Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tony Blair é padrinho de filha de Murdoch

Entrevista de Wendi Deng, mulher do magnata de mídia Rupert Murdoch, à edição de outubro da revista Vogue, revela que o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair é padrinho de uma das filhas do casal. Esta informação nunca havia sido divulgada. Veículos de mídia no Reino Unido começaram a especular que a relação mais próxima do que se esperava entre o político e o empresário explicaria a relutância de Blair em condenar publicamente o escândalo dos grampos telefônicos no tabloide News of the World – que pertencia a Murdoch.

No ano passado, o batizado das filhas do empresário com Wendi foi divulgado pela revista Hello!. Na ocasião, os atores Nicole Kidman e Hugh Jackman foram identificados como os padrinhos de Grace, de nove anos, e Chloe, de oito. A cerimônia ocorreu à margem do rio Jordão, lugar onde Jesus teria sido batizado. O nome de Blair não foi, em nenhum momento, citado, e ele não aparecia nas fotos publicadas pela revista.

A edição inglesa da Vogue com a entrevista de Wendi chegará às bancas no fim da semana. A mulher de Murdoch ganhou destaque na imprensa em julho por sua rápida defesa do marido – atacado por um comediante com uma “torta” feita de creme de barbear quando participava de uma audiência no Parlamento sobre os grampos ilegais.

Mídia e poder

Wendi não faz comentários diretos sobre o ex-premiê na entrevista, mas o artigo que a acompanha diz que ele é um dos padrinhos, junto com os atores australianos, que teria comparecido à cerimônia na Jordânia e que é um dos amigos mais próximos da senhora Murdoch. Eles têm a rainha Rania, da Jordânia, como amiga em comum.

Um porta-voz de Tony Blair não comentou a alegação, mas, segundo o jornal Telegraph [4/9/11], uma fonte da News Corp, empresa de Murdoch, confirmou que o político é padrinho de Grace. Wendi, de 42 anos, raramente dá entrevistas, mas aceitou falar à Vogue para promover um filme produzido por ela.

As relações de Murdoch e outros empresários de mídia com políticos no poder passaram a ser questionadas diante do escândalo dos grampos telefônicos que levou ao fechamento do News of the World, em julho. O atual primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu um novo sistema de regulação da mídia no país e convocou a abertura de um inquérito independente para avaliar os padrões éticos dos veículos jornalísticos britânicos.