Jornalistas do Curdistão, região autônoma no norte do Iraque, cobrindo a campanha para as eleições gerais iraquianas no dia 7/3 vêm sendo ameaçados, intimidados e sofrendo violência física, alertou a Repórteres Sem Fronteiras. Um dos jornais da região curda publicou, na semana passada, uma capa em branco apenas com a manchete: ‘Vocês têm armas, nós temos canetas’. Já o bisemanal Hawlati publicou uma carta aberta ao presidente iraquiano Jalal Talabani, pedindo pelo fim dos ataques a jornalistas. ‘Você deve intervir para parar os ataques contra repórteres independentes, processar os que ameaçam a mídia e permitir que a imprensa faça o seu trabalho’, escreveu o editor-chefe Kamal Rauf.
Um dos jornalistas do Hawlati foi atacado e teve seu equipamento confiscado por homens não identificados perto dos escritórios do partido do presidente, o União Patriótica do Curdistão. Rauf já teria entrado em contato com o primeiro-ministro regional, Barham Salih, que prometeu uma investigação.
No dia 19/2, dois repórteres que trabalhavam para a rede de TV Speda, que pretence ao partido de oposição, foram atacados na capital regional Arbil. Um dia antes, o editor do Hawlati, Ara Ibrahim, e um jornalista da revista Livin e da emissora de TV Goran, foram atacados em Sulaimaniyah. Para Ahmad Mira, editor da revista política Lafine, os ataques demonstram que os dois principais partidos, o do presidente iraquiano e o Partido Democrata do Curdistão, do presidente regional Massud Barzani, consideram jornalistas inimigos.
A comissão de eleição impôs que ninguém fique nas ruas após as nove da noite na província de Sulaimaniyah, depois que diversos incidentes violentos ocorreram. O local tem sido foco de tensão entre os partidos rivais curdos. Informações da AFP [26/2/10].