Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

‘O jornalismo deve atentar para o comportamento da sociedade sem perder suas vocações’ Wemerson Augusto, jornalista

Falar de amor nunca é demais em meio a tantas notícias sobre corrupção e crimes. Ainda mais hoje, um domingo dedicado aos namorados. Mas e quando o jornal decide falar de um amor entre homens? Essa foi a discussão proposta pela leitora Ana Augusta após ler a matéria ‘Fundamental é mesmo o amor’ publicada na seção Vida Real, do Buchicho do último domingo (5). O espaço, normalmente dedicado a relatar a paixão de namorados heterossexuais, contou naquele dia a história do casal Deivid e Wellington. ‘Foi com muita perplexidade que eu e minha família nos reunimos para discutir sobre a vida de um casal homossexual, com fotos ilustrativas dos dois. O primeiro pensamento foi sobre as inúmeras vezes que entreguei o jornal para minha filha de seis anos para que ela verificasse se havia programas infantis disponíveis’ afirmou ela.

‘E se naquele dia eu o tivesse feito? Alguém pode responder que ela simplesmente veria algo que já faz parte da vida moderna. Eu digo: ainda não escolhi como irei explicar isto para minha filha e acho que esta é uma discussão que deve envolver a sociedade e a família de forma particular’. A leitora pediu − e assim foi feito − que encaminhasse seu questionamento para toda Redação. Amplio o pedido reproduzindo-o aqui.

JORNALISMO E COMPORTAMENTO

O tema é realmente polêmico e delicado. Quando o jornalismo caminha para debater o comportamento da sociedade andará sempre em uma linha tênue, que gera incômodo. Nesse caso específico, segundo o editor executivo do núcleo de Cultura e Entretenimento, Magela Lima, houve muita reflexão até que a página fosse editada. Houve quem aprovou a notícia. ‘Eles estão mostrando que se amam de verdade e que são capazes de superar qualquer coisa’ comentou Mariana pelo O Povo Online. Para a chefia de Redação a função de informar e formar do jornal foi cumprida. ‘O jornal não pode deixar de tratar dos temas públicos, por mais polêmicos que sejam. No caso da homoafetividade, já há inclusive reconhecimento legal’.

Esse tipo de relação é uma realidade fácil de observar nas ruas, em propagandas, filmes e novelas. Por que esconder? Como em todo relacionamento ‘fora do tradicional’ é compreensível alguns estranhamentos. Pior é quando há a discriminação como houve no passado com os escravos. Hoje condenamos o preconceito racial e defendemos leis igualitárias. Para que chegássemos a este ponto um fator foi fundamental: a informação. Essa é a função do jornalismo. O jornal é apenas um veículo. E cumpre sua missão ao refletir comportamentos com toda delicadeza que o tema requer.

ERRO EM CADEIA

Nunca uma breve de pouco mais de cinco linhas mostrou tantos erros. Tudo por falta de um preceito básico do jornalismo: a checagem. Na quarta-feira, em Radar, o jornal noticiou debate da categoria sobre o sindicato. Não disse onde, afirmou que o presidente da entidade propôs renúncia coletiva e que a ombudsman-emérita do O Povo, jornalista Adísia Sá, estava no local. Foi preciso uma breve no dia seguinte e um Erramos na sexta-feira para consertar tudo. Nem o dirigente afirmara nada, nem Adísia estava no local, este ainda uma incógnita.

Porque tantos erros? Segundo o editor-adjunto de Conjuntura, Luiz Henrique Campos, a repórter tinha três pautas no mesmo horário passando rapidamente nos três lugares. ‘Já na Redação, mensagens no Twitter davam conta da possível sugestão de renúncia e da presença da professora Adísia. Infelizmente, ela não voltou a checar’. Ou seja, falha de planejamento, execução e apuração. E isso porque só tinha jornalistas informando pelo Twitter.

Esquecido pela mídia: Projeto que previa funcionamento de 100 escolas de educação profissionalizante até dezembro de 2010

FOMOS BEM

ESCOLAS NOTA 10

Série retratou como escolas do Interior superam problemas para conseguir destaque em avaliação estadual.

FOMOS MAL

ALCÂNTARAS

Jornal não publicou uma única imagem da eleição do município ocorrida em pleno mês de junho.”