Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas da IstoÉ
entram em greve


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Comunique-se


Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


ISTOÉ EM GREVE
Marcelo Tavela


Editora Três: aviso de greve e venda indefinida


‘Os funcionários da Editora Três decidiram fazer uma nova paralisação, na terça-feira (27/02), até que a situação da empresa seja definida e seu novo dono, conhecido. O presidente da Três, Domingo Alzugaray, anunciou na sexta-feira (23/02) que a empresa seria vendida ainda esta semana, mas até a noite de terça o nome do novo controlador ainda não foi revelado. A única certeza é que os salários atrasados só serão pagos quando a editora trocar de mãos.


Funcionários da empresa chegaram a pensar que conheceriam logo o novo dono, mas, diferente do que foi noticiado na segunda (26/03), o Grupo Camargo de Comunicação, associado ao Grupo Bandeirantes, continua como um dos possíveis compradores, junto ao Banco Opportunity, de Daniel Dantas. E Nelson Tanure e sua Companhia Brasileira de Mídia (CBM), que chegaram a ser descartados, voltaram ao páreo.


Alzugaray, representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e editores das principais revistas da empresa se reuniram do início da tarde de terça até às 21h tentando conseguir alguma definição. O presidente da editora reafirmou, sem citar nomes, que três grupos estariam interessados em comprá-la. Perguntado se algum novo nome teria entrado nas negociações, Alzugaray afirmou que os três grupos são os mesmos já apontados pela imprensa.


Aviso de greve


Sobre os salários atrasados, Alzugaray disse que, talvez após o dia 12/03, possa pagar alguma parcela, mas que a dívida só será quitada pelo novo proprietário – o que pode demorar ainda mais em decorrência dos trâmites legais da compra.


Com a indefinição, e a aproximação do dia 05/03, data agendada para o pagamento de parte dos salários de fevereiro, os funcionários decidiram, em uma votação de 75 contra 3, parar de trabalhar até que a direção da empresa dê uma posição oficial sobre os novos controladores e sobre os salários. Participaram da decisão funcionários da matriz em São Paulo e das sucursais do Rio de Janeiro e Brasília.


Uma assembléia está marcada para as 13h de quarta-feira (28/02), onde será decidido, inclusive, se as revistas da Editora Três sairão na próxima semana. O Sindicato entrará com um aviso de greve, dando um prazo de 48 horas para que se haja alguma resolução sobre os salários atrasados. Caso contrário, a greve será decretada.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cúpula da Cultura ameaça cortar jornais


‘O diretor de jornalismo da TV Cultura, Albino Castro, anunciou em reunião com editores da emissora, anteontem à noite, que a cúpula da TV pública paulista lhe encomendou um corte drástico na duração dos telejornais da casa, das cerca de três horas atuais para apenas 40 minutos diários. Castro também avisou que deverá haver demissões no setor.


A informação foi interpretada na Cultura como uma movimentação de Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta (FPA), entidade mantenedora da emissora, para tentar se manter no cargo.


Mendonça já recebeu sinais do Palácio dos Bandeirantes de que o governador José Serra não o quer mais na presidência da FPA. Mendonça não está conseguindo sequer marcar encontro com o governador.


Ao encomendar o corte no jornalismo, Mendonça estaria pressionando Albino Castro a deixar o cargo e, assim, tentando agradar ao governador.


As eleições na FPA devem ocorrer em abril ou início de maio. A diretoria da fundação é eleita por um conselho independente. Mas, como o Estado de São Paulo é a principal fonte de financiamento da Cultura, dificilmente um presidente da instituição consegue se eleger, ou se manter no cargo, sem o apoio do governo estadual.


Procurado pela Folha, Albino Castro negou que esteja sendo pressionado a cortar os telejornais da Cultura.


NOVELA QUENTE ‘Páginas da Vida’ deu 55 pontos no Ibope anteontem. É uma audiência gigantesca, mas nada excepcional para na última semana de novela das oito. ‘Páginas’, que perdeu audiência em seus últimos meses, já tinha dado 56 pontos num capítulo de sua primeira fase.


ISSO É INCRÍVEL 1 O Ministério da Justiça reclassificou no ‘Diário Oficial’ de ontem ‘As Quebradeiras’, da MTV, como impróprio para menores de 16 anos, inadequado antes das 22h.


ISSO É INCRÍVEL 2 O ‘reality show’, repleto de palavrões, havia sido classificado anteriormente como livre. O curioso é que o pedido de reclassificação partiu da própria MTV. O ‘normal’ são as emissoras pedirem o contrário.


INSTANTÂNEO 1 O apresentador Amaury Jr., da Rede TV!, obteve na Justiça uma liminar que obriga a Editora Escala a deixar de publicar a revista ‘Flash’ e suas ‘satélites’, como a ‘Flash Casa’. Em novembro, o jornalista rompeu com a editora, acusando-a de desvirtuar projeto editorial.


INSTANTÂNEO 2 A Editora Escala informa que desconhecia a existência da liminar até a tarde de ontem. Por isso, não se manifestou sobre a decisão. A empresa afirma que a marca ‘Flash’ é dela.


ENIGMA A Band estréia em março o programa ‘É Verdade ou É Mentira?’. Semanal e noturna, a atração apresentará histórias falsas como se fossem verdadeiras e outras aparentemente absurdas, mas que são reais.’


Laura Mattos


TVs resistem a respeitar fusos do país


‘As redes de TV ainda não começaram a se preparar para cumprir a determinação do governo federal de exibir suas programações de acordo com o fuso horário de cada região. Elas são contrárias à norma, que classificam como censura.


A partir de 13 de maio, quando entra em vigor a nova portaria de classificação de programas de TV, a novela das 21h (não adequada a menores de 14 anos), por exemplo, não poderá mais ir ao ar às 20h em Estados como Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e às 19h no Acre e em parte do Amazonas.


No horário de verão, que dura quatro meses, a programação é exibida ainda mais cedo do que o permitido pela classificação do governo. O Nordeste, que não adota o horário de verão, veicula os programas uma hora antes do admitido (a novela das 21h vai ao ar às 20h).


A portaria classifica os programas como não recomendados para antes das 20h (inadequado a menores de 12 anos), 21h (14 anos), 22h (16 anos) e 23h (18 anos). Mais de um terço das crianças e adolescentes do país moram nas regiões que veiculam a programação mais cedo do que o recomendado, em razão dos diferentes fusos.


Levantamento realizado pela Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) a pedido da Folha aponta que há 26,64 milhões de pessoas de zero a 17 anos nesses locais (incluindo o Nordeste). Em todo o país, são 60,96 milhões nessa faixa (dados do Censo 2000 do IBGE).


A Andi defende que a portaria protege crianças e adolescente de conteúdos inadequados na TV, como excesso de sexo e violência, e que torna iguais os direitos da infância nos diferentes Estados.


A regra do fuso é o principal motivo para que as redes se oponham à portaria e à obrigatoriedade de cumprir os horários determinados pela classificação do governo.


A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) afirmou à Folha que ‘há grandes dificuldades técnicas em realizar transmissões diferenciadas em razão de fuso horário’. Segundo a entidade, ‘as maiores prejudicadas seriam, sem dúvida, as afiliadas locais’.


Além disso, defende que essa norma fere a ‘liberdade de expressão’ e que os pais têm ‘o direito e a obrigação de zelar pelo que seus filhos assistem’.


Há meios de fazer


Nem as redes nem a Abert responderam o que teria de ser feito para que cada região tivesse um diferente horário de programação. Executivos de duas redes, que pediram para não ser identificados, explicaram à Folha o mecanismo.


As TVs retransmissoras dos locais afetados teriam de gravar a programação por meio de um software (programa de computador) e exibi-la com atraso em relação ao horário de Brasília. Assim, o Acre, por exemplo, mostraria tudo com duas horas de atraso (três no horário de verão), e a novela classificada para as 21h seria então exibida nesse horário.


Um ajuste teria de ser feito com os telejornais, para que fossem ao vivo em todo o país. O ‘Jornal Nacional’ continuaria no ar às 18h no Acre (17h no horário de verão), como é atualmente. Para isso, as retransmissoras teriam de alterar a ordem de alguns programas. Os comerciais do telejornal não poderão trazer conteúdo inadequado a esse horário. Outra solução é exibir a propaganda do jornal em outro programa, veiculado mais tarde. Para isso, seria preciso negociar antes com anunciantes.


A Folha apurou que algumas TVs regionais vêem com bons olhos a medida, especialmente porque há a possibilidade de criar novos espaços à programação regional e à conseqüente venda local de anúncios.


Já as redes esperam que a regra seja derrubada na Justiça. O Supremo Tribunal Federal ainda analisará ação movida pela OAB contra a obrigatoriedade de exibir programas em horários fixados pelo governo.’


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Para redes, norma fere a Constituição


‘A Folha perguntou, na semana passada, à Globo, Record e Band como estão se preparando para exibir a programação de acordo com cada fuso horário. A Globo afirmou que quem se pronunciaria seria a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV). Record e Band não responderam até o fechamento desta edição.


A Folha fez à Abert, por e-mail, seis questões para saber se e como as TVs estão se preparando para respeitar o fuso e qual é a dificuldade para cumprir a regra. A entidade respondeu com uma nota:


‘A Abert acredita que a imposição de horários para a exibição de programas afronta a Constituição e confia que assim se pronunciará o poder judiciário. A posição das emissoras não tem motivação econômica. Seu objetivo é assegurar o direito de continuar a transmitir sua programação com respeito ao princípio da liberdade de expressão e com responsabilidade, em rede para todo o território nacional, como garante a legislação pertinente. Além disso, há grandes dificuldades técnicas em realizar transmissões diferenciadas em razão de fuso horário. As maiores prejudicadas com essa imposição da portaria seriam sem dúvida as afiliadas locais. De qualquer forma, a questão do fuso não se distingue da filosofia geral da liberdade de expressão, associada ao direito e à obrigação de os pais zelarem pelo que seus filhos assistem. A qualquer hora do dia, deve haver um responsável zelando pelas crianças’.’


CONY POR RUY CASTRO
Ruy Castro


Impróprio para menores


‘Uma vez tiete, sempre tiete. Sou leitor de Carlos Heitor Cony há tanto tempo que às vezes me pergunto se não saltei direto da cartilha para seus livros. Não foi assim, mas quase. Comecei a ler Cony em 1961, quando ele surgiu no ‘Correio da Manhã’, do Rio, escrevendo dia sim, dia não, uma crônica genericamente intitulada ‘Da Arte de Falar Mal’. Era um permanente e implacável exercício de niilismo, tão hilariante quanto sedutor e, quem sabe, impróprio para menores -como eu, que tinha 13 anos e me identifiquei para sempre com esse traço de Cony.


Não muito depois, também fui parar na imprensa e fiquei seu amigo. Calhou que, em 1969, ele fosse meu editor numa revista e, em 1970, eu fosse editor dele, em outra. Mas o maior período em que trabalhamos juntos foi na redação de ‘Manchete’, em mesas contíguas, entre 1970 e 1973. Depois, cada qual seguiu seu caminho, mas nunca sumimos um do outro por muito tempo, ligados por várias fixações em comum.


Uma delas é a de que somos os únicos membros do informal fã-clube carioca de Nacio Herb Brown, o compositor de ‘Cantando na Chuva’. Outra é a admiração por Ary Barroso, Otto Maria Carpeaux, Mario Filho e pelas coxas de Silvana Mangano em ‘Arroz Amargo’. E ainda outra é a facilidade para rir de nós mesmos, principalmente quando trocamos confidências, verídicas ou imaginárias. Mas chegará o dia em que, em vez de confidências, trocaremos sintomas.


Até hoje guardo os ‘Da Arte de Falar Mal’ originais, tirados do ‘Correio’. São recortes de mais de 40 anos e, incrível, sem aquelas manchas amarelas. A prosa de Cony também continua enxuta, indistinguível do material que ele produz há anos para a Folha. Revezar com ele neste espaço não será apenas uma honra, mas uma parada.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


A síndrome da China


‘O blog do ‘Wall Street Journal’ não demorou para batizar a queda na bolsa de Xangai, que levou o globo, de ‘a síndrome da China’. Na manchete do site o dia todo, era explicada pela realização de lucros antes de eventuais ‘tentativas do governo de esfriar alta’. Para Nova York e o resto, outras razões eram acrescentadas, como as ‘angústias geopolíticas’ com o Irã ou a redução nos pedidos de bens duráveis nos EUA. Ou o alerta de Alan Greenspan, ex do banco central, para uma ‘possível’ recessão, notícia ‘+ lida’ do ‘WSJ’ de ontem. De seu lado, o ‘Financial Times’ deu como motivações para a queda, da China aos EUA e Europa, ‘temores de supervalorização [nas ações] e de crescimento global menor e atritos com Irã’. Além, claro, dos bens duráveis. Aqui e ali, em ambos e outros sites, observações na linha ‘a China lembrou todo o mundo de que há riscos nos mercados emergentes’.


Demorou, mas a ‘síndrome’ tomou as manchetes no Brasil. E o humor surrealista de Tutty Vasques, no iG, postou que ‘a proximidade do fim do mundo reduz o pedido dos bens duráveis’ e agora ‘tudo é pra já’.


NO BANCO CENTRAL


Quem não se abalou com a China, até pelo contrário, foi o presidente do Banco Central, ao ser questionado ontem por Aloizio Mercadante, dos sites às TVs. A Reuters espalhou pelo mundo que o episódio, para Henrique Meirelles, é ‘aviso de que não podemos basear as nossas políticas em sinais de euforia temporária’.


O senador petista cobrou queda nos juros. O senador tucano Arthur Virgílio apoiou a estratégia de Meirelles.


E NO FMI


O ‘Valor’ noticia que Paulo Nogueira Batista foi indicado por Lula para o FMI, o que vem ecoando nas agências, sem sequer ouvir Meirelles. Para o jornal, ‘ele chega a um Fundo em profunda crise’, mas o ‘desafio é ser ouvido’.


E o ‘FT’ noticia que o FMI foi ‘duramente’ criticado por uma comissão independente criada pelo próprio Fundo. O relatório, ontem, cobrou que deixe a ação nos países pobres apenas com o Banco Mundial.


TODA A POTÊNCIA


O serviço de monitoramento de mídia da BBC destacou a avaliação do uruguaio ‘El País’, de que Lula ‘ouviu o que queria’ em seu encontro com Tabaré Vázquez. Para os argentinos ‘Clarín’ e ‘La Nación’, ele ‘voltou mais tranqüilo a Brasília’, em meio aos ‘sinais de coincidências políticas e comerciais’. O também argentino ‘El Cronista Comercial’ avaliou que ele ‘só esteve no Uruguai por seis horas, mas nesse tempo mostrou toda a potência de sua diplomacia’ -a saber, investimentos de empresas estatais e privadas, créditos do BNDES ‘e até medicamentos’.


O BISPO DOS POBRES


Larry Rohter foi a Assunção escrever o texto ‘Partido governista do Paraguai encara ameaça de bispo populista’.


Dizendo que o monsenhor Fernando Lugo Méndez é ‘conhecido como o bispo dos pobres’, o correspondente do ‘New York Times’ perguntou se ele se alinha a Chávez. Ouviu elogios à distribuição de renda, mas também crítica à ‘falta de pluralismo, o que é perigoso para a democracia’.


BUSH E PARAPOLÍTICA


O ‘Boston Globe’ envia da Colômbia, com tradução no UOL, que, ‘a duas semanas de importante visita de George W. Bush à América Latina, a principal parceira dos EUA se vê envolvida num escândalo extraordinário que ameaça minar a aliança’. Antes caiu a chanceler, agora foi-se o chefe da campanha de Álvaro Uribe. É a sombra dos paramilitares, que abraçaram a política. Como aqueles daqui, do Rio.


VIROU NOVELA


‘Jornal Nacional’ e os demais da Globo se prepararam para um dia de esforço concentrado, na campanha, mas a síndrome da China atravessou. Sobrou, para pressionar o Senado que discute hoje a redução da maioridade pautado por ACM, a novela das oito, que chega ao final nesta sexta.


Foi até submanchete ontem no G1, ‘o portal da Globo’, ‘Realidade e ficção: Pais de João Hélio fazem apelo em Páginas da Vida’. Realidade, ficção: é mistura consciente.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Brasileiro passa mais tempo na rede, diz Ibope


‘O tempo de navegação dos internautas brasileiros aumentou 18,5% no primeiro mês de 2007 em comparação a janeiro de 2006. Os usuários passaram 3 horas e 20 minutos a mais na web, segundo o Ibope/ NetRatings.


De acordo com o levantamento, o brasileiro passa, em média, 21 horas e 20 minutos navegando na internet por mês.


É considerado usuário ativo quem acessa a rede ao menos uma vez por mês de casa. O recorde de tempo navegado é de dezembro de 2006, quando o brasileiro navegou 21 horas e 39 minutos em média.


Entre os países que mais navegam estão a França, com tempo médio por internauta residencial de 20 horas e 55 minutos. Nos EUA, a navegação média fica em 19 horas e 30 minutos, e, na Alemanha, em 18 horas e 56 minutos.


O total de pessoas com acesso residencial à internet permaneceu em 22,1 milhões de brasileiros, 10,7% maior que o mesmo período de 2006.


O Ibope Net/Ratings também mostrou que a procura por sites sobre turismo e automóveis cresce no Brasil. Portais sobre carros tiveram 45% a mais de visitantes em janeiro de 2007 na comparação com o mesmo mês de 2006.


Já o acesso a sites de turismo subiu 46% no mesmo período, atingindo 3,2 milhões de usuários residenciais em janeiro de 2007. O recorde de acesso a sites sobre automóveis aconteceu em novembro de 2006. Já para turismo foi dezembro do 2006.’



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Folha estréia hoje blog sobre seu Programa de Treinamento


‘A Folha põe no ar hoje o blog ‘Novo em Folha’, uma extensão on-line do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário, curso de três meses que ensina na prática a fazer jornal.


Coordenado pela editora de Treinamento, Ana Estela de Sousa Pinto, o blog vai permitir que os interessados acompanhem o dia-a-dia do programa e os comentários dos participantes.


O blog também terá informações sobre aperfeiçoamento profissional, entrevistas com jornalistas da Folha, explicações sobre como funciona o jornal e dicas sobre prêmios e cursos.


Até sexta-feira, haverá informações e comentários sobre a semana de palestras, terceira etapa da seleção para o curso, da qual participam cerca de 40 candidatos à 43ª edição do programa.


Ainda no blog, os participantes do 42º treinamento vão contar curiosidades sobre as reportagens que produziram ao final do curso, que acabou em dezembro. veja o blog em http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br’


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Google tenta levar soft on-line a empresa


‘O Google lançou, na semana passada, o pacote Google Apps, voltado para pequenas empresas, escolas e grupos.


O pacote traz poucas novidades, pois reúne aplicativos do Google que já existiam: o webmail Gmail, a agenda on-line Google Calendar e o editor de textos e planilhas Google Docs & Spreadsheets, entre outros.


Mas o Google Apps foi interpretado por alguns analistas como um concorrente da Microsoft, já que é vendido como uma ferramenta para empresas e tem várias características em comum com o Office Live, serviço on-line da empresa de Bill Gates para pequenos negócios.


Para usar o Google Apps, é preciso ter um domínio (como www.exemplo.com); se você não tiver um, o Google o ajuda a comprá-lo. A partir daí, é possível criar e publicar páginas na internet com o Page Creator ou criar e compartilhar documentos e agendas, tudo armazenado on-line pelo Google.


O administrador tem acesso a um painel de controle em que pode modificar atributos dos domínios e das contas dos usuários.


Uma novidade é a versão Premier, que, por US$ 50 por usuário por ano, dá direito a e-mail com 10 Gbytes de espaço, integração com a infra-estrutura existente (para empresas) e assistência técnica.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


POLÍTICA & MÍDIA
Luiz Weis


Polegar para cima, polegar para baixo


‘Quando política é palavrão, a democracia direta parece ser a proverbial luz no fim do túnel. Mas, na realidade, é a dos faróis de uma locomotiva à toda, em sentido contrário. É de imaginar leitores indignados virando a página. Afinal, se os pérfidos políticos traem sistematicamente o povo e fazem da democracia parlamentar uma contrafação do ideal democrático, o remédio heróico só pode vir da democracia direta, por meio de plebiscitos e referendos. É a manifestação plena da soberania popular, a consagração da vontade livre das maiorias, a afirmação sem travas da sua inquestionável sabedoria.


Para os defensores da convocação de consultas populares por iniciativa da própria sociedade, ou pelo presidente da República, à revelia do Legislativo, os seus críticos são, no mínimo, uns reaças elitistas. Deixa-se convenientemente de lado o fato de ultraliberais e libertários de direita também pregarem o resgate da democracia das garras da politicalha, mediante a sua imersão purificadora no seio do povo. Ou é o caso de dizer que a esquerda plebiscitária – de novo na crista da onda, com as sugestões do governo e da OAB ao Congresso – deveria fazer uma assinatura da conservadora Economist para sentir-se confortável.


De há muito, a centenária revista prevê que as sociedades se apropriarão cada vez mais das decisões de Estado, reduzindo o poder de seus representantes eleitos. Na próxima década, e olhe lá, quando se completar o processo de inclusão digital – nenhum domicílio sem computador e conexão ultra-rápida à internet -, começará a expirar o prazo de validade de um sistema representativo carcomido pelos interesses espúrios dos que nele se locupletam. O povo, enfim, legislará sobre as questões essenciais por si mesmo, com um clique de mouse, subordinando a si os seus venais intermediários. À parte o exagero, o cenário mete medo.


Há dez anos, publicaram-se neste espaço argumentos contra o plebiscitismo, essa modalidade de antipolítica tida como o Viagra da cidadania, sem efeitos colaterais. Por não ser necessariamente aquilo, nem, muito menos, estar isento disso, escreveu-se – e convém repetir: ‘A consulta popular pode trazer prejuízos à própria democracia cujo aperfeiçoamento ela promete.’ Assim como se diz ironicamente que a guerra é assunto sério demais para militares, diz-se, já sem ironia, que muitas decisões legislativas são sérias demais para ficarem com os políticos. Porque, se uns talvez não saibam o que fazer com as baionetas, a maioria dos outros sabe usar o seu voto em benefício próprio.


Nada mais apropriado, aparentemente, do que excluir da alçada do sistema representativo as escolhas destinadas a ter profundas repercussões na vida das populações. Assim se preservariam da sanha negocista que contamina os Parlamentos ao menos as questões com maior valor potencial de barganha, concedendo-se ao principal interessado, o povo, a palavra final sobre a matéria. O raciocínio, como se falava do biquíni, quando era o mínimo, deixa à mostra tudo, menos o essencial. E o essencial da democracia direta está em submeter ao eleitorado questões polarizadoras e, por isso mesmo, de alta voltagem emocional, sob a forma de alternativas esquemáticas e mutuamente exclusivas.


Ou se é a favor do comércio de armas, do direito ao aborto, ou da maioridade penal do adolescente, ou se é contra: polegar para cima, polegar para baixo. Nesse mundo sem meios-termos, o vencedor sempre leva tudo. Os Parlamentos, obviamente, também fazem escolhas dessa natureza, mas tendem a cercá-las de condições que atenuam o absolutismo da decisão vitoriosa. Ainda não se inventou uma forma de levar à consulta popular a letra miúda de um projeto, suas cláusulas e subcláusulas, para que até o eleitor menos preparado vote sabendo no que vota. Já a política, que busca o possível dentro do necessário, permite – no seu melhor – a conciliação mediante concessões recíprocas.


Nesse sentido, impõe aos seus praticantes, se não a todos, às lideranças parlamentares, uma responsabilidade que não há como exigir do eleitor. Este é chamado a dizer apenas sim ou não, no fogo cruzado de campanhas de propaganda que, para serem eficazes, reduzem a pele e ossos os temas mais complexos, estimulam o passionalismo em prejuízo da razão e tratam os pontos de vista dos adversários como emanações do demônio. Corrompe-se a consciência de um deputado com favores, cargos ou dinheiro vivo. Corrompe-se o juízo de um eleitor com a simplificação dos problemas, a distorção dos fatos e a exaltação de fim de Copa.


Os políticos ostentam armas pesadas e dão tiros de festim. Em conseqüência, costumam produzir leis que não satisfazem 100 por cento a ninguém, mas representam aquilo que em cada momento é o máximo ao alcance das partes em confronto. A tão malfalada negociação é precisamente o que serve para dar ganho de causa à maioria, sem aplastar os perdedores – e o respeito ao direito das minorias, vale lembrar, é a pedra de toque dos sistemas democráticos. Por isso, a distinção primeira entre a decisão direta e a decisão delegada não diz respeito apenas à integridade ou à competência de quem decide. Refere-se, antes, às condições sob as quais se decide.


Nos grandes momentos, apesar de tudo, os Parlamentos ouvem as muitas vozes das ruas. Em circunstâncias iguais, o plebiscitismo consagra a tirania do grande número. Não se trata de riscar a democracia direta do mapa. Ela funciona melhor quando aplicada a questões restritas, em escala local. O condomínio, a escola, o emprego, o clube, o bairro, a cidade – eis os níveis típicos em que a participação pessoal pode formar cidadãos. Mas a lógica da comunidade não é a mesma da sociedade, já explicava em 1887 o sociólogo alemão Ferdinand Tõnnies – o que alguns aprendizes de feiticeiro da política, escolados em outros ofícios, ainda não entenderam.


Luiz Weis é jornalista’


REQUIÃO vs. OESP
Evandro Fadel


Requião critica reportagem do ‘Estado’


‘O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), aproveitou a transmissão ao vivo de sua reunião com o secretariado, ontem, pela Rádio e Televisão Educativa, para criticar veículos de comunicação que julga terem perseguido sua administração. ‘Imprensa marrom’ e ‘canalha’ foram alguns dos termos usados por Requião.


O Estado foi um dos alvos, em razão de reportagem publicada no dia 21 deste mês, em que citava o Paraná como um dos oito Estados que não cumpriram parte da Lei de Responsabilidade Fiscal. ‘O famoso O Estado de S.Paulo, jornal de comportamento extraordinariamente duvidoso, mas claramente contra os interesses do País, interesses do povo, interesses nacionais’, disse Requião, usando várias vezes o termo ‘canalha’ ao se referir ao jornal.


Depois do desabafo, o ex-secretário de Planejamento Nestor Bueno foi chamado para dizer que o Estado apresentou números de um relatório parcial. Ele admitiu que, nesse relatório, que retrata a posição de 31 de dezembro de 2005, aparecem R$ 2,7 bilhões de ‘restos a pagar’, como informou a reportagem. Sua objeção foi contra incluir precatórios inscritos em anos anteriores – com R$ 2,6 bilhões de valor nominal – como restos a pagar.


Segundo Bueno, o jornal agiu incorretamente ao comparar esse resultado com o de outro relatório, que apresentaria restos a pagar de cerca de R$ 800 milhões e suficiência de caixa de pouco mais de R$ 600 milhões. ‘Nós estaríamos inadimplentes tão somente por R$ 100 milhões, menos do que o valor que estamos acusando como efetivamente devido em 2005’, salientou.


Requião afirmou que essa explicação foi fornecida posteriormente ao Estado, mas não publicada. No caso envolvendo o jornal, o governo paranaense foi procurado antes da publicação da reportagem, mas não se pronunciou. Foram utilizados então dados de relatórios oficiais de agosto de 2006 – mesmo critério adotado para os demais Estados.


Bueno entrou em contato com a reportagem apenas na quinta-feira passada, um dia depois de publicada a reportagem, e tentou argumentar que ‘nem nos próximos 10 anos a dívida de precatórios será paga’. Para chegar à diferença apontada, o governo do Paraná cancelou R$ 1,68 bilhão de precatórios (cujo valor teria sido revisto judicialmente) e excluiu do cálculo outros R$ 480 milhões que estão nos ‘restos a pagar’, dados publicados em reportagem no dia seguinte. De acordo com técnicos do Tesouro, não há justificativa para a exclusão desses ‘restos a pagar’ do relatório da Lei de Responsabilidade Fiscal.’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Acionistas pressionam presidente do Yahoo


‘Um grupo de acionistas do Yahoo está exigindo a saída do presidente da empresa, Terry Semel. Em um documento chamado de Plano B, os acionistas argumentam que a administração de Semel tem cometido erros como o de não ter comprado o Google em 2002, quando o valor de mercado do rival era de US$ 3 bilhões. Hoje, o valor de mercado do Google é de US$ 144 bilhões.’


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Site reúne conteúdo de sustentabilidade


‘Começa a funcionar hoje o Mercado Ético, um portal na internet que reunirá conteúdos sobre sustentabilidade no Brasil. O site surgiu de uma parceria entre a consultora Hazel Henderson, especialista internacional em sustentabilidade, e a publicitária Christina Carvalho Pinto, presidente do grupo Full Jazz. No Brasil, o Mercado Ético espera repetir a trajetória do portal Ethical Markets, lançado por Hazel nos EUA em 2005 e que hoje tem abrangência global. O site tem patrocínio do Banco Real ABN Amro, da Serasa e da Faber-Castell. Acesse o site no endereço http://www.mercadoetico.art.br/’


MEMÓRIA / FLÁVIO CANNALONGA
O Estado de S. Paulo


Falece jornalista Flávio Cannalonga


‘Faleceu anteontem, à noite, nesta Capital, o repórter fotográfico Flávio Cannalonga (Canna). Durante duas décadas trabalhou para a grande imprensa, passando pelos jornais Folha de S. Paulo, Manchete, Placar, Veja e O Estado de S. Paulo. Nos anos 90, passou a trabalhar com documentação fotográfica, destacando a cultura e as mais diversas festas religiosas do Brasil. Os últimos trabalhos foram realizados para o Greenpeace. Participou de uma grande expedição pela Amazônia, retratando crianças de diversas nações indígenas. Filho do sr. Osires Cannalonga, falecido, e de d. Ruth Luzia Vieira Cannalonga, era casado com d. Elena Vettorazzo. Deixa os filhos Francisco, Maria e Ananda, menores. Era irmão de d. Sandra, de d. Marieta e do sr. Luiz. O corpo foi trasladado ontem à tarde, para o Crematório de Vila Alpina.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Nascimento apóia SS


‘Com o firme propósito de levantar o moral da tropa de repórteres e produtores da redação do SBT, Carlos Nascimento não tem poupado argumentos para sustentar a aposta de Silvio Santos em Cynthia Benini, que passará a fazer par com ele na bancada do SBT Brasil a partir da próxima segunda-feira (se o patrão não mudar de idéia até lá).


Para defender a escolha de Silvio por Cynthia, jornalista e atriz, Nascimento tem dito que Sandra Annenberg, âncora do jornal Hoje, na Globo, também já desempenhou as duas funções estampadas no currículo de Cynthia: é modelo e atriz, afinal. Outro paralelo de Nascimento para derrubar preconceitos internos atende por Pedro Bial. Vá lá, vamos combinar que Cynthia nunca foi correspondente de guerra, como Bial, mas o que vale na defesa de Nascimento é a presença de um jornalista no comando de um reality show como o Big Brother Brasil.


Ex-Casa dos Artistas e ex-’jornal das pernas’, como ficou conhecido o noticiário do SBT que exibia as belas pernas de Cynthia e de Analice Nicolau, também ex-Casa dos Artistas, Cynthia foi escolhida para o novo posto após uma série de testes comandados pelo próprio Silvio.


Silvio de Abreu avaliza dois novos autores


Responsável pela supervisão da próxima novela das 6 da Globo (Eterna Magia), que lança Elizabeth Jhin como autora titular, Silvio de Abreu aproveita para viajar antes da estréia da trama. E segue agora para Cingapura, a bordo de um cruzeiro que já passou por Vietnã, Tailândia e Malásia.


Abreu tem incentivado a aposta da Globo em novos autores, até porque é cada vez mais escasso o time que se reveza no ar. Assim, após Eterna Magia, ele supervisionará a primeira novela de Andréa Maltarolli (ex-Malhação) para a faixa das 7.


entre-linhas


Silvio Santos tem feito espalhar por aí que dentro de três anos pretende de fato se aposentar, deixando a cargo das filhas a administração do SBT. Como a promessa não é inédita, convém ver para crer.


O GNT estréia na sexta-feira, às 22h30, o reality show Dirty Dancing, inspirado no filme protagonizado por Patrick Swayze e Jennifer Grey, ícone dos anos 80. Na competição, os candidatos treinam em uma colônia de férias para disputas de dança.


Na sexta-feira estréia também o novo Ponto Pê de Penelope Nova, às 23 horas, na MTV.’


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