Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Culpa da imprensa ou da impunidade?

‘Fiquei sabendo de tudo no dia seguinte, pelo jornal.’ Assim se defendeu Carlos Eduardo Lima, o quinto envolvido no bárbaro assassinato do menino João Hélio, no Rio.


Se ele é inocente ou culpado, isso logo será esclarecido. A nós interessa saber que este delinqüente de 23 anos, com diversas passagens pela polícia, flanelinha nas horas vagas, também lê jornais. E se tem o hábito de ler jornais, há alguma coisa de errado nos jornais que lê. Este é um caso de estudo que conviria levar adiante.


Será que a chamada ‘imprensa popular’ está conseguindo convocar a população para enfrentar o crime ou apenas contribui para banalizá-lo? A mídia está dizendo as coisas apropriadas para o seu público, está oferecendo os antídotos contra a violência?


Inocentes


Uma coisa é certa: a chamada ‘imprensa de qualidade’ também não consegue influir no comportamento dos seus leitores, geralmente mais fiéis graças às assinaturas.


Políticos que cometem ilícitos graves – e não são poucos – são inveterados leitores de jornais e, mesmo assim, são reincidentes. Os ‘aloprados’ do Dossiê Vedoin lêem jornais, lêem revistas e, apesar dessa leitura teoricamente moralizadora, compraram um dossiê falso para divulgá-lo num semanário. Tal como o delinqüente Carlos Eduardo, juram que são inocentes.


Culpa da imprensa ou da impunidade arraigada em nossa sociedade?