O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, aumentou o rigor das regras do Exército americano em relação à mídia, dias depois de o comandante americano no Afeganistão Stanley McChrystal ter sido demitido por conta de comentários feitos em uma entrevista à revista Rolling Stone. No artigo, McChrystal e sua equipe chamaram o presidente Barack Obama de despreparado e intimidado; o assessor de Segurança Nacional, Jim Jones, de palhaço; e, com o vice-presidente Joe Biden, fizeram um trocadilho com a expressão ‘Bite me’, algo como ‘não enche o saco’.
Em um memorando de três páginas enviado na semana passada para a equipe militar e civil do Pentágono, Gates disse que estava preocupado com o fato de o Departamento ter se tornado negligente no modo como se relaciona com a imprensa. ‘O vazamento de informações secretas é contra a lei, não pode ser tolerado e irá, quando provado, gerar a condenação dos envolvidos em tal atividade’, afirmou.
Precaução
Intitulado ‘Interação com a mídia’, o memorando instrui autoridades do Pentágono a notificar o novo secretário para relações públicas do Departamento de Defesa, Douglas Wilson, ‘antes de conceder entrevistas ou ter qualquer relação com a mídia e público com possíveis implicações nacionais ou internacionais’. Wilson garantiu que o documento não tem relação com o episódio da Rolling Stone e ‘não tem intenção de silenciar a mídia ou o Departamento’. ‘Apenas reflete as preocupações de Gates, que já foram expressadas por semanas, no que se refere à relação com a mídia e à necessidade de garantir que todos os envolvidos com a imprensa estejam atentos e completamente informados sobre o que dizem’, argumentou. ‘Isto significa que um soldado em campo está proibido de falar com um repórter? Absolutamente não. Não é a intenção’. Informações da AFP [3/7/10].