Durante o Congresso Mundial Inma 2011, o publisher do New York Times, Arthur Sulzberger Jr., participou de uma sessão de perguntas, no qual foram abordados diversos temas referentes à indústria da mídia. Um dos principais assuntos foi a estratégia de cobrar pelo conteúdo online do jornal. Segundo Sulzberger, com apenas pouco mais de um mês de experiência, ainda é muito cedo para obter números sólidos. Ele confirmou, no entanto, que o NYTimes não viu um grande declínio no tráfego online e que o site tem mais de 100 mil assinantes pagos.
Sulzberger disse, ainda, que o modelo de assinatura digital foi planejado por um ano e meio, com pesquisa de experiências de sucesso e encontros com grupos selecionados de leitores. O formato do novo site tem pouco conteúdo disponível gratuito, mas o sistema não foi desenvolvido para bloquear completamente o tráfego de não-pagantes.
O publisher evitou usar o termo “paywall”, termo em inglês que se refere ao muro de pagamento que só permite o acesso ao conteúdo por meio de pagamento, por considerar que evoca a imagem de um “portão de ferro”, o que não é como o NYTimes quer que funcione. Em vez disso, eles criaram um site “poroso”, que permite envio de links de artigos por assinantes via Twitter ou outros formatos que dão acesso completo a ele. Segundo Sulzberger, este modelo possibilita que as pessoas interajam, ao mesmo tempo em que constroi uma base de assinatura digital.
Destaque para mídias sociais
Como o modo que as pessoas interagem com as notícias e as informações está desenvolvendo, parte do plano de mídia criado pelo jornal também inclui um investimento pesado nas mídias sociais, como Facebook e Twitter. O plano vem dando certo: o NYTimes é mencionado em um tweet a cada quatro segundos e a conta do jornal no Twitter tem quatro vezes mais seguidores do que qualquer diário nos EUA. Alguns perfis de repórteres têm mais seguidores do que grandes jornais. “O mundo está se movendo para o social e você tem de fazer parte da discussão. Foi isso que nos moveu”, disse Sulzberger.
O publisher ressaltou, ainda, que a integração das equipes digital e do impresso fez uma diferença enorme no modelo de negócio. “A experiência ideal do usuário é que ele se engaje com nosso jornalismo de várias maneiras”, afirmou. Informações de Kerry Northrup [Inma, 17/5/11].