A mídia parece muito feliz com o caos aéreo que promete estabelecer-se nesta sexta-feira (11/4) nos Estados Unidos. Os 570 vôos cancelados na maior empresa americana estão lavando a alma daqueles brasileiros que preferem comparar-se ao gigante americano do que ver nossas mazelas corrigidas. Em outras palavras, se no Tio Sam há um apagão de grandes proporções, temos o direito de ter os nossos apagõezinhos cotidianos.
Acontece que o apagão aéreo americano foi determinado pela Agência Federal de Aviação, a equivalente de nossa ANAC, que exigiu uma vistoria imediata em 132 aviões do tipo MD-80 da frota da American Airlines.
As nossas autoridades teriam a coragem de tomar a mesma providência? Nossa mídia teria coragem de bancar uma decisão tão drástica e tão impopular?
Não precisamos chegar a tanto – bastaria que nossa imprensa denunciasse a progressiva reversão do elenco de medidas de segurança adotadas depois da tragédia com o Airbus da TAM, em julho passado. É certo que as pistas de Congonhas foram reparadas e são fechadas quando chove, mas o aeroporto está novamente engarrafado com as fantásticas promoções de viagens a 48 reais.
O duopólio das empresas aéreas faz o que quer e a mídia não se importa.