Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Brasil, árabes e judeus

É claro que não estou falando de guerra. Mesmo porque nosso povo só tem uma a fazer: a guerra implacável contra a corrupção, que nós dizemos vir de cima, mas, se olharmos bem a fundo e com toda sinceridade, ela brota de princípios mal alicerçados que permeiam todo o modo de pensar e agir de muitos de nós – princípios bem resumidos nos já famigerados ‘jeitinho brasileiro’, ‘levar vantagem em tudo’ ou ‘você sabe com quem está falando?’.

Muito pelo contrário, estou falando de paz; paz que o Brasil faz existir entre árabes e judeus. Impossível? Não, não. Veja a página E 16 da edição de segunda-feira (19/6) do Estado de S.Paulo: ‘Árabes e judeus, unidos por uma paixão’. Que paixão é essa? Nada mais, nada menos que o Brasil.

Vitória antecipada

Pois é isso mesmo. Durante o jogo de Brasil e Austrália, além dos 180 milhões de brasileiros, torceu pelo Brasil um grupo formado por israelenses e palestinos que assistiram ao jogo num telão armado – acredite! – ‘ao lado do muro que Israel constrói sob alegação de querer evitar ataques terroristas, e que os palestinos qualificam de ‘muro do apartheid’’.

E isso não é coisa que embarca na onda do favoritismo da seleção brasileira para esta Copa. Já na Copa de 2002, ainda segundo o Estadão, ‘o Exército israelense parou uma ofensiva contra militantes palestinos na Cisjordânia para que tanto os soldados israelenses quanto a população palestina pudessem acompanhar os jogos’. E agora, ‘quem decretou trégua nos ataques a Israel foi Zacharia Zubeidi, líder da temida facção extremista palestina Brigada dos Mártires de Al-Aqsa’.

Quem dera o mundo parasse de fabricar armas e munições e fabricasse mais bolas de futebol. Para mim, independentemente do resultado dos jogos, o Brasil já ganhou a copa.

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Aposentado, Guaratinguetá (SP)