“‘Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas’ Napoleão Bonaparte, imperador francês
A imprensa livre ainda incomoda muita gente. Que bom! A secretária regional do Centro, Luiza Perdigão, por exemplo, ficou indignada com matéria publicada quinta-feira, na editoria Fortaleza, que denuncia má conservação da Praça do Ferreira. A foto de moradores de rua dormindo nos bancos e da fonte cheia de água imunda comprovam a crítica. Ela não gostou. ‘É uma abordagem que não leva a nada. Não contribui para uma solução que é a falta de conscientização da população’ lamentou.
Reclamação semelhante quanto a procedimentos também foi feita pela Promus. Através da assessoria, a empresa disse ter ‘estranhado’ ao ver matéria publicada no mesmo dia – terça-feira – em que enviou nota paga ao jornal. A alegativa é que optou por se manifestar publicamente de forma ineditorial, por isso dirigiu-se ao departamento comercial e não à Redação.
Ora, informação é a matéria prima do jornalismo e nos dois casos o jornal acertou. Nesse caso específico já repercutindo o que foi visto durante edição da página. Uma coisa não tem nada a ver com outra. Coincidentemente outra nota paga saiu na sexta-feira, mas só no jornal concorrente. O POVO ficou de fora. Era previsível.
Pressão constante
Já no primeiro caso o jornal retratou a realidade. Para a editora executiva do Núcleo de Cotidiano, Tânia Alves, o local é o cartão postal da cidade e ‘toda vez que algo do tipo ocorrer, nós temos o dever de mostrar’. Sobre pautas positivas, a editora relembrou que o jornal vem publicando várias matérias sobre a ‘Cidade das Delicadezas’, valorizando atitudes em prol de Fortaleza. ‘Nada impede que algo seja feito posteriormente’. Cabe ao gestor, principalmente o administrador público aprender a lidar com críticas e elogios e não dizer como a imprensa deve se portar. A cobrança será eterna. Quem não aguenta que não assuma cargo público.
Papagaio de pirata
O leitor Evandro Matos qualificou como falta de respeito com o historiador Airton de Farias e com os leitores a imagem publicada sábado, em Radar, na matéria sobre o lançamento do livro ‘Fortaleza: Uma breve história’. A foto, em duas colunas, traz a presidente do Grupo de Comunicação O POVO, Luciana Dummar, ao lado do deputado Artur Bruno, coautor da obra, e o secretário de Educação de Fortaleza, Elmano de Freitas. ‘É propaganda política desnecessária. O que ele tem a ver com o livro? O correto seria o outro autor (Airton de Farias) estar na foto’ afirmou.
Para o leitor o jornal errou ao vincular o lançamento a uma atividade política. A editora Tânia Alves diz que há um componente jornalístico que justifica a foto: a presença de dois pré-candidatos do PT à sucessão em Fortaleza. ‘O que faltou foi citar no texto que Elmano estava presente’ admitiu. É uma explicação. Porém, os pré-candidatos do PT estão se esbarrando diariamente em eventos. Não há novidade. O assunto era o livro e seus autores. Reclamação parecida foi registrada na coluna do ombudsman de 12 de fevereiro. De nada adiantou o alerta.
Plim-plim
Quarta-feira passada o leitor Augusto Gondim sentou em frente à televisão para assistir o jogo Bolivar x Santos conforme informou o caderno de Esportes. Só que, após a novela, veio a surpresa. No lugar do anunciado, a tevê transmitiu Inter x Fluminense. ‘Fiquei frustrado. A gente fica esperando e nada. E isso faz tempo’. Faz mesmo.
Desde janeiro o jornal não deixa claro que a programação, enviada pelas agências, pode mudar. É um aviso simples e que resguarda a editoria. Simples, mas esquecido. Na sexta-feira, após a reclamação, voltou a ser publicado.
FOMOS BEM
COBRANÇA
Matéria mostrou que caso de vandalismo no PV terminou em ‘pizza’
FOMOS MAL
SEM COBRANÇA
Não demos nada sobre investigação do assassinato do ambientalista Zé Maria do Tomé que já dura dois anos.”