Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ex-magnata ensaia volta à indústria jornalística

O ex-magnata de mídia Conrad Black, condenado em Chicago por fraude e obstrução à justiça, anda falando sobre uma volta à indústria jornalística. O ex-dono do grupo Telegraph Media, que foi deportado dos EUA em maio depois de cumprir dois anos e meio de prisão, afirmou que vê potencial nos jornais canadenses e consideraria voltar ao ramo se a oportunidade certa aparecesse.

Black fez a afirmação em um encontro com o conselho editorial do Huffington Post Canadá, declarando que os jornais do país são subestimados e que “qualquer bom título” com preço baixo seria um investimento “interessante”. Segundo o professor de jornalismo britânico Roy Greenslade, em sua coluna no site do Guardian [30/7/12], é difícil entender por que o conselho do HuffPo achou relevante ouvir a opinião do ex-empresário.

Greenslade também considerou uma piada o possível retorno de Black a empresas de mídia – principalmente no Canadá. O ex-magnata, de 67 anos, renunciou à cidadania canadense em 2001 para se tornar Lorde no Reino Unido, em uma decisão bastante controversa na ocasião.

Hoje, ele vive no país com uma permissão temporária de um ano. E ainda que estrangeiros não sejam proibidos de ter jornais no Canadá, as leis proíbem a dedução fiscal total de anunciantes a não ser que a empresa seja de propriedade de canadenses – e isso é algo crucial para atrair os anunciantes. Greenslade também aponta outra questão: dificilmente Black terá capital para comprar um jornal, e seu histórico no mundo dos negócios dificilmente atrairia investidores.

Black foi condenado com outros três sócios, em 2007, por desvio de dinheiro do grupo Hollinger International, que era presidido por ele. Durante o processo, o valor desviado foi estimado em 60 milhões de dólares.