nessa estatística de 35 assinantes em 3 meses.
Enfim, não dá para comparar o modelo do Newsday com o que o NYTimes pretende adotar.’
TABLET
iPad: Apple entende que o futuro é agnóstico
‘As profecias estavam certas. Era um tablet. A Apple anunciou nesta quarta-feira o lançamento de seu aguardado gadget – o iPad. Tela sensível de 24,6 cm, bateria de 10 horas, Wi-fi, 3G, Bluetooth. Possibilidade de assistir a filmes, ouvir música e, claro, navegar na internet.
A interface e as funções são muito parecidas às do iPhone. A diferença é que você não pode enviar mensagens de texto nem fazer chamadas (atualização: na sexta-feira, a Apple anunciou que será possível fazer chamadas por meio de aplicativos que utilizam a tecnologia VoIP)
Confesso que fazia tempo que eu não via tanto hype em torno do lançamento de um gadget. A última vez foi no lançamento do iPhone em 2007.
Esse burburinho em torno do lançamento não é uma questão apenas de RP, que a Apple sempre dominou muito bem, simboliza também o quanto a computação pessoal e a cultura digital estão inseridas entre nós. O lançamento de um computador consegue mobilizar milhares de jornalistas e autores de blogs. Mobiliza pessoas. Algo inimaginável há alguns anos.
E, longe das especificações técnicas, esse lançamento representa o quanto a Apple entendeu que o futuro é agnóstico em relação a dispositivos.
Uma das características mais poderosas da internet é o fato dela poder ser acessada de qualquer lugar. Ela pode estar em todos lugares. Até alguns anos atrás, isso era apenas um conceito.
Tínhamos as tecnologias para isso – banda larga e cloud computing, mas faltavam os dispositivos. A Apple parece ter percebido isso e está trabalhando nesses dispostivos, mas dentro de uma ideia de coexistência. Dessa forma, nos empurra para um futuro agnóstico.
Com o iPhone, a Apple trouxe efetivamente a internet para o celular (é o celular que proporciona a melhor navegação, não há dúvidas) e agora busca trazer a internet realmente para a mesa de café, a cozinha, o quarto. O iPad é o meio termo entre o celular e o laptop.
É aquele dispositivo que não é mobile, mas é portátil e flexível (quase o tamanho de uma revista), você pode levar para quase qualquer lugar, sem as limitações de tela de um celular nem o desconforto de um laptop.
Para mim, daqui para frente, após a poeira baixar, o interessante será acompanhar todo o desenvolvimento em torno do gadget. Certamente surgirão diversos aplicativos para o iPad.
O lado ruim será ter que ler artigos afirmando que o iPad vai salvar, de uma hora para outra, a mídia impressa. Como se o iPad não fosse um gadget, mas uma tábua de salvação.’
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