Como é que a mídia brasileira doravante designará as FARC – terroristas ou insurgentes? Militantes políticos ou assassinos?
A questão foi colocada na agenda mundial na sexta-feira (4/1), quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deslumbrado com o êxito na libertação de duas reféns sugeriu que os seqüestradores de mais de 700 colombianos sejam legitimados e tratados como membros de um exército regular.
Seqüestro é crime, o uso da violência contra civis é ato terrorista, manter 700 pessoas inocentes acorrentadas dia e noite é uma violação dos direitos humanos.
O horroroso relato das duas reféns libertadas sobre as condições em que viveram na selva durante anos será suficiente para neutralizar a propaganda chavista? Como é que os governos da Bolívia e do Equador, legitimamente eleitos, democráticos, e que também se consideram ‘bolivarianos’, reagirão ao serem igualados aos outros bolivarianos das FARC?
Convém lembrar que o presidente Lula, no dia da sua segunda posse, classificou os narcotraficantes do Rio como terroristas. Foi claro, inequívoco. As FARC também são narcotraficantes e, além disso, jogam bombas em instalações civis, assassinam em massa e seqüestram em massa.
O tagarela Chávez ofereceu uma ótima oportunidade para que não apenas os jornais, mas também os leitores comecem a prestar mais atenção ao uso de palavras apropriadas.