Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Mídia bloqueada às vesperas das eleições

Cerca de 30 organizações de mídia foram suspensas em Ruanda às vésperas das eleições presidenciais no país, noticia a AFP [3/8/10]. ‘A apenas uma semana do pleito, no dia 9/8, autoridades ruandenses estão abertamente desconsiderando as regras do jogo democrático’, disparou a organização Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris. ‘Violações de liberdade de imprensa, incluindo a prisão de jornalistas, o fechamento de organizações de mídia e o assassinato de um editor intensificaram-se na proximidade das eleições’.


O regime do presidente Paul Kagame vem sendo duramente criticado por restringir a liberdade política e de mídia diante do pleito. Kagame está no poder desde 1994, quando sua guerrilha assumiu o governo depois do fim do massacre de 800 mil pessoas das etnias tutsi e hutus moderados. Em junho, o governo francês condenou publicamente o assassinato do jornalista Jean-Leonard Rugambage, que alegava ter evidências ligando o governo à tentativa de assassinato de um general ruandense exilado na África do Sul. As autoridades do país negaram envolvimento com o episódio.


Na semana passada, o Alto Conselho de Mídia de Ruanda publicou uma lista com as 19 estações de rádio e 22 jornais que seguem suas regras. Os veículos que ficaram de fora, incluindo emissoras de rádio e jornais com grande audiência, foram banidos até que suas licenças de funcionamento voltem a ser aprovadas. ‘Estas medidas, a poucos dias das eleições, são altamente suspeitas. O objetivo é censurar a imprensa e impedir que jornalistas cumpram seu trabalho como observadores independentes e imparciais do processo eleitoral’, declarou a RSF.