Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O ministro Tarso ataca outra vez

Tarso Genro voltou a atacar. Depois de merecidas férias, na segunda-feira (29/1), num seminário em Porto Alegre, o ministro das Relações Institucionais denunciou o controle da mídia brasileira por grupos econômicos e acusou-a de ser responsável por uma ‘destruição cruel’ do Poder Legislativo.


O ministro Tarso Genro esqueceu que em junho de 2005, na qualidade de ministro da Educação, assinou um solene e tocante artigo na Folha de S.Paulo propondo a refundação do PT diante da sucessão de escândalos conhecida como ‘mensalão’. Agora, passa uma borracha no que sentiu e escreveu naquela ocasião e ainda acrescenta uma descomunal bobagem: a reforma política não pode ser imposta pelos ‘poderes midiáticos’, terá que vir da sociedade.


O ministro só não explicou quais os meios que a sociedade usará para propor a reforma política. Através do Congresso? Se o Congresso é palco neste momento de uma enorme lavagem de roupa suja, como é que a sociedade pode esperar que seja o árbitro de mudanças que começarão por ele mesmo?


Retrocesso


Antes de soltar o verbo de forma tão descuidada, Tarso Genro deveria olhar o seu crachá e o seu cartão de visitas para verificar se o seu cargo ainda é o de Relações Institucionais. Nesta posição seu compromisso funcional é o de preservar e garantir as relações institucionais do governo com os demais poderes, inclusive com a imprensa.


A esta altura, repetir os chavecos chavistas sobre a mídia é um retrocesso. Mais do que isso: é um desacato ao presidente Lula, que há duas semanas comprometeu-se solenemente em preservar a democracia em nosso país.