A escolha de Vladimir Putin pela revista Time como personalidade do ano merece algumas reflexões sobre os seus padrões de jornalismo e os padrões de jornalismo vigentes no mundo. Não é a primeira vez que a revista que revolucionou a imprensa semanal escolhe como figura do ano uma personalidade não apenas controversa, mas claramente oposta ao exercício do jornalismo livre.
Putin não é o primeiro ditador festejado pela revista Time: Hitler e Stalin também foram.
Time jamais escondeu suas preferências conservadoras, mas ao festejar o novo czar da Rússia, adota a mesma estratégia à qual se entregam outros veículos em processo de decadência: quer fazer barulho, chamar a atenção.
Não se trata de uma opção jornalística, mas de uma opção marqueteira. Não houve eleição, foi uma decisão da diretoria da publicação.
O fato de Al Gore ter ficado em segundo lugar, é uma jogada política para favorecer os grupos empresariais americanos que detestam a defesa da ecologia e a defesa do meio ambiente.
O jornalismo mundial já viveu momentos mais dignos e mais decentes.