“‘A opinião é livre. A opinião não tem direito de resposta quando não fere princípios legais’ – Fábio Campos, jornalista
A Declaração Universal dos Direitos do Homem diz em seu artigo número dois: ‘Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição’. Em uma série de três reportagens denominada ‘Africanos em Fortaleza’- O POVO mostrou a realidade que estudantes africanos vivenciam em solo cearense e o drama com relação ao preconceito contra a cor e a língua. As matérias mostraram casos como o do estudante de Cabo Verde, Andy Monroy , confundido com assaltante quando tentava alugar residência no Benfica – devido à cor negra – e o choque cultural diante do ‘humor’ dos cearenses.
Louve-se o mérito da pauta. Contra o preconceito nada melhor que a informação. As matérias esbanjaram dramaticidade e na humanização do problema. Um tema preocupante e que merece ser ampliado. Mas a série pecou na falta de detalhes práticos, passando imagem de ‘coitadinhos’ dos africanos e de ‘vilão’ para os cearenses.
Nome aos bois
A matéria afirma que os africanos são enganados por faculdades cearenses como afirma texto publicado dia 23. Que faculdades são essas? Porque não foram citadas? É uma denúncia grave e que passou sem maiores questionamentos, o que ainda pode ser feito pelo jornal. Os brasileiros da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram acusados de preconceito velado e nenhum foi ouvido. O que pensa o Diretório Central dos Estudantes, os Centros Acadêmicos, os professores e gestores? Como a instituição enfrenta o problema?
Negar que haja preconceito contra o negro no Brasil é hipocrisia. Ele é real assim como a discriminação social e cultural. O quadro já foi pior. Melhorou graças ao principal antídoto contra o preconceito: o conhecimento. Mas para isso é preciso maior praticidade nas informações.
Incentivo da imprensa
‘Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?’. A frase é do correspondente no Brasil do jornal espanhol El País, Juan Arias, e percorre a internet. Em breve deverá estar em sua caixa de entrada. O POVO mostrou a mesma indignação no domingo (21) ao lançar enquete em Opinião perguntando: Por que o brasileiro não se mobiliza contra a corrupção? A questão trouxe atitudes práticas que merecem registro.
A partir da interrogativa, o leitor Miguel Maciel mobilizou membros da Confraria dos Banqueiros da Praça do Ferreira para enviar mensagem de incentivo a gestores preocupados em combater corrupção. Vinte e quatro deles subscreveram mensagem à presidenta Dilma Rousseff. ‘É a forma que encontramos de estimular que atitudes deste tipo sejam realizadas’. Texto semelhante será enviado a autoridades que agirem neste sentido. A confraria reúne cerca de 60 pessoas que se reúne no fim da tarde naquele local, uma tradição de quase 90 anos.
Aerolândia BR afora
Um espaço de ‘conteúdo anárquico, que brinca com a construção de ficção em jornalismo’. Com essa justificativa a página Aerolândia via Aguanambi foi apresentada aos leitores em novembro de 2010 na última reforma gráfica do O POVO. A ideia era fazer humor pautado na mentira e mediado pelo escracho. Na sexta-feira passada, após nove meses, a página foi publicada pela última vez. Na despedida, a justificativa: ‘A realidade é dura. O fumo é grande. E o fim derradeiro do nosso intestino grosso não suporta tamanhas investidas do mundo cão’. O título resume tudo: Rebentou!!’ Neste período não recebi qualquer comentário dos leitores. Nada como termômetro. A meu ver o projeto teve bons momentos, foi inovador e soube fazer da ironia o tempero de crônicas debochadas. Segundo a chefia de Redação o fim das atividades partiu do próprio grupo. ‘Eles argumentaram que cada projeto tinha um tempo próprio. E que o ciclo da Aero estava se fechando’.
ESQUECIDO PELA MÍDIA: Problemas com falta de segurança no Parque Ecológico Rio Branco
FOMOS BEM
JÂNIO QUADROS
Especial relembrou, com novidades, os 50 anos da renúncia do ex-presidente.
FOMOS MAL
GLAUBER ROCHA
passagem dos 30 anos da morte do cineasta ganhou apenas duas pequenas notas”