Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O foguete e a visita que não deram certo

Mais de 50 jornalistas estrangeiros aceitaram convite para celebrações de gala na Coreia do Norte na semana passada, marcadas para exaltar o centenário do fundador do país, o já falecido Kim Il-sung, a ascensão de seu neto Kim Jong-un a cargos de alta liderança e o lançamento de um foguete para colocar um satélite em órbita.

Seria uma rara oportunidade para profissionais de imprensa e para o público de dar uma espiada no tão recluso país – e também testemunhar o lançamento de um foguete. No entanto, os jornalistas não viram nem o lançamento do foguete (nem sua desintegração no ar minutos depois), pois haviam sido trancados em uma sala de imprensa de um hotel, do qual não tiveram permissão de sair por mais de três horas.

Os guardas não deram nenhuma informação e os repórteres só ficaram sabendo do que aconteceu por mensagens, emails e telefonemas de colegas da Coreia do Sul e dos editores em seus respectivos países. “Agora em uma situação bizarra, com guardas norte-coreanos me perguntando se o foguete foi lançado”, tuitou o correspondente da BBC News, Damian Grammaticas. Richard Engel, correspondente-chefe da NBC News, escreveu no Twitter que os guardas do governo não tinham ideia do que havia acontecido.

O fracasso no lançamento não foi o único problema que o departamento de relações públicas do governo teve que enfrentar no tour com a imprensa internacional. Na quinta-feira passada, uma caravana de três ônibus que levaria os jornalistas até o Centro de Informação de Música de Hana – estrutura em mármore onde o pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il, fez uma de suas últimas aparições públicas – pegou o caminho errado e foi parar em uma favela da cidade. Informações de Rick Gladstone [The New York Times, 14/4/12].