O repórter assistente Daniel Slotnik é um dos responsáveis pela seção de obituários do New York Times. Quando um obituário não é publicado, é Slotnik que normalmente avisa aos familiares. “Geralmente você dá os pêsames e diz que, infelizmente, o espaço é pouco e apenas um certo número de obituários pode ser publicado. Nunca sugerimos que um obituário não é válido”, explica.
O valor humano não é o único que conta na escolha, mas também a influência, o inconvencional e algum aspecto que renda um bom texto. Para redatores, obituários são o oposto de uma notícia regular: não estão amarrados a um tema ou instituição, longe dos sinais insistente do presente. “Em obituários, você está lidando com algo novo todo dia e um campo que normalmente não conhecemos: um banqueiro, um dançarino moderno, um cartógrafo”, comenta Margalit Fox, que escreve obituários no NYTimes há oito anos. “É um ato muito íntimo. Você começa o dia encontrando um estranho cujo trabalho você pode não conhecer e de quem pode nunca ter ouvido falar, e de repente seu editor lhe entrega arquivos e uma pauta”.