Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Terça-feira, 18 de dezembro de 2007
IMAGEM DO ANO
Folha de S. Paulo
Foto de menina casada vence prêmio do Unicef
‘Venceu ontem em Berlim o prêmio de imagem do ano do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) uma foto que mostra uma menina de 11 anos casada com um afegão de 40. A foto, feita pela americana Stephanie Sinclair, foi eleita a melhor entre 1.230 outras imagens por sua denúncia de uma prática ‘mundial e terrível’ -a dos casamentos forçados de crianças-, afirmou a primeira-dama alemã, Eva Luise Köhler, citada pelo jornal espanhol ‘El País’.
A foto mostra a garota Ghulam, 11, com olhar de temor a seu marido, sentado a seu lado. Ela é parte de uma série de retratos sobre matrimônios infantis tirados durante dois anos no Afeganistão, Etiópia e Nepal. Segundo o ‘El País’, os parentes de Ghulam decidiram vendê-la para poder alimentar os outros filhos, apesar de se sentirem envergonhados.
A fotógrafa bengalesa Golam Mostofa Bhuiya Akash ficou em segundo lugar com uma imagem sobre a exploração do trabalho infantil em seu país.’
GOVERNO
A autofritura é um dom
‘SÃO PAULO – Coisas estranhas estão acontecendo com ministros de Lula. Tarso Genro desabou em La Paz, e especialistas ainda investigam as causas do desmaio. Não agüentou o discurso de Evo Morales? Foi a altitude? Neste caso a ONU deveria inspirar-se na Fifa e proibir negociações políticas a partir de 2.750 m acima do mar.
Mais intrigante é a situação de Guido Mantega. O ministro da Fazenda derrete, e isso não tem relação aparente com o aquecimento global. O organizador do libertário ‘Sexo e Poder’ entrou num processo bastante raro, na política e na culinária, de autofritura.
Mantega foi acometido por uma nova crise de loquacidade no fim da semana passada. A cada entrevista, uma batatada, e a cada emenda o soneto ia ficando pior. Criou um novo imposto por medida provisória -o que é proibido-, depois confessou que nem PAC nem despesas sociais iriam escapar do facão precipitado pelo fim da CPMF e que outros tributos iriam aumentar.
Sinceridade tem limites, ainda mais quando contraria o discurso do chefe. Lula mandou Mantega fechar a matraca, mas o ministro até agora não assimilou a mensagem. Atribui todo o rocambole que produziu a interpretações erradas da imprensa, sempre ela.
O espectro de Palocci rondou a Fazenda nos últimos dias. O deputado integrou o derradeiro comando de Lula enviado à trincheira oposicionista para tentar salvar a CPMF. O presidente deixou claro que não gostou da condução que Mantega imprimiu ao processo, e o titular da pasta assombrou-se com o encosto do ex. Uns gritam de pavor, outros articulam nos bastidores. Mantega sai falando.
Palocci é como o fantasma de Canterville. Além de Mantega, não assusta ninguém. Por que Lula trocaria um ministro com o dom da autofritura, reciclável -desvia a atenção das barbeiragens cometidas pela Presidência e no dia seguinte está pronto para outra-, por alguém que já virou cinza e nem fogo pega?’
Folha de S. Paulo
Disputa por publicidade do governo envolve 30 agências
‘Com a ausência formal de Duda Mendonça, 30 agências foram oficializadas ontem na disputa pela publicidade institucional do governo federal. Na conta da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), um total de R$ 150 milhões será dividido anualmente pelas três agências a serem escolhidas na licitação.
Os contratos de 12 meses serão prorrogáveis por outros 48 meses.
Três representantes do governo irão analisar os históricos das agências e o material entregue ontem por cada uma delas, sem saber a autoria dos projetos.
‘Pra mim é melhor assim, prefiro trabalhar com mais transparência’, disse Paulo de Tarso, da agência Matisse, que atuou no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da Lew, Lara e de Duda Mendonça, que deixou a conta após o mensalão, em 2005.
O edital da licitação prevê uma proposta de publicidade sobre a revitalização e a transposição do rio São Francisco, que o governo poderá eventualmente utilizar no ano que vem.’
HISTÓRIA
Uma noite, no passado
‘RIO DE JANEIRO – Mais um aniversário do AI-5, na última semana, e não vi nem li muitas reportagens sobre aquele 13 de dezembro de 1968, que mudou a vida nacional e a vida de muita gente, inclusive a minha, que já estava na pior por conta de outra data nefasta, o 1º de abril de 1964.
Acredito que a mídia esteja guardando munição para o próximo ano, que será uma data redonda. Não haverá lugar para nenhum tipo de revisão histórica, há um consenso indestrutível sobre o ato em si e sobre o período totalitário que se seguiu. Em 64, grandes parcelas da opinião pública nacional foram a favor do golpe -na realidade, a maioria o aprovou até mesmo entusiasticamente. Basta uma olhada nos jornais e em alguns livros daquela época.
Em 68, o regime militar, embora sem ainda ter atingido o seu clímax, já precisava apelar cada vez mais para a força e o arbítrio a fim de impor o autoritarismo radical que duraria mais de 20 anos.
Mesmo assim, são arrolados alguns índices de crescimento daquele período, e em diversos setores há uma discreta nostalgia pelo pacote totalitário que esmagou a liberdade pública e a liberdade de cada um.
Como todos os sobreviventes daquele 13 de dezembro, guardo alguns flashes daquela noite. Foram me buscar no Leme, onde então morava. Um major me comunicou que o general comandante da região militar queria falar comigo. Disse que nada tinha a falar com aquela autoridade e duvidava de que o general tivesse realmente algum assunto para conversar comigo. Recebi então o conselho para não criar caso.
Além do conselho, um soldado que fazia parte da escolta apontou-me a sua arma. Com pequenas variantes, o mesmo aconteceu com milhares de brasileiros. Coisas piores ainda viriam nos dias seguintes.’
TODA MÍDIA
Em deterioração
‘O baiano ‘A Tarde’ segue a saúde de d. Luiz Cappio, enquanto o pernambucano ‘Jornal do Commercio’ foca o esforço de negociação. Lula, que até mandou o plano de transposição a Roma para aprovação, fechou o dia na manchete do Globo Online, com mais e mais negociação. Sem suspender a obra, sublinhou o ‘JC’.
O espanhol ‘El País’ deu o apelo ao Vaticano, mas ‘o problema é que a CNBB pediu aos fiéis que se unam ao bispo’. E a ação, destaca a Reuters, ‘ganha apoio’ quanto mais a sua saúde ‘se deteriora’. Diz a AP que ‘centenas se unem à greve de fome do bispo católico’.
Ele ganha até abaixo-assinado com Wagner Moura, o capitão Nascimento, postou Lauro Jardim. Só não anima os blogs políticos, com as ofensas de costume. Ou o ‘Jornal Nacional’, que ainda faz que não existe.
O que o ‘JN’ deu, quando a notícia tomou também os sites, foi a anulação da condenação do assassino confesso da freira Dorothy Stang, na Justiça do Pará. Por ‘cerceamento de defesa’ e ‘falhas na sentença’.
‘ACESSO’
Na Folha Online, Fernando Canzian subiu a Rocinha para ver um show ‘com autorização dos traficantes’. O chefe surgiu no fim, isolou tudo. Diante de tal cena, ‘não há nada a comemorar’ no acesso de milhões à classe C, a manchete de domingo.
PACIÊNCIA, PACIÊNCIA
A crise saiu da home do boliviano ‘La Razón’, cedendo lugar aos ‘acordos de interconexão’ e enunciados de Lula e Michele Bachelet. No papel e site, o brasileiro deu longa entrevista, com o título aspeado ‘Estabilidade de regras facilita o investimento’. Nas agências, eco também para a resposta de que a integração evita ‘apagões’. Do evento, ecoou seu conselho para Evo ter ‘paciência, paciência e paciência’, também aqui, nos telejornais de Globo, Band.
ANTES DE CHÁVEZ
‘Jerusalem Post’ e outros ressaltaram a assinatura hoje do acordo de livre comércio entre Israel e o Mercosul, o primeiro do bloco. Após dez anos, é ‘histórico’. Antes, por aqui, levantou-se que ele foi acelerado para se adiantar à incorporação da Venezuela.
DE OLHO NAS GUIANAS
Após a Guiana, que aceitou arrendar florestas ao Reino Unido, desta vez é a Guiana Francesa o novo alvo do ‘Guardian’. Atacou a ‘corrida do ouro poluidora’ -e, por outro lado, ‘estrangeira’ ou, melhor dizendo, brasileira.
‘G77 + CHINA’
Espalha-se a avaliação de que Bali pouco avançou, mas ontem o ‘Christian Science Monitor’, de Boston, focou uma ‘mudança geopolítica’ no encontro. ‘Os países em desenvolvimento usaram os músculos de maneira sem precedentes’, liderados pelo abrangente ‘G77 + China’.
NORTE, SUL E ETANOL
Artigo no ‘The Herald’, do Zimbabwe, e portal All Africa questionou as pressões do ‘hemisfério Norte’ no ‘Sul global’, por biocombustíveis. Evento no Mali fez ressalvas, citando a cana na Amazônia.
BRASIL VS. EUA
Fim do dia e as agências de Google e Yahoo passaram a noticiar a aceitação na Organização Mundial do Comércio do pedido de Brasil e Canadá para uma investigação dos subsídios agrícolas dos EUA. Pode ser ‘um marco para a OMC, porque o Brasil questiona pagamentos ao etanol’. Seria a primeira decisão sobre energia. Na Bloomberg, os EUA se disseram ‘desapontados’ com Brasil e Canadá.
A PRIMEIRA
Destaque ao longo do dia nos sites de busca de Brasil, o lançamento do foguete VS30, ‘a primeira missão espacial conjunta’ com a Argentina, repercutiu da Voz da América à chinesa Xinhua, da indiana IANS aos argentinos ‘Clarín’ e ‘La Nación’.
O JUÍZO FINAL
Luiz Gonzaga Belluzzo atacou no Terra a ‘soberba midiática que previu o Armagedon’ econômico e institucional pós-CPMF. Tratou todos por ‘jurados do juízo final’ e ‘moralistas trancendentais’.
O BOM-MOCISMO
Já o ‘ex-blog’ de Cesar Maia questionou ‘o bom-mocismo, doença infantil do centrismo’, de José Serra e Aécio Neves, por fazerem ‘oposição ao governo e não ao país’. ‘Jogo de cena’, atacou o prefeito.’
VIDA DIGITAL
Backup: só o que presta
‘SE NÃO for confusão de mente enfeitiçada pela correria da metrópole, é uma brincadeira de mau gosto que a idade me faz: à medida que envelhecemos, os 365 dias do ano passam cada vez mais rápido.
Parece que, justo quando começamos a aprender alguma coisa sobre saborear em vez de engolir sem mastigar o mundico a nossa volta, ele aperta o passo e apressa a vida, apaga os limites entre os dias, os meses e -feliz ano novo, cá (lá) estamos. Sempre haverá quem discorde de tal impressão, possivelmente roncando no sofá enquanto aguarda a chegada da década de 70. Para o saudosista, independente de faixa etária, o único tempo que conta é o passado.
Para quem vive de fato, vai tudo acelerado demais. Quando damos pela coisa, já é 1º de janeiro e curtimos uma ressaca que pode ser tão difícil de evitar quanto a passagem do tempo. Acordamos no ano novíssimo em folha com gosto de guarda-chuva velho na boca, para descobrir que algumas poses lamentáveis, fotografadas no Réveillon em câmeras digitais e celulares, foram distribuídas por blogs, fotologs, orkuts e flickrs internet afora. Neste caso, também, sempre haverá quem discorde; e para esses, com o intuito de evitar qualquer interpretação diversa do texto, afirmo: em hipótese alguma tento insinuar que sofram de ressaca e saiam tortos em fotografias, como ocorre com 90% da humanidade. Viva a diferença!
De qualquer jeito, para o bem ou para o mal, é possível que seus descendentes jamais cheguem a ver suas imagens digitais, a menos que você as imprima e colecione, ou que os sites que hospedam álbuns de fotos virtuais sobrevivam às revoluções por minuto da rede mundial de computadores. Outra vez haverá quem discorde: ‘A internet, assim como a TV, nunca haverá de colapsar’. E aqui concordarei com os discordantes, para tranqüilizá-los e a mim mesma. Mas não deixo de ter meus ataques agudos de cassandrismo, em que imagino a possibilidade de todos os nossos micos fotográficos contemporâneos serem um dia varridos da interface da web e da face da Terra num colapso mais catastrófico do que o alarmado -e nunca ocorrido- bug do milênio.
Quando esse pensamento nefasto me aflige, entro em crise de backup compulsivo e gravo em CDs toda a vidinha eletrônica de que disponho. Incluo no meu baú de reserva não só as fotos, mas textos e músicas também. Tal paranóia tem raízes em um trauma real. Nem sempre fui tão cautelosa, cheguei a perder meu primeiro livro num apagão de computador. Meu editor, então, foi solidário; havia perdido sua tese de mestrado da mesma maneira. Em ambas as situações, fizemos o que tinha que ser feito: recomeçamos.
Curva de rio sujo só junta tranqueira. Por isso tanta gente se apega ao ritual do 31 de dezembro, dá-lhes a sensação de estar nadando noutras águas, mais limpas. Pode ser característica de tempos velozes, ou, pelo contrário, talvez seja mais antigo que o calendário romano -mas algumas coisas têm de ficar para trás. E aí, de novo, fazemos o que tem de ser feito: recomeçamos.’
HOLLYWOOD
Astros usam a rede para apoiar greve
‘Em manifesto a favor dos roteiristas em greve, atores da ‘A-list’ de Holllywood, depois de empunharem placas em piquetes nas ruas norte-americanas, estão usando a internet para demonstrar como a falta de texto afeta seu trabalho.
Em vídeos de menos de quatro minutos, famosos que vão de Woody Allen a America Ferrara, de ‘Ugly Betty’, emprestam seu prestígio para espalhar o seu apoio ao Writers Guild of America (sindicato dos roteiristas dos EUA), em greve desde o início de novembro (veja texto ao lado).
A campanha, intitulada ‘Speechless’ (sem fala), começou no último dia 22 e desde então ganhou 24 episódios, até a conclusão desta edição -os vídeos só devem parar com o fim da greve. O manifesto foi concebido pelos roteiristas George Hickenlooper e Alan Sereboff, do WGA.
Nos curtas, que trazem ainda nomes como Tim Robbins, Harvey Keitel, Susan Sarandon, Sean Penn, Demi Moore e Martin Sheen, a maior parte dos atores fica muda diante da câmera -idéia original dos vídeos de ‘Speechless’- ou se comunica na base do ‘blablablá’, de caretas e mímicas.
Logo no início, porém, os idealizadores perceberam que era melhor deixar que os atores improvisassem, o que gerou alguns vídeos mais criativos, como o que junta Moore, Sheen, Julia Louis-Dreyfuss (ex-’Seinfeld’) e Marcia Cross (‘Desperate’) diante de uma câmera, em um teste em que o diretor (apenas uma voz ao fundo) os faz escolher uma cena de um roteiro em branco.
Sucesso na rede
Ironicamente, muitos dos vídeos feitos sem roteiro acabam virando sucesso na rede -o que traz Woody Allen, por exemplo, colocado há uma semana no YouTube, já havia sido visto cerca de 40 mil vezes no site até o início da tarde de ontem.
O curta feito pelo diretor é um dos destaques do manifesto. Sentado em uma cadeira, olhando fixamente para a câmera, Allen leva uma xícara à boca enquanto a platéia cai na gargalhada, em cena que lembra a sitcom dos coelhos de ‘Império dos Sonhos’, de David Lynch (veja outros destaques no quadro ao lado).
Além de em páginas extra-oficiais, todos os curtas podem ser vistos em speechlesswithoutwriters.com.’
Carta aberta de produtores destaca prejuízo
‘A greve do sindicato dos roteiristas de Hollywood, que começou em 5 de novembro e afeta cerca de 12 mil escritores, foi causada por uma briga pela divisão dos lucros com novas mídias, como vendas de DVDs e pela internet.
Os estúdios, representados pela Alliance of Motion Picture and Television Producers, argumentam que a reivindicação pode prejudicar o crescimento da produção.
Em ‘carta aberta à indústria do entretenimento’, divulgada ontem no site da associação dos produtores (www.amptp.org), eles afirmam que as conseqüências financeiras da greve, que entra na sétima semana, estão cada vez mais sérias, ‘e os roteiristas não estão mais próximos hoje de conseguirem uma participação justa nos rendimentos com novas mídias do que estavam quando a greve começou’.
No site há contadores marcando o prejuízo estimado da greve a roteiristas e equipes de produção: US$ 120 milhões e US$ 206 milhões, respectivamente. ‘Está claro agora que não há ‘vencedores’ nesta greve’, concluem.
Para os espectadores, o efeito imediato é a falta de roteiros para séries de TV, que podem ficar sem episódios novos a partir deste mês, e para programas de entrevista, alguns já em temporada forçada de reprises. Os efeitos no cinema são mais lentos, pois os roteiros são entregues muito antes do início das filmagens -mas alguns longas já foram adiados, como ‘Anjos e Demônios’, inspirado no best-seller de Dan Brown.’
CINEMA
Belmonte diz que sente ‘inveja de Daniel Filho’
‘‘Ai que inveja eu tenho do Daniel Filho!’, murmura o diretor José Eduardo Belmonte, enquanto circula pelo hall do hotel no centro de São Paulo, onde rodaria as cenas do penúltimo dia de filmagens de seu longa ‘Se Nada Mais Der Certo’, na sexta-feira passada.
Não é a regularidade da produção recente de Daniel Filho, com ao menos um filme lançado a cada ano, o alvo da inveja de Belmonte. Nos últimos cinco anos, esse diretor paulista radicado em Brasília concluiu quatro longas, resultado bem acima da média do país, em que os cineastas consomem no mínimo dois anos para cada filme.
Depois da estréia, com ‘Subterrâneos’ (2003), Belmonte rodou ‘A Concepção’ (2005) e ‘Meu Mundo em Perigo’, exibido pela primeira vez no mês passado no 40º Festival de Brasília, onde venceu os Candangos de melhor ator (Eucir de Souza) e melhor filme segundo o júri da crítica.
‘O problema é filmar sem saber se conseguiremos terminar o filme ou mesmo como será o dia seguinte’, diz Belmonte, supondo que Daniel Filho desconheça tal instabilidade, ancorado que está na cadeia de produção de sucessos populares.
‘Se Nada Mais Der Certo’ venceu concurso para a produção de filmes de baixo orçamento promovido pelo Ministério da Cultura. São premiados os melhores roteiros de histórias que devem ser filmadas com até R$ 1 milhão -valor do prêmio oferecido.
A trama de ‘Se Nada Mais Der Certo’ está centrada nas peripécias do jornalista Leo (Cauã Reymond) e do grupo de amigos que gravita em torno dele, desde que suas pretensões profissionais fracassam e ele se torna um estelionatário.
‘Escolha’
‘Ele é um cara que veio da classe média e faz uma escolha. É uma escolha moral’, diz Reymond, descartando a interpretação de que seu personagem seja conduzido ao crime pela ausência de oportunidades em sentido contrário.
Para interpretar os amigos de Leo, Belmonte reuniu ‘vários atores de várias escolas’, como ele mesmo descreve. E para harmonizar as interpretações entre eles, o diretor propôs a todos que ‘encontrassem a freqüência de seu personagem’ e, na hora de interpretar as cenas, se deixassem levar ‘pelo fluxo’. O ‘fluxo’ é algo como a coerência interna do personagem. Na prática, isso quer dizer que Belmonte abre grande espaço às improvisações enquanto filma e pode alterar parcialmente ou por completo uma cena escrita, passando a aceitar as sugestões dos atores.
Impasse
Foi o que ocorreu na última sexta, na cena em que a personagem de Luiza Mariani encontrava-se ‘num impasse’, na descrição do diretor. Sem saber se deveria seguir o mesmo caminho de Leo ou tomar outro rumo, ela se refugia num hotel no centro de São Paulo -expediente usado também por outros personagens de Belmonte em ‘Meu Mundo em Perigo’.
Antes de filmar a cena em que se angustia, toma vinho, ingere comprimidos e chora, Mariani agachou-se na sacada do hotel. O movimento, não previsto pelo diretor, foi incorporado à cena, rodada com a câmera dentro do quarto.
O vidro da janela entre a atriz e a câmera deu à imagem, captada à contraluz, um ar de ligeira indefinição. Privilegiar ‘o desfocado e o não-dito’, disse Belmonte, respondia a outra de suas invejas, pela obra ‘do [diretor italiano Michelangelo] Antonioni [1912-2007], em que tudo é silêncio e não-dito’.
‘Mamute’
Na primeira versão do roteiro de ‘Se Nada Mais Der Certo’, os personagens da história eram oriundos de Brasília. Desinteressados da carreira no serviço público, migravam para São Paulo, em busca de uma vida profissional mais atraente.
Na hora de filmar, Belmonte decidiu não explicitar a procedência dos personagens, deixando claro apenas que são forasteiros em São Paulo.
O diretor diz que desistiu de evocar o conjunto de significados que acompanha toda menção à capital do país. ‘Quando se fala em Brasília, vem um mamute junto. Não quis trazer o mamute’, afirma.’
Para ator, mix de elenco é ‘estranho e rico’
‘‘Em algum momento, você estranha, mas é muito rico’, afirma o ator Cauã Reymond, sobre a mistura de ‘vários atores de várias escolas’ que o diretor José Eduardo Belmonte procurou fazer ao escalar o elenco de seu longa-metragem ‘Se Nada Mais Der Certo’.
Além de Luiza Mariani, que interpreta uma amiga do jornalista Leo (Reymond), protagonista da trama, Reymond contracena sobretudo com João Miguel (‘Cinema, Aspirinas e Urubus’), que vive um taxista, e com Carol Abras (‘Malhação’), uma garota com quem Leo tem ‘uma relação incomum’, descreve o ator.
Em sua terceira experiência no cinema -ele antes participou de ‘Ódiquê?’, de Felipe Joffily, e do inédito em circuito comercial ‘Falsa Loura’, de Carlos Reichenbach-, Reymond afirma que ‘uma das coisas mais bacanas de trabalhar com Belmonte é que o ator pode se permitir’.
A experiência de ‘se permitir’ uma interpretação recheada de improvisos, por exemplo, ‘é um momento angustiante’, diz o ator, ‘mas com a qual você descobre algo novo’.
Ele diz que vivenciou algo assim no dia em que o diretor lhe disse: ‘Você tem 50 segundos para colocar para fora a raiva do Leo’. Como a raiva saiu? ‘Não vou dizer. Veja no filme.’ O lançamento não deve ocorrer antes de 2009.’
TELEVISÃO
Explosão de boate não garante fim do processo contra ‘Duas Caras’
‘A decisão da Globo de explodir a uisqueria de ‘Duas Caras’, onde a personagem de Flávia Alessandra faz a pole dance (dança do poste), não livrará automaticamente a novela do processo de reclassificação que corre no Ministério da Justiça.
As cenas em que a atriz aparece quase sem roupa dançando em torno de uma barra vertical levaram o governo a ameaçar elevar a classificação de ‘Duas Caras’ de 12 para 14 anos. Com isso, a novela teria de ser exibida das 21h em diante, o que não acontece em Estados com fusos horários diferentes do de Brasília. A partir de 9 de janeiro, as emissoras serão obrigadas por lei a respeitar as diferenças de fuso do país.
Na sexta-feira, foi gravada a cena em que a uisqueria é destruída por uma explosão. Em seu blog, o autor Aguinaldo Silva afirma que criará um suspense em torno de quem é o responsável pela explosão, que também irá perseguir as dançarinas. Após a explosão, surgirão na porta as palavras ‘sufocador da piranhas’. A personagem de Flávia Alessandra irá ensinar pole dance em academias de ginástica comportadas.
Compromisso
Na semana passada, um representante da Globo falou sobre ‘Duas Caras’ com o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr. A ele está ligado o departamento de classificação de programação do ministério. Na sexta, a emissora enviou à pasta resposta ao processo de reclassificação. No texto, prometeu se adequar à classificação atual (12 anos), sem detalhar o que seria mudado.
Ontem, o MJ informou que a explosão da uisqueria não tem o poder de encerrar o processo. A decisão, a ser tomada pelos classificadores entre hoje e amanhã, deve se basear em cenas já exibidas e não em futuras (a explosão vai ao ar nesta quinta). Há, contudo, a chance de o processo ser arquivado graças a um acordo entre a Globo e o governo. Mas, para uma corrente do ministério, isso desmoralizaria a portaria de classificação.
Pelas novas regras, a emissora classifica o programa (foi a Globo que estipulou 12 anos para ‘Duas Caras’), e o MJ pode reclassificar se observar algo inadequado. O caso ‘dança do poste’ é visto como um exemplo prático para a população de como as novas regras podem (ou não) ser eficientes.’
Falha técnica do ‘Fantástico’ já está na internet
‘A nova gafe do ‘Fantástico’ já está no site Youtube (www.youtube.com).
Anteontem, enquanto ia ao ar uma reportagem sobre uma mulher com câncer, apareceu o contra-regra do programa passeando pelo cenário. No Ibope, o dominical continuou com desempenho abaixo das expectativas: média de 25 pontos (dados prévios da Grande SP).
O ‘Domingão do Faustão’ registrou 15 pontos e perdeu por 18 minutos do ‘Show do Tom’. Na média, o humorístico da Record teve 11 pontos, contra 13 da Globo.’
Mariana Botta
Minisséries da Globo voltam no Futura
‘Um dos raros tipos de programa da TV aberta que agrada ao telespectador e à crítica, as produções de época e com temas históricos, geralmente exibidas no início do ano pela Globo, serão reapresentadas pelo Canal Futura, no programa ‘Faixa Comentada’, que estréia amanhã sob o comando da atriz Camila Morgado.
A idéia (louvável) é ensinar história do Brasil com o apoio da teledramaturgia de qualidade. Além da reprise dos capítulos, haverá entrevistas com a equipe de produção, direção e elenco e curiosidades sobre as dificuldades de cada época e a experiência de retratá-la.
A primeira minissérie a ir ao ar, em três episódios de uma hora e meia, é ‘Caramuru – A Invenção do Brasil’ (2000), com Selton Mello, Camila Pitanga e Deborah Secco. Dirigida por Guel Arraes e Jorge Furtado, mostra com bom humor o choque cultural entre europeus e índios no século 16.
Em janeiro volta ‘A Muralha’ (2000), de Maria Adelaide Amaral, que mostra a ação dos bandeirantes em São Paulo no século 17. Tarcísio Meira, Letícia Sabatella e Stênio Garcia estão no elenco. Também em 2008 -ainda sem data definida- será reprisada ‘Chiquinha Gonzaga’ (1999), que volta ao século 19 para contar a história da artista considerada a fundadora da música popular brasileira.
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FAIXA COMENTADA
Quando: amanhã, quinta e sexta, às 21h30
Onde: Canal Futura’
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O Estado de S. Paulo
Terça-feira, 18 de dezembro de 2007
GOVERNO
Gil vai conversar com Lula sobre saída da Cultura
‘O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse ontem no Rio que vai conversar com Lula amanhã sobre sua possível saída do ministério. Ele não quis entrar em detalhes. ‘Vamos tratar deste e de outros assuntos’, desconversou Gil, que esteve na cidade para o lançamento do Programa de Fomento ao Circo e as comemorações dos 25 anos da Escola Nacional de Circo, que pertence à Fundação Nacional de Artes.
O motivo da saída seria seu problema nas cordas vocais, segundo declarou recentemente. O trabalho como ministro estaria atrapalhando o de cantor, já que ele força a voz por conta de palestras, entrevistas e cerimônias oficiais. Gil quer que o secretário-executivo, Juca Ferreira, assuma seu posto.’
Gerusa Marques e Beatriz Abreu
Fim da CPMF não atinge a TV digital, diz Costa
‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse acreditar que a idéia do governo de desonerar equipamentos de TV digital, entre eles os conversores, não deverá ser adiada por conta da queda da CPMF. ‘O que é muito importante é muito importante, não pode ser cortado’, disse. Segundo ele, o programa de inclusão digital passa necessariamente pela TV digital e, portanto, ela tem de ser popularizada. ‘Para isso, os conversores têm de ter um preço mais acessível’, defendeu. O governo espera que o preço dos conversores fique abaixo de R$ 200.
Costa acredita que o governo ampliará a lista de desoneração para vários equipamentos de TV digital, principalmente porque as emissoras de TV já fizeram encomendas dentro da proposta de desoneração. Os descontos chegariam a 17%, com cortes no Imposto de Importação (II), no Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e no PIS/Cofins.
Costa avalia que ‘faltou uma política industrial’ para preparar o mercado brasileiro para receber a TV digital. ‘Ninguém acreditou que pudesse acontecer tão rapidamente. Nem as empresas do pólo de Manaus acreditaram.’ Segundo o ministro, os conversores estão esgotados em São Paulo, onde a TV digital foi lançada no início do mês. ‘Foram vendidos mais de 50 mil na primeira semana. Se tivessem 200 mil, venderiam 200 mil’, afirmou. Mas o ministro evitou apontar responsáveis pela falta de política industrial. ‘Nossa parte, que era puramente técnica, nós cumprimos.’’
MÍDIA FRANCESA
Sarkozy tem caso com cantora, dizem jornais
‘O presidente francês, Nicolas Sarkozy, de 52 anos, estaria tendo um caso com a cantora e ex-modelo Carla Bruni (foto), de 39, informaram ontem os jornais franceses. Os dois foram flagrados juntos no sábado no parque Eurodisney e a foto foi publicada na capa dos principais diários. Há dois meses, Sarkozy divorciou-se de sua segunda mulher, Cécilia.’
CINEMA
Rodrigo Santoro vem aí. Em espanhol
‘Na quarta-feira à noite, Rodrigo Santoro chegou (tarde) a São Paulo, para participar de um evento. Na quinta de manhã, por volta de 9 horas, já aguardava o repórter na porta do hotel. A entrevista foi realizada no carro do jornal, a caminho de Congonhas, e prosseguiu no lobby do aeroporto, entre pedidos de autógrafos e de fotos. Apesar do boné e dos óculos escuros, Rodrigo foi reconhecido pelo público e as mulheres ficaram particularmente alvoroçadas – se fosse um teste de popularidade, teria sido aprovado com louvor. O mais internacional dos atores brasileiros teve de antecipar a entrevista porque tinha pressa de chegar ao Rio. Ao meio-dia, tinha outra entrevista marcada no consulado dos EUA. Rodrigo Santoro precisava tirar rapidamente um visto para trabalhar na ‘América’. Embora o próximo filme só seja rodado no ano que vem, algumas cenas terão de ser feitas antes do Natal.
Não será um filme qualquer. The Post Grad Survival Guide vai assinalar a estréia na ficção de live action de Vicky Jenson, co-diretora, com Andrew Adamson, do primeiro Shrek, que arrebentou nas bilheterias e deu origem à série de animação mais bem-sucedida de todos os tempos. ‘Será uma comédia romântica, mas não tradicional. É mais sobre família, numa linha meio Pequena Miss Sunshine, só que menos independente, mais mainstream’, define o ator. Rodrigo mal teve tempo de ficar alguns dias no Brasil, descansando e namorando com a top Ellen Jabour. Os últimos meses foram de muita atividade para ele, mas é o tipo do cansaço que muita gente adoraria estar sentindo. Depois de 300 e do filme inédito com David Mamet – Redbelt -, Rodrigo assumiu sua latinidade. Primeiro, fez um papel importante, o de Raul Castro, irmão do Comandante Fidel, nas duas partes do épico de Steven Soderbergh sobre Che Guevara – O Argentino e Guerrilha. Na seqüência, filmou na Argentina com Pablo Trapero, em ambos os filmes falando espanhol.
‘Esse projeto sobre o Che já vinha se arrastando, porque o (ator) Benicio Del Toro não conseguia viabilizar a produção de um filme de Hollywood com elenco latino, falado em espanhol. Soderbergh assumiu e tocou o projeto rapidamente. Eu, de cara, fiquei chapado com a possibilidade de fazer teste, mas não quis arriscar com o meu portunhol. Tinha outros compromissos profissionais no Brasil e aproveitei para arranjar um professor de espanhol que, para minha alegria, era cubano e já me preparou para o espanhol que se fala na Ilha.’ Quando bateu à porta do escritório de Soderbergh, a fase de testes de elenco já estava superada. Rodrigo apelou. ‘Disse para ele que, se ia fazer um filme sobre o Che, que pregava a revolução internacionalista, não poderia deixar o Brasil, como maior país da América Latina, de fora.’ Soderbergh tinha só um papel que ainda restava meio indefinido, o de Raul Castro. Por conta própria, Rodrigo decidiu vestir a camiseta do irmão de Fidel.
Com seu amigo (e instrutor em filmes como Bicho de Sete Cabeças, Carandiru e Não por Acaso), ele foi para Cuba, pesquisar. Teve sorte. Por meio de ligações conseguidas através de Orlando e Conceição Senna, ele se movimentou com alguma desenvoltura na Ilha. Foi à casa em que Fidel nasceu, hoje transformada em museu, e teve a sorte de encontrar um historiador que sabia tudo sobre o Comandante e seu irmão. Não bastava. Viajando de jipe e, depois, no lombo de um jegue, porque o acesso é muito difícil, Rodrigo foi à chamada ‘comandância’, encravada no coração da Sierra Maestra, de onde Fidel comandou a revolução de 1959. Os galpões foram transformados em museu, mas não é apenas a difícil localização que torna a aventura de conhecer a comandância algo tão complicado. ‘Não é aberta para todo o mundo. É precioso autorização para conhecer o local.’
Rodrigo Santoro encantou-se com sua experiência cubana. ‘Não quero fazer nenhuma avaliação ideológica nem política. Falo do que vi. Vi pobreza, pessoas fazendo extensas filas para comprar um pão, mas não miséria. Pegava aquelas bicicletas transformadas em táxis e me impressionava com a cultura daquela gente. Teve um sujeito que era filósofo e não tinha nenhuma amargura por estar falando de filosofia comigo, e não com colegas acadêmicos. O povo cubano é muito parecido com o brasileiro, e com o carioca, em especial. Eles têm uma alegria muito grande, uma capacidade de improvisação enorme. E muita gente, apesar de tudo, ama Fidel.’
A filmagem foi fascinante. ‘Soderbergh planeja muito, mas deixa uma margem de liberdade muito grande para o ator, principalmente num filme como este, falado em outra língua e cujo tema é a revolução.’ É o mais incrível no díptico O Argentino/Guerrilha. Em plena era George W. Bush nos EUA, num mundo globalizado em que a economia de mercado dita as regras, Soderbergh e Benício Del Toro, o seu Che Guevara, vão vir com uma obra totalmente na contracorrente. ‘Acho que o filme pode despertar muita polêmica, mas foi bacana de fazer. Nunca me senti tão latino-americano como naquele set, trabalhando com atores e técnicos de toda a América Latina. Do ponto de vista pessoal, foi uma das experiências mais enriquecedoras de minha carreira.’
E tudo ocorreu rapidamente. Em agosto, Rodrigo soube que tinha conquistado o papel, filmou em setembro em Porto Rico, com direito a mais uma semana no México. Mal teve tempo de desvestir a pele de Raul Castro e já estava em outro projeto latino. Indicado por Walter Salles, foi fazer uma participação pequena, mas importante, no novo filme do argentino (como o Che) Pablo Trapero, Leonora. Waltinho ama o diretor de El Bonaerense e Família Rodante. A Videofilmes distribui no Brasil o ótimo Nascido e Criado, com o qual Trapero concorreu (e foi premiado) no recente Festival de Gramado. O novo filme é basicamente sobre mulheres encarceradas. Rodrigo faz o único personagem masculino, também um preso. ‘Foi como voltar à cadeia de Carandiru’, ele conta. E, desta vez, precisou falar um espanhol com acento portenho. ‘Adeus, portunhol. Estou ficando fera em espanhol, e encaro os sotaques. Mas não foi no mole, não. Tudo isso me custou muito trabalho.’
Seu nome é aplicação. Rodrigo Santoro tenta tirar o máximo de prazer da sua profissão de ator, mas a leva muito a sério. Está sem planos imediatos para o Brasil, exceto os projetos com o diretor, de cinema e TV, Luiz Fernando Carvalho. ‘Vou fazer um Quadrante com ele (NR – É o projeto do diretor de mapear o Brasil por meio de autores de diferentes regiões. Começou com Ariano Suassuna, A Pedra do Reino; vai prosseguir agora com Machado de Assis, Capitu; e depois com adaptações de Milton Hatoum e Sérgio Faraco), mas nosso grande sonho é o teatro. Luiz Fernando comprou os direitos de uma peça de Marguerite Duras que vamos montar, espero que no ano que vem.’ Rodrigo filma por estes dias com Vicky Jenson, mas volta para o Brasil para o Natal. ‘É sagrado – não deixo de passar o Natal com a família.’’
TELEVISÃO
Record no exterior
‘A Record fecha o ano de 2007 com boa perspectiva para a exibição de suas novelas no exterior em 2008. Segundo o diretor de Vendas Internacionais, Delmar Andrade, o resultado superou as expectativas.
‘A emissora negociou um contrato de cinco anos com a Red Pat (um dos maiores canais da Bolívia) para a exibição de novelas no país.’ No momento, o canal exibe Prova de Amor, e Vidas Opostas deve entrar na grade em 2008.
O sucesso de Vidas Opostas garantiu uma ampla abertura no mercado internacional. ‘Antes mesmo de seu término no Brasil, a exibição já estava garantida no Peru, Venezuela e outros canais na América Latina e Leste Europeu’.
O Uruguai foi outro bom parceiro. Com quatro novelas em seus canais, o país assinou um contrato exclusivo por mais quatro anos.
A exibição de A Escrava Isaura foi bem na TV chilena, chegando a marcar 50 pontos de pico no ibope e sua reexibição já está garantida. O país negocia ainda a transmissão de mais três novelas da emissora.
A Escrava Isaura estreou também na Armênia. A novela apresenta hoje um share de 53,7%.’
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