Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

“‘‘Ao dizer alguma coisa, cuide para que suas palavras não sejam piores que o seu silêncio.’ Anônimo

O leitor Alberto Pompeu considerou de linguagem agressiva a tirinha publicada na coluna Projeto HQ da última quinta-feira (22), no caderno Buchicho. O quadrinho satiriza conversa entre o que parece ser um pai e o filho adolescente. Para o leitor o título – ‘Aborrecente’ – é inapropriado. E é agressivo o último diálogo entre os personagens quando é usada – desculpem por ter que repetir – a expressão ‘chato pra caralho!’

Ele questiona como um jornal como O POVO permite o uso dessa linguagem. Crítica semelhante a outra expressão utilizada pelo jornal é feita por Vanderberg, da Colônia. Para ele, a seção Palavras Cruzadas, do Buchicho de domingo passado, ‘pegou pesado’ ao informar ser leproso a resposta correta para a pergunta ‘aquele que tem hanseníase’.

Chato pra caramba

São situações distintas, mas com o mesmo problema: uso da linguagem. No jornalismo, o estilo mais usado é o coloquial, de entendimento fácil e com prioridade na informação. O humor, entretanto, permite certa liberdade como é o caso do ‘aborrecente’ e outras gírias. Embora politicamente incorreto, leproso é sinônimo de hanseniano. Está no dicionário. É a norma culta, sem qualquer preconceito.

Mas fazer humor não é usar linguagem chula. A graça está exatamente em ser sutil, irreverente, debochado sem a facilidade do palavrão para encerrar a ‘piada’. O leitor tem razão. A tal citação era desnecessária e fácil de ser substituída. A Chefia de Redação foi consultada sobre o uso dessa linguagem, porém não respondeu até o fechamento da coluna. Seja como for, usar esse nível de comunicação, ficou chato pra caramba.

Recado dado

Muitas vezes uma interferência gráfica mais ousada acaba confundindo o leitor. Foi o que aconteceu com Diana Costa. Ela ligou, indignada, apontando falha na manchete da capa de domingo. ‘Como é que o jornal comete um erro desses? Não é ‘se’ condicional, mas ‘si’, pronome. Um absurdo!’. Na realidade, não é bem assim. A questão é outra. Eu explico. O título da matéria foi: ‘Como falar de sexo com seus filhos’.

Há uma interferência na palavra sexo, com as três primeiras letras dispostas em um quadrado. A última ficou no formato de coração disposta em uma espécie de mouse pad. Tanta informação confundindo a leitora que entendeu ‘Como falar de se com seus filhos’.

Depois de esclarecida, ela pediu mil desculpas. Particularmente não tive dificuldade de entendimento, mas o recado ficou claro: nem sempre interferir nas palavras garante uma boa comunicação.

Drible

Incrível como a imprensa esportiva tem dificuldade em assumir suas falhas nas análises. Só depois do anúncio da saída do técnico Mano Menezes (foto) da Seleção Brasileira é que o público ficou sabendo do esvaziamento que a comissão técnica vinha sofrendo. Inclusive com a ausência da diretoria da CBF na festa do título de quarta-feira. Uma notícia só divulgada ontem. Um dia antes, O POVO havia publicado matéria do treinador comemorando encerramento positivo da temporada. Nem os colunistas, que têm liberdade para especular, comentaram qualquer ameaça.

Esquecido pela mídia

Investigação do Ministério Público sobre empréstimos consignados.

FOMOS BEM

INVESTIGAÇÃO

Jornal aprofundou discussão sobre projeto que tira poder de investigação do Ministério Público

FOMOS MAL

CRIMES

Jornal passou batido na demissão da cúpula da segurança pública de São Paulo”