Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Record admite não ter identidade de suposto assassino

Numa reportagem exibida na noite de quarta-feira (14/11) pelo Jornal da Record, a Rede Record de Televisão cometeu um grave erro de jornalismo ao expor a entrevista de um suposto policial militar que afirma ter matado cinco ou seis pessoas num também suposto esquema de vingança contra as mortes de PMs ocorridas neste ano. O pecado jornalístico a que nos referimos é o fato de a emissora ter admitido, em ofício de seu departamento jurídico e também na reportagem, sequer ter a identificação da suposta fonte de informações. Ou seja: um repórter da Record foi escalado para entrevistar uma pessoa que confessa o crime, mas esta entrevista é veiculada sem que o Departamento de Jornalismo da emissora cheque a veracidade da identidade da “fonte”.

Assim que a emissora exibiu trecho da entrevista na manhã da quarta-feira, a Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito e solicitou formalmente à emissora a identificação do suposto PM, para que este fosse preso e investigado. O departamento jurídico da Record recusou-se a fornecer a informação, alegando que só o faria mediante decisão judicial. No final da tarde de quarta-feira, o juiz Luiz Alberto Moro Cavalcante, corregedor permanente da Justiça Militar do estado de São Paulo, determinou que a emissora fornecesse à PM cópia da matéria que seria exibida e a identidade do suposto PM. Apesar da ordem, o departamento jurídico da Record limitou-se, somente, a divulgar a cópia da reportagem. E alegou, para omitir o nome do suposto policial, que os “jornalistas da emissora responsáveis pela matéria (…) não possuem tais informações”.

Qualquer manual de redação reza que informações, e principalmente denúncias, devem ter a origem e a veracidade checadas antes de serem publicadas ou veiculadas. São conhecidos dos jornalistas e telespectadores brasileiros episódios em que entrevistas com criminosos foram forjadas para fazer frente à guerra de audiência. Neste caso da Record, não se pode fazer tal ilação, uma vez que a empresa sequer conhece o entrevistado que utilizou para embasar uma grave acusação.

Frente a este procedimento que fere o bom senso, a Polícia Militar e a Secretaria de Estado da Segurança Pública avaliam quais serão as providências jurídicas e policias para esclarecer os supostos crimes noticiados pela “fonte desconhecida” e buscar eventual responsabilização pelas informações divulgadas (Rodrigo Cabral Fernandes, policial militar, assessoria de imprensa, São Paulo, SP)

 

Rigotto vs.

Estranho não ser citado o fato de que o governador à época era Pedro Simon que, logo depois, foi eleito senador com farta campanha. Este contrato foi assinado na marra em solenidade no Piratini porque alguns diretores da CEEE se recusavam a fazê-lo. Quem pagava as empreiteiras era o secretario da Fazenda, J. Pasquotto, através de repasses mensais à CEEE. Isto durou até estourar no governo Colares, quando foram sustados estes repasses. Aí começou a confusão… (Cesar Filipo, engenheiro, Porto Alegre, RS)

 

Manchete em grego

Segue uma sugestão de pauta para o site: o jornal Metro BH, em sua edição do dia 14 de novembro, trouxe uma manchete em grego. Logo abaixo, a explicação: “Entendeu? Não, claro, porque isso é grego. É essa a sensação que o analfabetismo causa em 1,6 milhão de mineiros para os quais pequenas tarefas viram grandes desafios diariamente. Hoje é o Dia Nacional da Alfabetização.” O print da capa ganhou milhares de compartilhamentos nas redes sociais e gerou uma grande repercussão na cidade. Renderia uma boa análise sobre esse caso (Cristiano Martins, jornalista, Belo Horizonte, MG)

 

Omissão pela imprensa

Por que nossa imprensa “escondeu” o pouso de emergência da Air France no Marrocos ontem, 16/11, do Airbus que saiu do Rio para Paris? O Globo jogou a notícia para o meio do jornal, sem chamada de primeira página, e o Estadão e a Folha se omitiram. Em três meses, é o terceiro problema com aeronaves Airbus saindo do Brasil ou vindo para cá (26/9 e 10/10, com a TAM, e 16/11 com a Air France). Já não é tempo de alguém se mexer em benefício da nossa segurança? (Vasco Soares da Costa, engenheiro aposentado, Niterói, RJ)