CAMPANHA
‘A Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais (PRE-MG) pediu que o blog ‘Voto Anastasia’ seja retirado do ar por realizar propaganda eleitoral antecipada em favor do pré-candidato ao governo do estado pelo PSDB, Antônio Anastasia.
O blog já foi desativado, mas existe uma cópia armazenada no Google. Nela é possível conferir o objetivo do site. ‘Amigos de Anastasia que querem trabalhar em prol de sua campanha para o Governo de Minas Gerais por acreditar que ele é sem dúvida a pessoa mais preparada para suceder Aécio Neves’, está escrito, com destaque, na página principal.
Para os procuradores, o nome e os objetivos do site mostram ‘cristalina ocorrência de propaganda eleitoral fora do prazo autorizado pela lei’.
A propaganda eleitoral só é permitida a partir do dia 06/07. A procuradoria também pediu que o Google, onde o blog foi armazenado, forneça os dados do responsável pelo site para que ele possa ser responsabilizado.
Com informações do Ministério Público Federal.’
PT representa contra PSDB, que registra site tucanalha.com.br
‘Antes de a disputa eleitoral começar oficialmente, a internet virou palco de batalha entre os dois principais pré-candidatos à Presidência. Nesta quinta-feira (29/04), o tesoureiro do PSDB e coordenador da campanha de José Serra na internet, Eduardo Graeff, registrou o domínio tucanalha.com.br.
De acordo com informações do site Who.is, o domínio está em nome do Instituto Social Democrata. A assessoria do partido confirma que Graeff registrou o site, mas não informa os motivos. Provavelmente, para evitar que petistas utilizassem o nome.
O tesoureiro do PSDB também é responsável pelo registro do domínio petralhas.com.br. Por esse site, o PT ingressou, nesta sexta-feira (30/04), com uma representação na Procuradoria Geral da República contra Graeff.
‘O site www.petralhas.com.br foi registrado pelo Sr. Eduardo Graeff, Tesoureiro do PSDB e Conselheiro do Instituto Social Democrata, com a intenção flagrante de atacar o Partido dos Trabalhadores’, diz a representação.
O PT também questiona, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o blog gentequemente.org.br, criado e administrado por colaboradores do PSDB. De acordo com a representação, o site faz propaganda eleitoral antecipada e negativa.
‘PT avisa que vai me por no pau por causa do gentequemente.org.br. Vou sonhar com camburão. ‘Acorda amor!’, escreveu Graeff em seu perfil no Twitter, com um link para a canção de Chico Buarque.’
Izabela Vasconcelos
PT pedirá ao Ministério Público que retire site ligado ao PSDB do ar
‘O PT anunciou em seu site que entrará com uma representação contra o PSDB no Ministério Público Eleitoral, por propaganda eleitoral negativa antecipada. O partido pede que a Justiça investigue o site ‘gentequemente.org.br’, ligado ao PSDB, e retire a página do ar. Segundo o PT, o site desqualifica a pré-candidata Dilma Rousseff e alimenta o ‘jogo sujo’ na internet.
O site ‘Gente que Mente’ está registrado em nome do próprio PSDB. O PT também contesta o site ‘petralhas.com.br’, que está desativado, mas é registrado em nome de Eduardo Graeff, um dos coordenadores da campanha de José Serra.
‘Estão usando o site para nos atacar, ele é agressivo, tem um tom ofensivo. É um crime. O racional era conversarmos, mas não tendo outra saída, vamos resolver na Justiça’, afirmou André Vargas, secretário de comunicação do PT. O deputado disse também que sites como este ‘assassinam reputações’.
Em resposta, Graeff publicou na página que o PSDB não faz ‘guerra suja’, e que o site foi criado para desmentir boatos sobre os tucanos e denunciar mentiras dos petistas.
‘O ‘Gente que Mente’ foi criado pelo PSDB para desmentir os boatos sobre privatizações, Bolsa Família, ameaças ao funcionalismo público e tantas outras baixarias inventadas contra o partido. E para denunciar as mentiras, bravatas e falsas promessas com que políticos sem escrúpulos tentam iludir o povo. ‘O Gente que Mente’ existe para repor a verdade. Só quem pode se sentir incomodado com isso é gente que mente’.
O PSBD aguarda a notificação e só irá se manifestar após avaliar o documento.’
INTEGRAÇÃO
Sindicato questiona integração de Redações na Folha
‘O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo criticou as recentes mudanças no jornal Folha de S. Paulo, que integrou as Redações online e imprensa. De acordo com a entidade, a empresa não poderia ter feito a transição sem antes consultar o sindicato.
A entidade diz que questões precisam ser debatidas, porque acreditam que a mudança implica em ‘sobrecarga de trabalho’. ‘Esse assunto deve ser discutido porque os jornalistas não podem ser tratados como máquinas. Tratam como uma mera questão organizacional, mas é algo que afeta a vida dos profissionais’, afirmou o presidente do sindicato, José Augusto Camargo, que diz que a mudança também implica na questão de direito autoral, já que os textos de um mesmo repórter podem ser aproveitados no impresso e no online.
Camargo disse que foi procurado por profissionais do jornal que apresentavam dúvidas em relação à integração das Redações. Depois disso, conversou com a Folha sobre a questão. A empresa respondeu que se tratava de ‘uma estratégia empresarial’ e que o sindicato não precisa ser consultado em questões internas do Grupo.
Agora o sindicato pretende realizar uma reunião interna para discutir o assunto e propor soluções para os questionamentos dos jornalistas.’
TRIBUNAL
Jornalista acusa Sempre Editora de perseguição e injúria
‘O jornalista Ílson Lima pretende entrar com uma ação contra a Sempre Editora, por injúria e difamação. Lima diz que os jornais da empresa o perseguem ao citá-lo como um dos envolvidos no esquema de Frederico Flores, suspeito de fraudar empresas e de torturar e assassinar dois empresários em Belo Horizonte.
Acusações
A Sempre Editora é responsável pela publicação dos jornais O Tempo, O Tempo/Betim e Super Notícia. Nas edições da última semana, os veículos afirmam que Lima era o editor chefe do jornal Betim Já, de propriedade de Flores. Segundo O Tempo, algumas das torturas às vítimas aconteciam na própria sede do Betim Já. O jornal também diz que o veículo de Flores contava com publicidade da Prefeitura da cidade e que fraudava fornecedores.
O jornalista se defende e diz que na primeira edição do jornal o endereço publicado foi o da empresa de Flores, porque o veículo ainda estava se estruturando e não tinha sede própria.
Lima disse que foi contratado pela jornalista Rafaela Araújo para fazer parte do veículo, mas que não sabia dos crimes da 404 Comunicações, companhia de Flores.
‘Eu sou um profissional, tenho 22 anos de carreira e já ganhei dois prêmios Esso. É uma injustiça a forma como estou sendo citado’.
Jornalista afirma que foi lesado
Lima se diz vítima do empresário. ‘Fiquei desempregado em dezembro de 2009 e fui convidado para trabalhar no jornal. Ele durou pouco tempo, por falta de planejamento estratégico. Eu saí de lá porque já estava há cinco meses recebendo o salário ‘picado’, explicou.
O jornalista afirma que ficou surpreso ao saber dos crimes de Flores e que nunca poderia imaginar. ‘Você vai atrás de um emprego e você não pensa que a pessoa tenha um instinto assassino’.
Os jornais da Sempre Editora também afirmam que o Betim Já era partidário, sustentado pela prefeitura da cidade e por sindicatos, e que os jornalistas eram remunerados por Flores. ‘É forçar a barra o que eles estão fazendo. Um jornal partidário comprometeria minha credibilidade, eu não faria um jornal assim’, declarou.
Lima informou que o veículo chegou a veicular publicidade municipal e federal em dois dias, mas que não teve nenhum contrato para isso. ‘O jornal estava começando, fez o anúncio de forma gratuita, talvez para tentar captar anunciantes’, explicou.
Retaliação
Para o jornalista, a forma como os jornais citaram e destacaram seu nome, mostra retaliação por suas denúncias contra o fundador da Sempre Editora, Vittorio Medioli. Segundo Lima, suas matérias contra irregularidades do então deputado Medioli foram publicadas há mais de dez anos. O jornalista diz que desde então, quando encontra uma oportunidade, a empresa o persegue em suas reportagens.
Lima também afirma que os jornais da editora deixaram de publicar suas respostas. ‘Me enviaram umas cinco perguntas por e-mail. Eu respondi todas e me propus a fazer uma entrevista pessoalmente. Mas eles não publicaram minhas respostas e distorceram o que eu disse’, contestou.
O tratamento dado a Lima e Rogério Hilário, ambos jornalistas que atuaram no Betim Já, foi repudiado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. A entidade criticou a editora por desqualificar os profissionais, que atuam na diretoria do sindicato. ‘Os textos tentam manchar a reputação desses jornalistas, pois insinuam que todos estariam envolvidos com os crimes cometidos pelo bando’.
Jornal nega acusações
Em sua defesa, a empresa alega que não há perseguição e que o fato justifica citá-los nas matérias. ‘Estamos praticando a liberdade de imprensa, não podemos omitir a informação do leitor. Antiético e antijornalístico seria excluir personagens das matérias apenas porque são jornalistas, numa atitude corporativista, o que não praticamos na Sempre Editora’, afirmou Teodomiro Braga, diretor-executivo do jornal O Tempo.
Braga negou que os veículos da empresa não tenham publicado as respostas de Lima e que haja qualquer motivação política no caso. ‘As coisas que ele falou foram publicadas. Não tem nenhuma razão para perseguirmos o jornalista. Pessoas que denunciaram o Medioli naquela época, hoje têm um bom relacionamento com o jornal’. De acordo com Braga, Hilário, o outro jornalista citado pelo sindicato, já trabalhou no jornal O Tempo.
O diretor disse ainda que em nenhum momento os veículos acusaram os jornalistas e que, por uma ‘infelicidade e azar’, os profissionais trabalharam numa ‘empresa-bandida’, de propriedade de um ‘psicopata’.’
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