Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Estudo mapeia credibilidade das matérias

Para descobrir o quanto de uma cobertura jornalística de ciência e saúde não é confiável, seria necessário obter uma amostra sistemática e imparcial – talvez uma semana inteira de matérias – e então verificar a evidência por trás de cada alegação ou conselho. Esta foi a proposta de um novo estudo do periódico Public Understanding of Science, afirma Ben Goldacre em artigo no [Guardian, 17/6/11]. Goldacre é idealizador do estudo e um de seus autores.

O médico e colunista conta como foi sua estratégia de pesquisa. Primeiro, o grupo comprou, por uma semana, os 10 jornais mais vendidos do Reino Unido, para reunir uma amostra de matérias imparciais. Os pesquisadores passaram por toda informação sobre comida, bebida e saúde que poderia ser interpretada pelo leitor como conselho de saúde. Por exemplo, selecionaram matérias com frases como “vinho tinto causa câncer de mama”, mas não as que tinham alegações do tipo “laranja contém vitamina C”.

Em seguida, foram checadas as evidências de cada matéria selecionada por meio do PubMed – arquivo de papers acadêmicos e análises sistêmicas atuais sobre saúde e comida. Finalmente, para produzir informações sobre possíveis padrões, as evidências foram categorizadas com base na sua força.

Chegaram às seguintes conclusões: em uma semana, 111 alegações sobre saúde foram divulgadas nos 10 principais jornais britânicos. Na maioria delas (62%) havia evidências insuficientes para as alegações; em 10% havia evidências possíveis; em 12%, prováveis; e em 15%, convincentes.