Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

José Quei­rós

1. Para todos os lei­to­res, sobre­tudo jovens, que têm vindo a afastar-se da lei­tura dos jor­nais impres­sos – mas não do jor­na­lismo –, um dos mai­o­res fac­to­res de atrac­ção que as novas pla­ta­for­mas da imprensa na Inter­net apre­sen­tam é sem dúvida a pos­si­bi­li­dade de cir­cu­la­rem de forma sim­ples e rápida entre dife­ren­tes con­teú­dos infor­ma­ti­vos. Para quem se habi­tou a nave­gar na rede, é já difí­cil enten­der que o pro­cesso de obter infor­ma­ção, jor­na­lís­tica ou outra, possa dis­pen­sar o recurso às liga­ções hiper­tex­tu­ais na pro­cura de mais conhe­ci­mento sobre qual­quer tema.

No caso do jor­na­lismo, essas liga­ções gra­fi­ca­mente mar­ca­das no texto de uma notí­cia – os links do jar­gão infor­má­tico – são um recurso impor­tante ao ser­viço da qua­li­dade e da cre­di­bi­li­dade do tra­ba­lho infor­ma­tivo, na medida em que per­mi­tem reme­ter os lei­to­res para fon­tes docu­men­tais do que é noti­ci­ado, para expli­ca­ções mais desen­vol­vi­das ou com­ple­men­ta­res da infor­ma­ção pres­tada, para ele­men­tos de con­tex­tu­a­li­za­ção que foram dis­pen­sa­dos na eco­no­mia nar­ra­tiva de uma notí­cia ou, sim­ples­mente, para outras peças rela­ci­o­na­das com o tema.

Causa por isso alguma per­ple­xi­dade que, ape­sar da pro­fu­são de hiper­li­ga­ções que para os mais vari­a­dos fins se podem encon­trar nas ver­sões elec­tró­ni­cas dos jor­nais, a sua uti­li­za­ção na cons­tru­ção das notí­cias se situe ainda muito aquém do que pode­ria esperar-se face ao enri­que­ci­mento infor­ma­tivo que pode pro­por­ci­o­nar. No caso do PÚBLICO, várias men­sa­gens que tenho rece­bido de lei­to­res da edi­ção on line trans­mi­tem essa per­ple­xi­dade, quando não alguma des­con­fi­ança sobre a ausên­cia de links nas notícias.

Isso acon­tece sobre­tudo em rela­ção a três tipos de peças infor­ma­ti­vas. Face a notí­cias que rela­tam as con­clu­sões de um qual­quer estudo ou rela­tó­rio a que o jor­nal teve acesso, alguns lei­to­res mani­fes­tam o desejo de conhe­cer direc­ta­mente as fon­tes docu­men­tais em causa – que podem estar dis­po­ní­veis na Inter­net ou, em cer­tos casos, ser espe­ci­fi­ca­mente digi­ta­li­za­das para con­sulta na pla­ta­forma on line. Por outro lado, é fre­quente que lei­to­res mais inte­res­sa­dos em novi­da­des na área da inves­ti­ga­ção cien­tí­fica – a que o PÚBLICO dedica jus­ti­fi­cada aten­ção – mos­trem insa­tis­fa­ção pela ausên­cia de hiper­li­ga­ções às publi­ca­ções ou sites espe­ci­a­li­za­dos em que as infor­ma­ções tenham sido total ou par­ci­al­mente colhi­das. Final­mente, no caso de infor­ma­ções reti­ra­das da imprensa gene­ra­lista inter­na­ci­o­nal, sur­gem quei­xas sobre a ausên­cia de links para as notí­cias ori­gi­nais, por vezes acom­pa­nha­das de crí­ti­cas de infi­de­li­dade aos tex­tos que foram con­sul­ta­dos, mas nem sem­pre cor­rec­ta­mente citados.

“Bem podiam ter posto um link que levasse à peça ori­gi­nal, que é bem mais com­pleta”, é um comen­tá­rio típico de lei­to­res que recla­mam essas liga­ções. Outros, após terem con­sul­tado a notí­cia de um órgão de comu­ni­ca­ção estran­geiro que foi repro­du­zida, e por vezes defi­ci­en­te­mente cre­di­tada, no Público Online, suge­rem que a assi­na­tura “por…” deve­ria ser subs­ti­tuída por “tra­du­zida por…”.Obser­va­ções como estas nem sem­pre são jus­tas e não podem ser gene­ra­li­za­das, mas mos­tram que, para os seus auto­res, não está só em causa a quan­ti­dade e qua­li­dade da infor­ma­ção rece­bida, mas tam­bém a trans­pa­rên­cia dos pro­ces­sos editoriais.

Sér­gio Gomes, coor­de­na­dor do Público Online, asse­gura que “as liga­ções para pági­nas fora do uni­verso do jor­nal sem­pre foram incen­ti­va­das” pelos res­pon­sá­veis pela edi­ção para a Inter­net, mas reco­nhece que “mui­tas vezes não se fazem”. Na sua pers­pec­tiva, “o noti­ciá­rio de ciên­cia é dos que mais se pro­por­ci­ona a liga­ções que podem enri­que­cer o tra­ba­lho dos jor­na­lis­tas”, pelo que”jun­tar às notí­cias publi­ca­das os estu­dos, os rela­tó­rios, os arti­gos cien­tí­fi­cos que esti­ve­ram na sua base devia ser uma prá­tica cor­ri­queira e enrai­zada”. “Mas – con­clui – não é. Falta incu­tir nos jor­na­lis­tas a ideia de que esse tra­ba­lho é muito vali­oso e que ajuda ver­da­dei­ra­mente quem nos lê a for­mar opi­niões mais infor­ma­das e contextualizadas”.

Não posso estar mais de acordo. Creio que é ainda incom­pleta a adap­ta­ção de mui­tos redac­to­res às exi­gên­cias pró­prias do jor­na­lismo neste novo meio, que obriga a pro­ce­di­men­tos que se afas­tam de hábi­tos adqui­ri­dos na ela­bo­ra­ção de notí­cias para a edi­ção impressa. E que nem sem­pre são sim­ples: colo­car um link numa notí­cia não pode ser um acto mecâ­nico que dis­pense o conhe­ci­mento e a refle­xão sobre o con­teúdo do texto para que se remete o leitor.

Para a omis­são – que por vezes pode ser enten­dida como ocul­ta­ção – de liga­ções hiper­tex­tu­ais úteis, poderá tam­bém con­tri­buir a ati­tude defen­siva, ainda que incons­ci­ente, de quem não esteja pre­pa­rado para acei­tar o facto de exis­ti­rem lei­to­res que que­rem saber tanto como o jor­na­lista sobre o tema de uma notí­cia publi­cada, e con­si­de­ram, com lógica, que as novas tec­no­lo­gias trans­for­ma­ram esse desejo num direito. Acresce que um tra­ba­lho jor­na­lís­tico a que não fal­tem os links per­ti­nen­tes faci­lita o escru­tí­nio do rigor pro­fis­si­o­nal do seu autor, da sua capa­ci­dade para com­pre­en­der e trans­mi­tir as infor­ma­ções reco­lhi­das, para ava­liar o seu inte­resse noti­ci­oso e para as sin­te­ti­zar, selec­ci­o­nar ou hie­rar­qui­zar de modo competente.

O jor­na­lismo mais aberto da era da Inter­net coloca novos desa­fios aos pro­fis­si­o­nais e per­mite ir de encon­tro a novas exi­gên­cias dos lei­to­res. Colo­car à dis­po­si­ção des­tes a infor­ma­ção suple­men­tar que o uni­verso do hiper­texto per­mite sina­li­zar e for­ne­cer de ime­di­ato é algo que deve ser visto como uma nova obri­ga­ção pro­fis­si­o­nal dos jor­na­lis­tas. Que não dis­pensa, bem pelo con­trá­rio, a sua fun­ção medi­a­dora. Por mui­tos links que inte­gre, a qua­li­dade de uma notí­cia será sem­pre ava­li­ada pelas esco­lhas tra­du­zi­das no que se escre­veu. E é nessa ava­li­a­ção, con­tí­nua, que se funda a repu­ta­ção de um jor­nal de referência.

2. Nem tudo são rosas, porém, para o jor­na­lismo na era do hiper­texto. Pelo menos no actual estado de sofis­ti­ca­ção tec­no­ló­gica das pla­ta­for­mas jor­na­lís­ti­cas na rede. Há liga­ções e liga­ções, e algu­mas são indesejáveis.

A um lei­tor que se quei­xou de que fora”rasu­rado” o link que colo­cara na caixa de comen­tá­rios de uma notí­cia, com o lou­vá­vel intuito de com­ple­tar a infor­ma­ção nela con­tida, deixo a expli­ca­ção do coor­de­na­dor da edi­ção on line: “A não publi­ca­ção de links nos comen­tá­rios dos lei­to­res está rela­ci­o­nada com o perigo de apa­re­ce­rem liga­ções para pági­nas com con­teú­dos aos quais o PÚBLICO não pode estar asso­ci­ado”, entre as quais “pági­nas por­no­grá­fi­cas, racis­tas, xenó­fo­bas ou publi­ci­tá­rias”. Mui­tos ende­re­ços na rede “estão tra­ves­ti­dos” e “exis­tem pro­gra­mas espe­ci­fi­ca­mente cri­a­dos para espa­lhar spam por­no­grá­fico em cai­xas de comen­tá­rios de jor­nais on line, blo­gues ou pági­nas de face­book” – refere Sér­gio Gomes, acres­cen­tando:”Quando abri­mos o espaço de comen­tá­rios dos lei­to­res no Público Online per­ce­be­mos ime­di­a­ta­mente que boa parte das men­sa­gens era auto­má­tica”,gerada pelos tais pro­gra­mas, “e incluía liga­ções para pági­nas que não esta­vam rela­ci­o­na­das com as notí­cias”. Foi para evi­tar a sua publi­ca­ção que os res­pon­sá­veis edi­to­ri­ais opta­ram por “não per­mi­tir quais­quer liga­ções exter­nas no espaço de comentários”.

O coor­de­na­dor do Público Online reco­nhece que, “numa situ­a­ção ideal, as liga­ções exter­nas váli­das (aque­las que acres­cen­tam infor­ma­ção à notí­cia, que a con­tex­tu­a­li­zam, que a com­ple­tam…) seriam per­mi­ti­das”, o que para já “não é pos­sí­vel”,por falta de “capa­ci­dade” da equipa de edi­to­res de comen­tá­rios para”con­fir­mar todas as liga­ções envi­a­das pelos lei­to­res antes da publi­ca­ção”. Compreende-se a opção, mas o jor­nal pode­ria pon­de­rar a hipó­tese de vir a vali­dar liga­ções exter­nas que, à par­tida, pare­çam espe­ci­al­mente úteis, ainda que o fizesse pon­tu­al­mente e sem carác­ter obrigatório.

As arma­di­lhas da tec­no­lo­gia num meio inte­rac­tivo expli­cam, por outro lado, dois inci­den­tes recen­tes com que fui con­fron­tado. O pri­meiro caso relaciona-se com um espaço exis­tente no final das notí­cias on line, onde sur­gem liga­ções para blo­gues que fize­ram links para essas notí­cias, com o título dos tex­tos que se lhes refe­rem. O pro­cesso é auto­má­tico, o que per­mite que possa sur­gir nesse espaço uma frase de con­teúdo ofen­sivo e homo­fó­bico como a que no pas­sado dia 16 apa­re­ceu junto à peça dedi­cada a uma polé­mica que agi­tava o meio tea­tral, per­ma­ne­cendo em linha durante alguns dias. Fui infor­mado de que “estas liga­ções não são escru­ti­na­das antes de apa­re­ce­rem on line” (prá­tica que terá tal­vez de ser revista), e de que “as remis­sões para blo­gues ina­pro­pri­a­dos são reti­ra­das sem­pre que o edi­tor res­pon­sá­vel é aler­tado”, como acon­te­ceu neste caso.

O segundo inci­dente ocor­reu no mesmo dia, afec­tando uma peça sobre o preço da elec­tri­ci­dade, quando alguém con­se­guiu fal­si­fi­car o ende­reço (URL) dessa notí­cia, subs­ti­tuindo o seu título por um desa­bafo gros­seiro que se espa­lhou pelas redes soci­ais. Sér­gio Gomes escla­rece que “não existe uma solu­ção téc­nica efi­caz que impos­si­bi­lite” este tipo de fal­si­fi­ca­ção e, por isso, “o Público Online imple­men­tou um meca­nismo de vali­da­ção de URL’s” que, “em caso de adul­te­ra­ção”, reen­ca­mi­nha o lei­tor “para uma página inter­mé­dia onde apa­rece uma infor­ma­ção de erro e a indi­ca­ção de que será enca­mi­nhado para o URL ver­da­deiro”. Os lei­to­res inte­res­sa­dos pode­rão con­sul­tar no meu blo­gue a expli­ca­ção téc­nica deta­lhada do coor­de­na­dor do Público Online e pon­de­rar a sua suges­tão de lan­ça­mento de um debate sobre a even­tual “pro­tec­ção legal” dos URL, tendo em conta que, no caso do PÚBLICO, estes “repro­du­zem os títu­los das notí­cias que estão pro­te­gi­das por direi­tos de autor”.

José Quei­rós

***

Docu­men­ta­ção complementar

Res­pos­tas do coor­de­na­dor do Público Online a dúvi­das colo­ca­das pelos leitores

1. Sobre a não publi­ca­ção de links nos comen­tá­rios dos leitores

A não publi­ca­ção de links nos comen­tá­rios dos lei­to­res está rela­ci­o­nada com o perigo de apa­re­ce­rem liga­ções para pági­nas com con­teú­dos em rela­ção aos quais o Público não pode estar asso­ci­ado – pági­nas por­no­grá­fi­cas, racis­tas, xenó­fo­bas, publi­ci­tá­rias, par­ti­dá­rias…

Para evi­tar a publi­ca­ção de liga­ções para este tipo de pági­nas, optou-se por não per­mi­tir quais­quer liga­ções exter­nas no espaço de comen­tá­rios. Mui­tos URL’s estão tra­ves­ti­dos – aquilo que apa­ren­te­mente é uma liga­ção”nor­mal” pode ati­rar para pági­nas por­no­grá­fi­cas, por exem­plo. Exis­tem pro­gra­mas espe­ci­fi­ca­mente cri­a­dos para espa­lhar spam por­no­grá­fico em cai­xas de comen­tá­rios de jor­nais online, blo­gues, pági­nas de face­book…

Quando abri­mos o espaço de comen­tá­rios dos lei­to­res no Público Online per­ce­be­mos ime­di­a­ta­mente que boa parte das men­sa­gens era auto­má­tica (gerada pelos tais pro­gra­mas de spam) e incluía liga­ções para pági­nas que não esta­vam rela­ci­o­na­das com as notí­cias. Por causa dessa situ­a­ção, a actual pla­ta­forma de edi­ção de comen­tá­rios subs­ti­tui quais­quer URL’s por (…) já na fase de apro­va­ção de comen­tá­rios.

Numa situ­a­ção ideal, as liga­ções exter­nas váli­das (aque­las que acres­cen­tam infor­ma­ção à notí­cia, que a con­tex­tu­a­li­zam, que a com­ple­tam…) seriam per­mi­ti­das. Mas essa pos­si­bi­li­dade está con­di­ci­o­nada à capa­ci­dade dos edi­to­res de comen­tá­rios con­fir­ma­rem todas as liga­ções envi­a­das pelos lei­to­res antes da publi­ca­ção. Cená­rio que, para já, ainda não é pos­sí­vel pôr em prá­tica.

10 de Junho de 2011

Sér­gio Gomes

 

2. Sobre a quase ine­xis­tên­cia de links em notí­cias da edi­ção on line

As liga­ções para pági­nas fora do uni­verso do jor­nal sem­pre foram incen­ti­va­das pelos vários res­pon­sá­veis que pas­sa­ram pelo Público Online. Acon­tece que mui­tas vezes não se fazem links. O caso do noti­ciá­rio de Ciên­cia é dos que mais se pro­por­ci­ona a liga­ções que podem enri­que­cer o tra­ba­lho dos jor­na­lis­tas. Jun­tar às notí­cias publi­ca­das os estu­dos, os rela­tó­rios, os arti­gos cien­tí­fi­cos que esti­ve­ram na sua base devia ser uma prá­tica cor­ri­queira e enrai­zada. Mas não é. Falta incu­tir nos jor­na­lis­tas a ideia de que esse tra­ba­lho é muito vali­oso e que ajuda ver­da­dei­ra­mente quem nos lê a for­mar opi­niões mais infor­ma­das e con­tex­tu­a­li­za­das.

10 de Junho de 2011

Sér­gio Gomes

3. Sobre a publi­ca­ção de uma frase ofen­siva no link para um blo­gue em que foi comen­tada uma peça do Público Online

A pla­ta­forma Twin­gly que apa­rece no final de cada notí­cia do Público Online é um motor de pes­quisa de blo­gues e uma fer­ra­menta que serve para fazer liga­ções auto­má­ti­cas para blo­gues que fazem links às nos­sas notí­cias. No essen­cial, serve para incen­ti­var a par­ti­lha de URL’s do Público na blo­gos­fera. Cada vez que algum blog­ger publica o URL de deter­mi­nada notí­cia do Público, a sua página fica auto­ma­ti­ca­mente inde­xada a essa notí­cia. Nessa refe­rên­cia apa­re­cem título do post e nome do blo­gue, segui­dos de uma caixa onde os lei­to­res podem repor­tar even­tu­ais con­teú­dos com os quais o Público não pode estar asso­ci­ado (spam, con­teúdo ina­pro­pri­ado, con­teúdo irre­le­vante). No caso da notí­cia “Polé­mica entre ence­na­dor e Tea­tro do Bolhão ame­aça sal­tar do Face­book para os tri­bu­nais” (16.09.2011) havia uma liga­ção para um blo­gue com con­teúdo cla­ra­mente ina­pro­pri­ado (lin­gua­gem gros­seira, posi­ções homo­fó­bi­cas…). Ao con­trá­rio do que acon­tece hoje com os comen­tá­rios, estas liga­ções não são escru­ti­na­das a pri­ori antes de apa­re­ce­rem online. No entanto, as remis­sões para blo­gues ina­pro­pri­a­dos são reti­ra­das sem­pre que o edi­tor res­pon­sá­vel é aler­tado. Coisa que acon­te­ceu no caso em apreço.

23 de Setem­bro de 2011

Sér­gio Gomes

4. Sobre a fal­si­fi­ca­ção de um link para uma notí­cia do Público Online

O URL (sigla de Uni­form Resource Loca­tor, em por­tu­guês algo como localizador-padrão de recur­sos) da notí­cia”Regu­la­dor quer subir preço da elec­tri­ci­dade em 30% para 2012” foi de facto adul­te­rado no mesmo dia em que o texto foi publi­cado na sec­ção de Eco­no­mia. Alguém deci­diu subs­ti­tuir o título ver­da­deiro por um título falso com lin­gua­gem gros­seira acrescentando-lhe o ID real da nossa notí­cia (ID: número único atri­buído por uma base de dados, uma espé­cie de número de bilhete de iden­ti­dade das notí­cias). Esse ende­reço falso (que na prá­tica ligava direc­ta­mente para a nossa notí­cia) espalhou-se depois pelas redes soci­ais e blo­gues gerando con­fu­são sobre a auto­ria daquele URL. Não existe uma solu­ção téc­nica efi­caz que impos­si­bi­lite de todo a adul­te­ra­ção manual de links (sejam do Público Online, sejam de outros sites). No entanto, face a casos recen­tes de fal­si­fi­ca­ção de links, o Público Online imple­men­tou um meca­nismo de vali­da­ção de URL’s. Na prá­tica, isto sig­ni­fica que em caso de adul­te­ra­ção de URL o lei­tor é reen­ca­mi­nhado para uma página inter­mé­dia onde apa­rece uma infor­ma­ção de erro e a indi­ca­ção de que será enca­mi­nhado para o URL ver­da­deiro.

P.S.- Era inte­res­sante lan­çar a dis­cus­são sobre a pro­tec­ção legal dos URL. Não creio que exista no Código do Direito de Autor e dos Direi­tos Cone­xos qual­quer arti­cu­lado sobre este assunto, mas o certo é que os nos­sos URL repro­du­zem os títu­los das notí­cias que estão pro­te­gi­dos por direi­tos de autor. Pode­ria alguém ser legal­mente res­pon­sa­bi­li­zado por uso inde­vido de um URL?

23 de Setem­bro de 2011

Sér­gio Gomes