O site do Observatório da Imprensa (que nestes dias completa 12 anos de existência) foi novamente atacado por hackers, crackers ou terroristas virtuais. O nome não importa, importa o objetivo. No caso, o objetivo era prejudicar a informação e um veículo de informação através da sabotagem e da intimidação.
Antigamente, este tipo de ataque era chamado de empastelamento, palavra que significa ‘invadir uma gráfica ou redação de jornal, para inutilizar o trabalho em curso ou danificar equipamentos e materiais’. Os delinqüentes desta vez não tentaram impedir o funcionamento do site, queriam aproveitar-se clandestinamente da pergunta veiculada pela urna eletrônica desde a última terça-feira: ‘Como avalia a cobertura do caso de Isabella Nardoni – informativa, investigativa ou sensacionalista?’
Não há dúvidas de que a cobertura da mídia sobre o assassinato da menina foi e continua sendo apelativa e emocional. Os crackers perceberam que poderiam aproveitar a visível e natural vantagem da opção pelo sensacionalismo para desmoralizar a imprensa como instituição, desqualificar a consulta e comprometer este Observatório com a divulgação de uma gigantesca fraude. No lugar da média dos 300 ou 400 votos diários conseguiram em dois dias colocar 75 mil votos na opção ‘sensacionalismo’. A contagem foi suspensa e zerada.
A nova votação evidentemente sinaliza para a mesma opção, já que esta tem sido a opinião majoritária nas três versões do Observatório. Mas os números agora são confiáveis. O empastelamento foi interrompido. Os fraudadores perderam outra parada
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