Hugo Chávez é um mestre em matéria de orquestrações políticas, talvez o maior do hemisfério sul. Com ou sem socialismo bolivariano, quando – ou se – deixar a presidência da Venezuela Chávez terá certamente um emprego garantido à frente de uma multinacional de promoções políticas.
Os primeiros adiamentos do ‘resgate’ dos seqüestrados pelas FARC foram utilizados esplendidamente para aumentar a expectativa mundial em torno de uma operação à qual ele deu intenso colorido épico-militar. Porém, as novas delongas anunciadas no domingo (30/12) à noite empurraram a entrega dos reféns para perto do réveillon.
O barulho dos fogos de artifício pela passagem do ano, à meia-noite de segunda-feira (31), e a inevitável ressaca de terça não garantem manchetes espetaculares. Mas o homem é um craque: o novo adiamento talvez tenha sido intencional porque aproxima o evento que ocorrerá em Villavicêncio, Colômbia, das primárias americanas no estado do Iowa.
Chávez é um malabarista, sempre dá a volta por cima. Sabe usar a mídia. É uma lástima que não goste dela.
Leia também