Saturday, 28 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Missão internacional critica estado da mídia no país

Uma missão com duração de uma semana na Itália, organizada pelo Instituto Internacional de Imprensa (IPI, sigla em inglês), revelou sérias preocupações sobre o estado da mídia no país, comenta, em seu blog, Roy Greenslade [The Guardian, 16/11/10]. Um dos maiores problemas, como era de se esperar, diz respeito à companhia midiática privada mais poderosa do país, de propriedade do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. ‘A Mediaset tem efeitos negativos na diversidade e na pluralidade do espectro noticioso de TV da Itália’, informou o relatório.

Pelos padrões democráticos, a propriedade constituiria um claro conflito de interesses, junto à influência política do governo na RAI, emissora pública do país. Segundo o relatório do gerente de liberdade de imprensa do IPI, Anthony Mills, que liderou a missão, ‘a politização da RAI é preocupante’.

Fonte primária

A concentração do setor de TV é significativa porque a grande maioria dos cidadãos italianos usa o veículo como fonte primária de informação. Por sua vez, o IPI descobriu que ‘a mídia impressa tem muito mais diversidade de opiniões e liberdade, embora alguns jornais nacionais sejam apoiados por grupos industriais poderosos e anunciantes cujas prioridades nem sempre coincidem com as dos editores’.

Além de tudo, uma proposta de lei polêmica ameaça limitar a liberdade de imprensa na Itália. ‘Partes da proposta, incluindo restrições a reportagens investigativas e multas potenciais de até 500 mil euros, despertaram temores sobre violações à liberdade de imprensa, em especial após diversos escândalos políticos e de corrupção no país’, avaliou Mills.