Um juiz britânico concedeu direito de fiança a Julian Assange nesta terça-feira [14/12]. O fundador do WikiLeaks, preso sob acusação de abusos sexuais, continua sob custódia por conta de um pedido de apelação da Suécia – país que havia emitido o pedido de prisão do australiano.
Assange se entregou na semana passada à Scotland Yard, em Londres. Ele nega as acusações de de estupro e luta contra o pedido de extradição para a Suécia. Após a determinação da fiança, as autoridades suecas teriam duas horas para apresentar o pedido de apelação, que deverá ser ouvido pela Suprema Corte Britânica em 48 horas.
Um dos advogados de Assange afirmou que o tribunal estaria pedindo 200 mil libras de fiança – o equivalente a R$ 535 mil. O australiano ainda teria que usar uma tornozeleira eletrônica e se comunicar com a polícia todas as noites. Diversos defensores do WikiLeaks, como o documentarista Michael Moore, fizeram doações para ajudar Assange.
Timing
Muitas destas pessoas acreditam que o pedido de extradição tenha sido motivado pela decisão do WikiLeaks, no mês passado, de começar a publicar 250 mil documentos secretos de centenas de embaixadas e consulados dos EUA em todo o mundo. Os defensores de Assange alegam que trata-se de muita coincidência. As autoridades suecas negam a acusação.
No início da semana, o Departamento de Segurança Nacional britânico alertou que poderiam ocorrer ataques aos sites do governo do Reino Unido caso Assange não fosse libertado. Na semana passada, manifestantes orquestraram ataques online a sites de empresas que cortaram suas ligações com o WikiLeaks por pressão do governo americano, como Visa, MasterCard e PayPal. Em seu depoimento esta semana, Assange chamou estas companhias de ‘instrumentos da política estrangeira dos EUA’. Com informações da Associated Press [14/12/10].