Enquanto o presidente Bush prossegue seu périplo latino-americano, nossa mídia curte uma ressaca etílica. No domingo (11/3), o Estado de S.Paulo, o mais ruralista dos nossos grandes veículos, comemorava o início da maior safra de cana da nossa história enquanto a Folha de S.Paulo, mais cética, avisava que sem investimentos seremos logo ultrapassados por concorrentes mais ágeis.
Nossa mídia não soube acompanhar o Proálcool, há mais de 30 anos, porque estávamos em plena ditadura, os democratas então chamados de liberais não podiam enxergar as dimensões da ‘revolução verde’ porque ela estava sendo comandada por um ditador, o general Ernesto Geisel.
Primeiros frutos
A mistura do álcool na gasolina, depois os carros movidos a álcool e, mais recentemente, os motores flex, bicombustíveis, só foram acompanhados pelas revistas especializadas, a grande mídia ficou de fora. No máximo faturou os anúncios.
A verdade é que a nossa imprensa é essencialmente urbana; a mídia interiorana, além de pequena, prefere reproduzir os modismos da grande imprensa e nossos jornalistas só calçam botas em dia de enchente ou quando participam de festas juninas.
Mesmo que a parceria firmada na sexta-feira (9/3) entre os presidentes Lula e Bush demore para dar frutos, vamos precisar de uma imprensa com o pé na terra. Literalmente.