Quando a mais antiga enciclopédia em língua inglesa anunciou, em março, que deixaria de ser impressa após 244 anos de existência, havia quatro mil pacotes da última edição de 2010 em um armazém nos EUA. Menos de três semanas depois, a maior parte das coleções de 32 volumes da Enciclopédia Britannica se esgotou.
O pico nas vendas da tradicional enciclopédia, nos EUA, ocorreu em 1990, quando chegou a 120 mil kits. A internet mudou, no entanto, o modo de se fazer pesquisa no mundo inteiro – a enciclopédia online Wikipedia, por exemplo, já completou 11 anos. Antes do anúncio do fim da edição impressa da Britannica, em 13/3, as vendas eram fracas – cerca de 60 coleções por semana, a 1.400 dólares. Desde então, elas passou a vender 150 por dia, pelo mesmo preço. Restaram mil coleções no armazém, que a empresa espera esgotar até o fim de abril. A Britannica agora ficará disponível apenas na internet: a assinatura anual custa 70 dólares, e já foram lançados aplicativos de até 4,99 dólares por mês.
As enciclopédias estão sendo compradas, em grande parte, não por instituições de ensino ou bibliotecas, mas por consumidores individuais, que pagam o preço cheio com cartão de crédito. “Quando eles pensavam que [a Britannica] estaria aí para sempre, não havia pressa em comprar uma”, diz o presidente da empresa, Jorge Cauz. “Mas agora, repentinamente, é um item raro”. Informações de Julie Bosman [Media Decoder, New York Times, 1/4/12].