Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fim de ano em clima de paz

O presidente da República e a imprensa chegam ao fim do ano em clima de paz.


O café da manhã com repórteres, promovido na quinta-feira (20/12) no Palácio do Planalto, transcorreu em ambiente de cordialidade, e a celebrizada habilidade de Lula para as conversações improvisadas dominou o encontro.


Apesar de não ter sido permitido anotar ou gravar a conversa, o presidente respondeu a todas as perguntas com bom humor durante uma hora e meia, e até propôs algumas pautas aos jornalistas.


No encerramento do ano em que sofreu sua maior derrota no Congresso, com a extinção da CPMF, o presidente também parece ter retomado as condições para uma política de comunicação mais apropriada.


Segundo o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o único representante do ministério a participar do encontro, o presidente concedeu em 2007 152 entrevistas, 60 a mais do que no ano anterior.


Mas Lula se referiu de passagem ao ano de 2004, quando anunciou o ‘espetáculo do crescimento’ e passou os doze meses apanhando da imprensa por causa disso.


No final, cobrou o reconhecimento de que o crescimento, afinal, está acontecendo.


Informação e opinião


Relações respeitosas entre a imprensa e o poder são um pressuposto da democracia.


Até aqui, o governo petista e a mídia vêm convivendo às trombadas, com a imprensa reclamando da falta de contatos mais freqüentes com o presidente e Lula se queixando de perseguições e má-vontade da imprensa.


O ápice dos desencontros neste ano aconteceu durante o processo de votação da CPMF, quando a mídia, claramente, se posicionou contra a prorrogação.


Além do espaço preferencial concedido à oposição, os jornais acabaram pecando por dar destaque a especulações sobre vinganças do governo e aumento da carga tributária após a derrota no Senado.


Na quinta-feira, na conversa com os repórteres, Lula colocou uma pedra sobre o assunto e afirmou que não vai propor nenhum pacote econômico para superar a falta dos 40 bilhões de reais que entravam nos cofres públicos todos os anos.


Os jornais agasalharam as ponderações do presidente.


Quem sabe, inauguramos 2008 com uma imprensa mais interessada em informação do que em opinião.


E com um presidente mais disposto ao diálogo do que ao discurso.

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Jornalista