Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

ESPN ajuda telespectadores a não perderem debate nem futebol americano

 

Fãs de política e de esportes ficaram divididos nesta segunda (22/10), com o último debate presidencial e o jogo de futebol americano entre Chicago Bears, cidade onde Barack Obama fez carreira política, e Detroit Lions, local onde nasceu Mitt Romney. A ESPN trouxe uma solução para os americanos patriotas: assistir a ambos. Não com a TV dividida em duas telas, mas com duas telas – a da TV e a do iPad.

No sábado (20/10), foram exibidos anúncios promovendo o aplicativo WatchESPN, que permite que assinantes de determinadas empresas de TV a cabo assistam ao canal via computadores ou tablets, sem custos adicionais. Os jogos exibidos às segundas não são exibidos em celulares porque a Liga Nacional de Futebol Americano tem um acordo separado com a Verizon. Por isso, o comercial frisou o uso do aplicativo em laptops ou em tablets. É claro que muitos fãs fizeram o contrário: assistiram ao jogo pela TV e o debate em tablets ou latptops.

Um estudo recente da Nielsen revelou que usuários de celulares e tablets usam os aparelhos pelo menos uma vez ao dia enquanto assistem à TV. Isso foi comprovado nos debates presidenciais, com milhões de comentários postados simultaneamente no Twitter e no Facebook, observa Brian Stelter [New York Times, 21/10/12]. O moderador do último debate, Bob Schieffer, não foi poupado das críticas nas redes sociais.

Moderador teria dito “Obama bin Laden”?

Segundo o Huffington Post, Schieffer teria deixado escapar o que alguns haviam dito antes, mas não diante de uma audiência tão grande: chamou Osama bin Laden de “Obama bin Laden” (confira neste vídeo). O comentarista poítico Keith Olbermann e âncoras locais da Fox já haviam misturado os nomes, que têm sonoridade semelhante. A Slate, por sua vez, informou que ele teria dito, na verdade, “Obama’s Bin Laden” (o bin Laden de Obama, tradução livre).

Schieffer, que é apresentador da CBS News, também foi criticado pela inabilidade de conduzir o debate para o tema política externa – em muitos momentos, os candidatos falaram sobre questões domésticas, como a reforma na educação. Ele fez questões diretas a Obama e Romney, sobre Oriente Médio, China, guerra no Afeganistão e a ameaça nuclear do Irã. Schieffer perguntou aos dois qual o papel dos EUA no mundo e a Romney o que ele achou sobre os ataques dos aviões não-tripulados na luta de Obama contra o terrorismo. Também questionou se eles consideram um ataque a Israel um ataque aos EUA.

Mas, em muitos momentos, ficou quieto. “O moderador Bob Schieffer deixou a sala há 18 minutos”, ironizou um telespectador no Twitter. Houve quem considerasse bom o trabalho do moderador. “Ele fez um trabalho muito bom. O debate não é sobre ele”, escreveu um eleitor. O grupo conservador Media Research Center havia alertado que acompanharia atentamente ao debate, observando que Schieffer havia, em várias ocasiões, sido parcial para a esquerda. No final, ele concluiu com a frase, que foi retuitada por Obama: “Votem. Isso fará vocês sentirem-se fortes e grandes”. Informações doHuffington Post [22/10/12], do The Guardian [22/10/12], do Washington Post [23/10/12] e de Josh Voorhees [Slate, 23/10/12].