Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Estadão destaca
TV na internet


Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 26 de março de 2007


SEGUNDO MANDATO
Fernando de Barros e Silva


Show de violências


‘A percepção de que a violência passou a figurar no topo das aflições dos brasileiros era algo óbvio para quem acompanha os rumos do noticiário nacional nos últimos meses. Faltava-lhe apenas a confirmação estatística, obtida pelo Datafolha e divulgada ontem por este jornal. O desemprego, que reinou durante todo o primeiro mandato de Lula como maior problema do país, foi desbancado: hoje 31% dos brasileiros pedem em primeiro lugar por segurança; eram 16% em dezembro. Sim, algo mudou de figura muito rapidamente.


O que isso nos faz pensar? Seria decerto simplista atribuir tal resultado apenas à exposição do assunto na mídia. Mas ignorar o alcance desse aspecto seria outro erro, maior. Parece claro, para dar logo nome aos bois, que a Rede Globo capitaneia, pelo menos desde a morte de João Hélio, uma campanha por ‘justiça já’ que só tende a reforçar, ainda que involuntariamente, o caldo de cultura a favor do aprofundamento das injustiças do país.


Há no ar (e na TV) um clima de ‘justiça justiceira’, uma mistura de clamor punitivo com alarmismo social cultivado pela mídia. Serve como exemplo o reality show macabro protagonizado diariamente em horário nobre pelos pais do menino brutalmente assassinado. O ‘JN’ os transformou em celebridades. A hiperexposição perversa do casal faz com que a dor inominável daquela família seja triturada num liqüidificador emocional até o ponto de servir de alimento ao desejo coletivo de vingança e morte.


Só num ambiente social assim, de pernas para o ar, pode-se considerar a estranhíssima ‘demonstração de força’ da Polícia Civil na última sexta como um gesto a favor da segurança e dos cidadãos. O que se viu -sobretudo em São Paulo, onde a operação foi idealizada e de fato executada- pareceu antes de mais nada uma mistura de manobra midiática com demanda corporativa, sugerindo como saldo quase um recado das forças de repressão do Estado ao governador. Algo como: ‘Estamos aí, chefia’.’


Fernando Rodrigues


Lula e oportunidades perdidas


‘A pesquisa Datafolha publicada ontem contém um elemento de caráter histórico: Lula é o presidente da República mais bem avaliado depois de três meses no Palácio do Planalto desde o retorno do país à democracia.


O petista também acaba de bater seu próprio recorde. Em março de 2003 havia registrado 43% de ‘bom’ e ‘ótimo’ (percentual inédito para esse período de administração). Agora, tem 48%. É útil recapitular como se deram os outros presidentes.


Collor obteve 36% de aprovação com três meses de mandato. Itamar Franco ficou em 34%.


FHC pontuou 39% em março de 1995. Quatro anos depois, em meio a uma grave crise cambial, a imagem do tucano foi dilapidada. Em fevereiro de 1999 (não houve pesquisa em março), FHC registrou 21% de aprovação -menos da metade dos atuais 48% de Lula.


O petista tem pesquisas reservadas mostrando resultados semelhantes. Sua leitura é simples: ‘Para que fazer muita coisa? Minha imagem está ótima’. Assim, enrola há quase cinco meses para montar seu ministério. Na metáfora futebolística de Lula, ‘em time que está ganhando não se mexe’.


A pergunta a ser feita é: Lula está certo ou errado quando conduz tão lentamente a máquina administrativa, dedicando-se apenas a discursos escalafobéticos (o ‘ponto G’ e o ‘Putin ficou meio putin’)?


O tempo dirá. O petista tem o mérito de não ter implantado loucuras administrativas defendidas no passado. O país se estabilizou. Mas o planeta vive seu momento mais virtuoso dos últimos 30 anos.


Aqui de perto, em Brasília, a impressão é a de que Lula pode até não produzir um desastre. Mas sua excessiva pachorra operacional e a inapetência por sofisticação administrativa resultarão num capítulo a mais nas já inúmeras oportunidades perdidas por ‘este país’.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Sem trégua


‘A ‘maior preocupação do país é a violência’, destacou a home do UOL, linkando para a manchete da Folha de ontem com o Datafolha. A preocupação veio como uma ‘explosão’, depois de meses de manchetes no ‘Jornal Nacional’ e demais da Globo, em campanha desde antes da morte do menino João Hélio. E veio também após meses, muitos mais, de violência no horário nobre da Record -em novela e ‘Jornal da Record’, este não mais tão distante do ‘JN’ em audiência. No fim de semana, a Globo deu trégua à violência, mas não a concorrente. Abrindo a escalada de manchetes do ‘JR’ de sábado, ‘Toque de recolher: chefão do tráfico morre em tiroteio com a polícia e bandidos mandam o comércio de Copacabana fechar as portas’. E a coisa não parou no Rio, foi violência de alto a baixo.


O ‘HYPE’


Dois acadêmicos ambientalistas escreveram ontem no ‘Washington Post’ o artigo ‘O hype do etanol: milho não vai resolver o nosso problema’. De passagem, sobrou até para o álcool brasileiro. O texto foi destaque no democrata Daily Kos, o segundo maior blog político dos EUA.


OU A ‘REVOLUÇÃO’


Mas saiu no site do Departamento de Estado e ecoou na BBC Brasil, no final da semana, o discurso de Nicholas Burns dizendo que a parceira entre os EUA e o Brasil em biocombustíveis pode ‘alimentar uma revolução mundial’. No mesmo dia, noticiou ‘Financial Times’, o ministro britânico Gordon Brown se gabava de seu acordo no setor com Brasil e outros, em discurso no Parlamento.


ELOGIOS CONTIDOS


Sob títulos como ‘nova lei de florestas no Brasil extrai elogios’ ou ‘elogios contidos de madeireiros e ambientalistas’, inclusive Greenpeace, a agência Associated Press destacou ao longo do final da semana em sites americanos e europeus a entrada em vigor da legislação.


E O PORTO FECHADO


Mas não demorou e a mesma AP, com mais destaque nos mesmos sites e tom nada congratulatório, deu que o ‘Brasil fecha porto amazônico da Cargill’ por falta de relatório de impacto ambiental. De modo semelhante, o ‘JN’ de sábado noticiou na escalada de manchetes e sublinhou, na reportagem, que ‘o fechamento preocupa fazendeiros interessados em explorar a nova fronteira agrícola’.


CONTRASTE


Na revista de ‘estilo’ e viagens do ‘New York Times’ de domingo, entre outras fotos de São Paulo, uma modelo posa diante de um prédio degradado (esq.). No caderno de turismo do mesmo ‘NYT’, longa reportagem e até um vídeo (dir.) sobre o hábito de tomar cafezinho no Rio, em locais como o morro de Santa Teresa e a Confeitaria Colombo


SÃO PAULO VS. RIO


A reportagem do ‘NYT’ sobre São Paulo dá alguma esperança para a ‘selva de concreto’, seu título-clichê, com passagens como ‘esta bela cidade está zunindo com novos talentos e idéias arrojadas’. Ou ‘o Rio pode ter samba, mas agora é São Paulo que está balançando’. Na reportagem sobre o Rio, tão longa quanto, o perfil de uma ‘cidade maluca por café’, daqueles de bar aos mais sofisticados, das cadeias que apostam no país. E a informação de que o Brasil produz café de categoria melhor para exportação.


SEM AGENDA NA FAVELA


‘No agenda in the favela’ era o título de um artigo no ‘Financial Times’ de anteontem sobre 15 ‘executivos chefes’ europeus, americanos e chineses que conviveram com ‘meninos de rua’ e índios do Brasil, parte do programa Leaders Quest, que organiza tais viagens. No caso, foram favelas de São Paulo, cidade de ‘reputação assustadora’, e uma tribo ou algo assim, fora da cidade. O que mais impressionou o executivo, que as descreveu longamente, foram as brincadeiras e tarefas físicas e musicais.


‘STARTUPS’


Edney, do coletivo Interney, e outras celebridades da blogosfera ‘indie’ passaram o fim de semana no BarCamp em São Paulo, um seminário sobre internet com agenda aberta. Pela cobertura do blog Techbits, as ‘startups’ da Web 2.0 concentraram a atenção -com os relatos dos criadores de Wasabi, Rec6, boo-box e outros empreendimentos de web participativa que ainda poucos conhecem.


A BOLHA 2.0


Sites estabelecidos como IDG Now, no UOL, não cobriram o BarCamp, mas, nos dias anteriores, trouxeram edições especiais sobre Web 2.0, tratando dos empreendimentos citados e de outros, como Overmundo e blogblogs. Num título recorrente em sites setorizados, o ComputerWorld se perguntou se há ‘uma nova bolha pontocom à vista?’, com a recente entrada em cena do capital de risco.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


TV paga estréia menos e reprisa 76% a mais


‘Os canais de filmes estão estreando menos e reprisando mais, muito mais. Entre dezembro de 2005 e fevereiro de 2006, os seis canais que mais fizeram estréias lançaram 24,16 longas-metragens por mês em média. Já entre dezembro de 2006 e fevereiro de 2007, esses mesmos canais (os Telecines Premium, Action, Cult e Emotion, a HBO e o Cinemax) estrearam apenas 13,86 títulos por mês, uma queda de 43%.


Por outro lado, os seis canais que mais reprisavam estréias entre dezembro de 2005 e fevereiro de 2006 (pela ordem, a HBO, o Cinemax e os Telecines Premium, Emotion, Cult e Action) tinham um índice de 2,65 repetições por mês. Agora, os campeões de reprises de lançamentos (na ordem: HBO Family, HBO Plus, HBO, Eurochannel, Canal Brasil e Telecine Premium) registraram em média 4,67 repetições por mês. Ou seja, as reprises aumentaram em 76% em um ano.


As médias foram calculadas pela Folha a partir de dados da PTS (Pay-TV Survey), que monitora a TV paga. O estudo não considera como estréia apenas filmes inéditos na TV paga, mas todo longa que passa pela primeira vez em cada canal.


Só os canais premium (Telecine Premium e HBO) mantiveram o índice de estréias, de mais de 20 filmes por mês. Já canais como o HBO Family, que justificam o alto preço da TV paga, exibem até sete vezes o mesmo longa em um mês.


PAIXÕES OUSADAS 1 O Ministério da Justiça instaurou um procedimento administrativo (PA) para acompanhar a novela ‘Paixões Proibidas’, da Band, agora exibida às 17h30. A trama, antes imprópria para menores de 16 anos (22h) foi reclassificada para livre depois que a Band se comprometeu a tirar dela o conteúdo sexual e violento. O PA pode resultar em uma nova reclassificação (para o horário antigo)


PAIXÕES OUSADAS 2O monitoramento feito pelo ministério, no entanto, contabilizou cenas de ‘lesão corporal’, ‘consumo de drogas lícitas’, ‘presença de armas de fogo e branca’, ‘insinuações de sexo’, ‘linguagem de conteúdo sexual’ e ‘tortura’. A Band afirma que irá ‘recorrer e, como sempre, obedecerá rigorosamente à lei’.


MENOS MACHOO Ministério da Justiça também instaurou procedimento administrativo para o ‘Mucho Macho’, de Marcos Mion, na MTV, por conter ‘gestos obscenos’ e ‘cenas de sexo’ (entre outras impropriedades), com o ‘agravante’ de expor ‘mulheres e homossexuais a situações humilhantes’. A MTV diz que o programa foi inadequadamente classificado como livre e que ela mesma já pediu sua reclassificação para as 22h, horário em que é exibido.


O CÉU É O LIMITEOs ‘reality shows’ ‘O Aprendiz 4 – O Sócio’ e ‘Mudando de Vida’, ambos da Record, farão merchandising de três jatos executivos e de um helicóptero da Alliance Jet Táxi Aéreo, o mais novo empreendimento do bispo Edir Macedo _dono da emissora.’


Bruno Segadilha


Fox estréia segunda temporada de ‘Bones’


‘A fórmula já está ficando mais do que batida: uma equipe de investigação dos EUA, diante dos casos mais intrincados, resolve recorrer a uma ajuda extracuricular de qualquer sorte. Nessa galeria de auxílios inusitados, vale tudo: médiuns, matemáticos e até psicopatas.


Pois, quando a receita parecia mais do que esgotada, eis que surge ‘Bones’, série que estréia sua segunda temporada hoje, no canal pago Fox.


A série conta a história da antropóloga forense Temperance Brennan (Emily Deschanel), que estuda a estrutura óssea de vítimas de crimes para entender o que aconteceu com elas.


Na sua cola, está o agente do FBI Seeley Both (David Boreanaz, ex- protagonista de ‘Angel’), que não esconde muito a atração pela bonitona de temperamento arrogante.


Pois o aumento da tensão sexual entre a dupla de protagonistas parece ser um dos motes principais desta segunda temporada. Além disso, o programa deve mergulhar no passado de Temperance, que está em busca da verdaderia personalidade de seu pai.


De resto é aquela mesma história: uma equipe hiper-habilidosa discute crimes complicadíssimos por meio de teorias completamente absurdas aos nossos ouvidos. Muitas vezes não entendemos nada. Mesmo assim, nos divertimos.


BONES – 2ª TEMPORADA


Quando: hoje, às 22h


Onde: Fox’


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 26 de março de 2007


WEBTV
Marcelo Barbão


YouTube é só o começo do vídeo na web


‘Depois do sucesso viral do site de vídeos comprado pelo Google, vem aí a TV de verdade transmitida pela internet


É impossível ignorar a revolução do vídeo na internet. Mesmo os mais desplugados já tiveram contato com pelo menos um videozinho do YouTube.


Mas o YouTube é só a parte mais visível dessa revolução. Embora ele tenha tirado do limbo e da inércia outros serviços de oferta de vídeos mais antigos e tenha inspirado uma miríade de clones, o mais importante é que aponta uma tendência irreversível: a internet será a nova televisão, com mais qualidade e flexibilidade.


E não será preciso esperar muito tempo para que isso ocorra. Para se ter uma idéia, a quantidade de filmes que circula pelas redes de trocas de arquivo (P2P) já é responsável pela maior parte do tráfego de informação na web. Fora isso, neste ano há a possibilidade de os grandes estúdios de cinema passarem a distribuir filmes para compra online aqui no Brasil e as empresas Telefônica e Brasil Telecom prometem lançar serviços de TV via internet a partir do segundo semestre, que transmitirão imagens de alta qualidade e darão ao usuário a possibilidade de montar a sua própria grade de programação e assistir aos programas na hora que quiser.


Combinadas, todas essas coisas têm causado grandes mudanças de comportamento.


‘Eu acho que o grande erro é a mania do pessoal de colocar o PC dentro da TV. O que vai acontecer no futuro é a televisão que tem que entrar dentro do computador, ela será abduzida’, diz o VJ Spetto.


Para mapear o quanto os vídeos estão em alta na internet, nesta edição o Link entrevista diversas personalidades que falam sobre o que mais gostam de assistir na internet e por quê. E fala do software Joost que, mesmo em versão beta, já está causando sensação na rede.’


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O que você gosta de ver na web?


‘O Link entrevistou personalidades brasileiras para elas contarem o que mais as atrai nos vídeos pela internet


O que você gosta de assistir na internet? Vídeos toscos ou dicas de negócios? Clipes de músicas daquela banda independente que ninguém conhece no YouTube ou da MTV, transmitidos ao vivo pelo Joost?


Cada pessoa tem a sua preferência na hora de escolher o que ver na internet. O Link entrevistou algumas personalidades bem conectadas para tentar descobrir o que as atrai mais.


Juca Kfouri, jornalista esportivo e blogueiro, reclama da qualidade dos vídeos: ‘Vejo vídeos mas tenho pouca paciência pois são de baixa qualidade e sempre tem algum problema na conexão. Assisto mais quando a curiosidade é grande, quando alguém me passa o link.’


Segundo o VJ Spetto, o vídeo na internet mudou sua vida: ‘Não vou mais à locadora alugar DVDs. A grande revolução para mim é o sistema de vídeo on-demand. Costumo acessar alguns sites internacionais que apenas alugam o arquivo do filme. Coisa de 3 dólares por 3 dias. Eu aproveito e salvo o arquivo no PC, é muito fácil.’


‘A importância do YouTube e seu sucesso é explicado pela interface simples’, declara Caio Túlio Costa, presidente do IG, que costuma acompanhar os novos produtos para aplicá-los ao sistema do portal.


E nem a TV aberta escapa da novidade do vídeo na internet. Entre os vários programas que incorporaram os vídeos de baixa qualidade, está o Pânico na TV. Segundo Emílio Surita, criador do programa’para vídeos, o YouTube é campeão. Até fazemos um quadro chamado Os Piores do YouTube.’


René de Paula Junior, um dos pioneiros dos podcasts e videocasts no Brasil, gosta de procurar música. ‘Procuro mais vídeos antigos. Já achei uns do Monty Python e vi uns clipes de jazz bacanas, alguns muito antigos do John Coltrane’.


O grafiteiro Speto também já está antenado nas novidades: ‘O que eu ando mais curtindo hoje em dia é o Joost. Ela é a grande dica que eu daria, porque vai ser a revolução da TV na internet’.


SUPLA


Roqueiro ‘Vejo de tudo no YouTube, mas principalmente vídeos de música. Já vi bandas como o Plasmatics(banda punk de Nova York) e gosto das entrevistas de Johnny Rotten (ex-vocalista do Sex Pistols e do Public Image Ltd.). É legal ver o jeito que ele trata os jornalistas, com total desprezo. O problema é que a qualidade não é tão boa, mas ultimamente o YouTube funciona quase como um arquivo, uma biblioteca gigante.’


PEDRO CABRAL


Publicitário ‘Adotei o YouTube por uma razão profissional. Faço um programa na TV chamado ‘Comercial & Cia’. A audiência era pequena e passava em um horário que os clientes não veriam. Comecei a publicar alguns quadros no YouTube. Agora tem uma legião de pessoas que acompanham pela web e nunca o viram na TV. Se transformou em um objeto de interação. No meu agregador de RSS tenho diversas páginas de vídeos, como o AOL Music, YouTube e Google Video.’


RONALDO LEMOS


Advogado, um dos criadores do site Overmundo


‘Vejo vídeos todos os dias. Meu principal interesse é por música. Quando fico sabendo de um artista novo, logo procuro para ver se há vídeos. Isso é uma evolução muito grande no modo de se relacionar com música.’


SONINHA FRANCINE


Apresentadora de TV e vereadora


‘Quase nunca vejo vídeos, só assito quando me mandam o link. Na internet, vejo os portais de notícia (UOL e Terra) e os sites de jornais. E sou tarada pelo Google . Vejo tudo lá, checo ortografia, procuro autor de música etc.’


ANDRÉ SZAJMAN


Presidente da Trama


‘Estamos de olho no que está rolando lá fora em termo de música para implantarmos por aqui, é uma forma de direcionar o nosso foco. Um site que eu vejo bastante é o Reevver. Ele é como o YouTube, só que divide a receita com quem coloca o vídeo lá.’


MARCELO TAS


Jornalista e autor do Blog do Tas


‘Hoje em dia assisto mais video pela internet do que pela televisão! Ao contrário da TV, no computador não sou submetido à grade de programação, ao intervalo comercial e, principalmente, à má qualidade dos programas. Vejo de tudo: podcasts, documentários curtos, entrevistas, trechos de programas de TV, videos amadores e até o primeiro teste do Marlon Brando no cinema. Está quase tudo lá.’


ANDRÉ VAISMAN


Diretor de Criação e Marketing da PlayTV


‘Adoro ver os gols da rodada e outros tipos de esporte. Mas também gosto de ver loucuras da molecada, como as versões de músicas e de vídeos feitas por ‘civis’. Os vídeos de fãs.’


LUCAS SANTTANA


Músico ‘Curto bastante sites onde eu possa ver clipes, baixar músicas e vídeos. Meu preferido para baixar vários filmes é o mininova e também gosto do site do Eucanaã Ferraz: a cada capa de livro clicada, um vídeo, um poema digital, uma entrevista com o autor, enfim, uma surpresa.’


MARCELO REZENDE


Editor da revista Bravo


‘Vejo mais o YouTube mesmo. Assisto os telejornais europeus na internet, como da TV francesa e britânica. Também procuro alguns documentários dos anos 70 e 80 e alguns atuais. Às vezes essa é a única maneira de ver.’


GUILHERME RIBENBOIM


Presidente do Yahoo!Brasil


‘ Vejo bastante vídeos de analistas de mercado comentando resultados de empresas e perspectivas de negócios. São vídeos de redes como a BBC e CNN, disponíveis no Yahoo!.’


ZICO GOES


Diretor de Programação da MTV


‘Gosto de mexer no YouTube. Fico brincando, vejo bobagens, pesquiso coisas antigas, como um seriado velho. Acesso também o Neave TV (www. neave.tv), que uma espécie de TV dentro da internet.’


CAIO TÚLIO COSTA


Presidente do IG


‘Não costumo baixar vídeo, mas fico atento ao que eu possa aplicar ao MegaPlayer do IG. O sucesso do YouTube é explicado pela sua interface simples de navegar. O que o Google vai fazer é dar a ela um modelo de negócios.’’


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Brasil testa TV de alta qualidade pela internet


‘Daqui a dez anos, você estará assistindo a seus programas de TV e filmes favoritos em… qualquer lugar, a qualquer hora e em muitos tipos diferentes de aparelhos, inclusive na TV gigantesca na sua sala.


Esta é a previsão dos futurólogos com o crescimento da IPTV – TV via protocolo IP (o mesmo da internet). Mas só daqui a 10 anos?


Nos EUA, na Europa e na Ásia, algumas empresas já possuem serviços de IPTV. Por aqui, Brasil Telecom, Telefônica e Telemar já estão na fase de testes.


Luis Henrique Castro Lima, diretor de desenvolvimento da Brasil Telecom, dá como certo o segundo semestre deste ano para o lançamento do serviço. A Telefônica, através do serviço Imagenio, já conta com mais de 300 mil assinantes na Espanha. ‘A IPTV significa liberdade e controle para o assinante’, afirma Castro Lima.


YOUTUBE VERSUS IPTV


Antes de qualquer coisa, é preciso entender a diferença entre os vídeos colocados no YouTube e os filmes que serão acessados via IPTV: o principal é a qualidade. O objetivo da IPTV é conseguir transmitir imagens de alta definição – da mesma qualidade de um DVD, por exemplo.


Além disso, os filmes teriam recursos como pause, avanço e retrocesso, legendas etc.


Isso significa que você poderá acessar o mesmo conteúdo que a TV a cabo no seu notebook? Ainda não. Todos os serviços que estão sendo trazidos para o Brasil usam o protocolo IP (que permite a transmissão de dados na internet) mas não são transmitidos via web, como o YouTube.


Segundo as empresas desenvolvedoras, para garantir uma transmissão sem soluços ou travamentos (tão comuns mesmo na melhor banda larga), é preciso ter redes dedicadas e garantir uma banda real mínima de 1,5 MB (podendo chegar a 4 MB dependendo do lugar). Por isso você ainda não poderá assistir em notebooks ou PCs. Por usarem a estrutura da internet mas não acessarem diretamente a web, esses serviços ganharam o apelido de híbridos .


O serviço que será lançado pela Brasil Telecom, por exemplo, na aparência não difere muito de uma TV a cabo normal. O assinante recebe uma setup box (igual ao aparelho que é ligado à sua TV por assinatura para acessar os canais) e ,com ele, pode acessar o servidor de conteúdo da empresa. A partir daqui acabam as semelhanças: o usuário não está mais preso a horários, grade de programação ou mudanças de última hora. Ele faz sua programação, quando e na hora em que quiser, navegando pelos filmes e programas disponíveis, como num site.


Mas essa não é a única tecnologia sendo desenvolvida e disponibilizada. O Joost (veja texto com o teste da versão beta, na pág. 10), por outro lado, usa a web para transmitir imagens de alta qualidade e, até o momento, consegue fazer isso de forma muito boa, mesmo para os números mais tímidos da banda larga brasileira.


Neste modelo, é possível assistir aos programas em qualquer computador com acesso à banda larga e, no futuro, em celulares e computadores de mão.


Além do Joost, a inglesa BBC, um dos maiores canais de televisão do mundo, acabou de anunciar uma parceria inédita com o YouTube, empresa do Google, para disponibilizar seus programas através do site. Os vídeos serão gratuitos com publicidade.


MAIS RECURSOS NA SUA TV


Em todos os modelos de TV via IP, o fato de usar uma rede que permite a transmissão de dados, abre espaço para oferecer diversos recursos paralelos. No Joost, por exemplo, será possível bater papo com seus amigos ou com desconhecidos que estejam vendo o mesmo programa ao mesmo tempo que você. Também é possível dar nota, criar um ‘favoritos’ e compartilhar com as pessoas. Ou seja, segue os critérios da web 2.0, que mistura serviço e rede social.


Os serviços híbridos também prometem recursos de comunicação como identificador de chamada (se você tiver telefone via cabo), mas como você não estará acessando a web diretamente, as possibilidades são menores.


MENSALIDADE E SEGURANÇA


Existem duas preocupações para as empresas que estão começando a fornecer esse serviço no mundo: lucro e segurança. No modelo híbrido, há duas formas de cobrança: via mensalidade ou através da compra individual de vídeos (video-on-demand), parecido com o pay-per-view existente na TV por assinatura, mas com a comodidade de assistir quando quiser. ‘Seria como uma locadora de DVD virtual’, diz Castro Lima, da Brasil Telecom. ‘Por isso achamos que há mais mercado para a IPTV do que para a própria TV por assinatura tradicional.’


No modelo ‘puro’ (completamente via web), a maior fonte de renda deverá ser a publicidade. Os assinantes do modelo híbrido, pelo menos no início, estarão livres desse problema.


A pirataria é outro fator que tira o sono dos estúdios de cinema e emissoras de TV. Ao contrário das gravadoras, no entanto, a estratégia têm sido a de oferecer formas legais de compra ou transmissão de programas, dando possibilidades para que os consumidores não sejam tentados pela pirataria. Para garantir isso, até o momento, não há possibilidade de gravar os vídeos de alta qualidade.


OTIMISMO CONTIDO


E é na área de conteúdo que parece estar o principal problema da IPTV. Segundo o instituto de pesquisas Accenture, para a maioria dos executivos das empresas de mídia e tecnologia envolvidas no desenvolvimento da IPTV, bom conteúdo é a chave do sucesso do negócio. Além disso, a necessidade de melhorar a infra-estrutura é outro fator sério que já está levando a discussões entre as principais empresas da área.


É por isso que os cerca de 300 executivos ouvidos na pesquisa afirmaram que só acreditam em lucros significativos a partir de 2009. Mas todos concordam que é preciso correr, afinal hoje a troca ilegal de vídeo já responde por mais da metade de todo o tráfego da web. É mais do que necessário dar uma alternativa legal aos usuários.’


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Joost dá um gostinho da TV do futuro


‘As pessoas que conseguem um convite já podem imaginar como será a TV via internet em alguns anos. Tudo graças ao software Joost, que transforma sua tela de computador em uma televisão com imagens de alta qualidade e uma boa dose de liberdade, principal atrativo da IPTV.


Depois de batalhar muito para conseguir uma senha, reconheço que estava um pouco cético: afinal, mesmo com uma boa conexão de banda larga (4 MBs), não acreditava que poderia assistir sem os engasgos e soluços típicos de uma transmissão em streaming.


Qual não foi minha surpresa ao ver a tela cheia com imagem de alta qualidade, transmitindo sem grandes travamentos ou os chatos reloginhos de areia (ou rodas coloridas, no caso do Mac). Ele funcionou bem, mesmo quando eu quis assistir em um notebook via rede sem-fio. O download do programa é rápido e, depois de instalado, ele não ocupa nem 40 MB no disco.


Com a tela tomada pelo programa (dá para redimensionar também, mas a experiência não é a mesma), você passa por uma pequena apresentação do Joost e já é direcionado para os canais disponíveis. Com um leve movimento do mouse, o menu central é aberto. É lá que você pode navegar pelos canais e pelos programas em cada canal. No momento, há ao redor de 20 canais disponíveis.


Apesar de poder navegar entre programas, não é possível avançar dentro do que está sendo transmitido. Ou seja, ainda não é possível voltar se você perdeu uma palavra ou quer rever uma cena. Espero que isso seja modificado na versão final.


Uma das coisas mais interessantes é a mistura de TV com rede social. Na parte direita da tela, você encontra o botão My Joost, onde pode abrir uma janela de chat com pessoas que estão vendo a mesma programação. Com uma conta do Jabber ou do Google Talk, dá para manter suas conversas em dia enquanto assiste TV. Ainda há um leitor de RSS para acompanhar as novidades na programação e outras notícias, além de poder dar notas em qualquer programa, o que ajuda a saber o que outras pessoas acharam interessantes.


No lado esquerdo da tela, está o botão My Channels, onde é possível guardar seus canais favoritos. No topo da tela, está o botão Live, que mostra informações interativas do canal e programa que você está assistindo no momento.


Por enquanto, tirando algumas coisa ridículas como um canal inteiro só com vídeos dos homens mais fortes do mundo (?), você tem a MTV americana e Much, outro canal de música. Os programas têm poucos anúncios, somente da T-Mobile, empresa de telefonia celular americana, mas isso deve mudar no futuro. Um dos problemas dos programas é a falta de informações sobre data. É muito bom pode assistir a qualquer momento, mas também é importante saber quando eles foram realmente gravados.’


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A internet agüenta vídeos em profusão?


‘Afinal, a internet está pronta para a TV? No começo de fevereiro, numa conferência em Amsterdã (Holanda), o entusiasmo com a IPTV levou um banho de água fria.


Vincent Dureau, chefe de tecnologia de TV do Google soltou uma bomba: ‘A infra-estrutura da web e do próprio Google não vai conseguir crescer em escala. Ela não vai conseguir oferecer a qualidade de serviço que os consumidores esperam.’


A platéia, formada principalmente por executivos de empresas de TV a cabo, adorou a notícia. A maioria dessas empresas teme a perda de assinantes e (da parca) publicidade se a IPTV crescer.


O mais interessante é que, no mundo todo, TVs a cabo e acesso a internet são, no geral, serviços oferecidos pela mesma empresa. O problema é o investimento que será necessário para manter a qualidade do serviço.


Hoje, por exemplo, quase 60% do tráfego online é tomado por arquivos trocados via P2P (Emule, Bit Torrent e outros), segundo estudo da consultoria Gartner. A grande maioria dos arquivos trocados é formada por filmes e programas de TV. E são os maiores arquivos também.


Por outro lado, enquanto afirma isso, o Google prepara uma grande parceria com a BBC para a criação de um canal através do YouTube. Matérias e programas da televisão inglesa poderão ser vistos via internet gratuitamente (o serviço terá anúncios).


O anúncio dessa parceria, junto com a compra do YouTube, uma das mais impressionantes da história da internet – U$ 1,65 bilhão – acaba mandando sinais contraditórios ao mercado. Afinal, a empresa acredita ou não na IPTV?


A LUTA PELOS ANÚNCIOS


Tanto o Google como outras empresas já estão brigando, apesar da IPTV começar a dar seus primeiros passos, por anúncios e pela busca de vídeos.


Recentemente, a loja de roupas Gap eliminou os anúncios de TV da sua campanha. Em países com o serviço TiVo e similares, onde o assinante pode gravar os programas de TV sem comerciais, as empresas já estão repensando o dinheiro gasto naqueles 30 segundos.


E se a TV estiver conectada a um mecanismo de buscas, o que impedirá a apresentação de anúncios personalizados, baseados nos assuntos que você costuma procurar? Nada. Pode ser que não consigamos nos livrar dos comerciais, mas talvez eles fiquem mais legais.’


INTERNET
Pedro Doria


Voto e paranóia no YouTube


‘O comercial é um clássico, do tipo que quem gosta do assunto computador já viu uma penca de vezes. A cena é de uma sociedade acinzentada que remete ao livro 1984, de George Orwell. Homens feito autômatos observam uma gigantesca tela onde o Grande Irmão – aquele, o original – dita algo a respeito de como devem ser.


A moça loura sai correndo com shortinho e camiseta, veste cores vibrantes, tem uma marreta nas mãos. A polícia, um quê sinistra, tenta pará-la. Então ela gira o martelo qual atleta e o lança contra o telão. Big Brother explode. Os dizeres: ‘Este ano, a Apple lançará o Macintosh e você verá porque 1984 não será como 1984.’


Uma nova versão está circulando no YouTube e pipocando em dezenas de dúzias de blogs norte-americanos. É exatamente o mesmo filme de décadas atrás, apenas alterado digitalmente. A voz ligeiramente monótona ao fundo, no entanto, é feminina. Talvez familiar a alguns. Fala algo difuso, vago, jamais preciso ou enfático. Quando a moça vai lançar seu martelo, vemos Hillary Clinton.


Aí, os dizeres explicam que com Barak Obama ninguém termina num 1984.


A campanha do senador democrata pelo estado de Illinois jura de pés juntos que não tem nada a ver com a difamação da senadora democrata pelo estado de Nova York. Ninguém acredita.


Enquanto ambos disputam a indicação para candidato democrata à presidência, acaba de ser inaugurado um novo modelo de propaganda política na internet. É genial.


Ao pegar um comercial antigo da Apple, faz duas coisas. Atrai para si o charme da marca do iPod e dos Macs por um lado. Por outro, pesca quem está na internet por um interesse que quase todos têm em comum: o uso de tecnologia. Blogueiros vários não resistem e aproveitam-se das facilidades do YouTube para trazer o filmete para seus blogs. Muita gente o vê.


É a boa propaganda viral. É simpática, também. Se bobear, até quebra o copyright de alguém. Quer dizer, tipicamente web.


Os números todos nunca são publicados, mas Barak Obama é, aparentemente, o candidato com maior capacidade de angariar recursos na internet. Essa não é a primeira campanha presidencial nos EUA a usar a web. Na última, o atual presidente do Partido Democrata, Howard Dean, arrecadou mais para sua tentativa de ser candidato colhendo de dólar em dólar pela rede do que muito medalhão político com amigos milionários.


Arrecadar dinheiro para campanha pedindo diretamente pela web aos eleitores revolucionou tanto a forma de colheita de recursos eleitorais, lá, que os candidatos viram-se obrigados a sair antes para a disputa. Quem demorar muito a aparecer periga não conseguir dinheiro o suficiente para se equiparar aos outros. (A não ser que o candidato retardatário seja o favorito de 9 entre 10 blogueiros, caso de Al Gore.)’


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Marili Ribeiro


Publicitários pedem uma ajuda aos universitários


‘O bordão do apresentador Silvio Santos – ‘quer pedir ajuda aos universitários?’ – renasce agora no mundo do marketing. Mas a ‘ajuda’ que as empresas querem dos estudantes não é exatamente a resposta correta. Elas querem mesmo é que os universitários consumam seus produtos ou serviços.


Por isso, iniciativas antes pontuais começam a se tornar rotineiras, com a presença de empresas especializadas nas demandas desse segmento. É o caso, por exemplo, das agências Mundo Universitário e Namosca. Ambas munidas de levantamentos e contatos, prontas a oferecer iniciativas no meio universitário.


Nos últimos três anos, as empresas vêm destinando cada vez mais verbas de marketing para chegar aos estudantes. O banco ABN Amro Real, a cervejaria Schincariol, a operadora de celulares Vivo, a empresa de bebidas Femsa, além de grandes escritórios de advocacia, arquitetura e engenharia, estão entre as que contam com ações voltadas para o ambiente universitário.


O interesse se justifica em números: são cerca de 4,5 milhões de universitários em todo o Brasil. E, apesar de serem 26% do total de jovens do País (entre 14 e 25 anos), eles respondem por 41% do total do consumo jovem. A movimentação financeira desse grupo é estimada em R$ 52 bilhões por ano, e sua influência no consumo da casa em que vivem gira em torno de R$ 24 bilhões, segundo dados de um estudo sobre universitários feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).


‘Eles têm enorme potencial de consumo e estão formando suas opiniões, o que torna esse momento relevante para as marcas que queiram criar elos com futuros consumidores’, diz Caio Romano, sócio e diretor geral da agência Mundo Universitário.


Na tentativa de traçar o perfil desse consumidor, a agência Namosca foi a campo descobrir o que eles consomem nas cantinas e nos bares das redondezas das universidades. Avaliaram 2,8 mil pontos-de-venda em faculdades públicas e privadas. E, por exemplo, apesar de confirmarem o elevado consumo de refrigerantes, registraram significativo avanço das águas com sabor, o que demonstra uma preocupação em consumir bebidas mais saudáveis.


Existem no País mais de duas mil universidades, onde se realizam a cada ano, segundo levantamento da Mundo Universitário, 1,5 mil festas, 2 mil cervejadas e uma centena de atividades acadêmicas extra-curriculares, como a semana do direito ou a semana da saúde. Há mais de 20 mil repúblicas de estudantes ativas no País e aproximadamente 3 mil bares ao redor das grandes universidades.


REGRAS


A comunicação com os estudantes, em geral, não é tão direta – daí o surgimento de agências dedicadas a esse atendimento. Dentro das instituições há regras que dificultam investidas de marketing e, fora delas, os estudantes são muito críticos sobre certas investidas. Por isso, as empresas têm de encontrar caminhos para chegar a esse público. Um deles são as entidades representativas dos estudantes, como os diretórios acadêmicos e as empresas juniores. Uma outra forma é pela própria reitoria.


Essa última via foi a escolhido pelo ABN Amro Real e pela Vivo para conseguir novos clientes. Elas pagam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por dia para montar seus quiosques dentro de alguns campus, ou pagam essa licença com novos computadores ou telas de LCD, a pedido da direção das escolas.


As cervejarias também começaram a brigar pelos universitários. A Femsa promove, em parceria com as atléticas, o Boteco Universitário Sol, que envolve até a disputa de jogos. A Schincariol, por sua vez, recorreu à agência Mundo Universitário, para pôr a marca NovaSchin em vários dos eventos programados ao longo do ano nos campi mais importantes.


O relacionamento da Mundo Universitário com as escolas começou há três com o projeto Kit Bixo, que promove a entrega de 30 mil kits em 18 universidades de São Paulo. As empresas patrocinadoras recheiam as sacolinhas com produtos que querem ver os estudantes consumir – caso do Guaraná Schin, barra de cereal Hershey’s, Lamen Hot, da Nissin-Ajinomoto, goma de mascar Arcor e sabonete Palmolive, além do ‘Guia do Bixo’ que oferece descontos e benefícios. O preservativo Blowtex também faz parte do pacote – mas foi proibido de ser entregue no kit em duas universidades paulistas: Mackenzie e Anhembi Morumbi.


NÚMEROS


4,5 milhões


é o número de estudantes universitários no País, ou 26% do total de jovens brasileiros


R$ 52 bilhões


é o valor total da movimentação financeira feita pelos universitários por ano’


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


Intervalo emagrece


‘Paraíso Tropical, a trama de Gilberto Braga que estreou no dia 5, teve 161 inserções comerciais nos seis primeiros capítulos, segundo levantamento do Controle da Concorrência. Foram 70 anunciantes que ocuparam 1 hora e 3 minutos nos breaks comerciais. A novela estreou com 40 pontos de média de audiência, o ibope mais baixo dos últimos anos em uma novela das 9.


O fato reflete a queda de audiência em Páginas da Vida, que entregou o horário com 54 pontos, muito pouco para a final de uma novela – Belíssima e Senhora do Destino tiveram 60 pontos no encerramento. Os anunciantes também não investiram no final de Páginas. O último capítulo da novela, no dia 2, fechou com apenas 42 anunciantes.


Em sua estréia, no entanto, Páginas, conquistou um maior número de inserções comerciais em comparação a Paraíso. Foram 205 propagandas, que ocuparam 1 hora e 12 minutos do break. Apenas o número de anunciantes foi menor do que na trama de Gilberto Braga: 57. Vale lembrar que a novela de Manoel Carlos entrou logo após o fenômeno América, de Glória Perez, que terminou com 66 pontos de média.’


RedeTV! forma jovens para TV digital


Formou-se na sexta, com 30 alunos, a primeira turma do curso TV Digital, parceria entre a RedeTV! e as prefeituras de Barueri e Santana do Parnaíba para profissionalizar estudantes carentes do ensino médio em técnicas operacionais digitais, através de aulas de iluminação, edição, sonorização e operação de câmera.


A ocasião contou com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que acompanhou o vice-presidente da RedeTV!, Marcelo de Carvalho, e os prefeitos das duas cidades, Rubens Furlan e Benedito Fernandes.


entre-linhas


O SBT anuncia, nos intervalos de sua programação, novas estréias a partir de hoje.


A semana começa na emissora de Silvio Santos com o novo programa de Ana Paula Padrão, o SBT Realidade, que exibirá reportagens especiais hoje. Amanhã, a novidade fica por conta da estréia de Você É o Jurado, nova atração de Ratinho. Quarta-feira começa a segunda temporada de Ídolos.


A atriz Bianca Rinaldi tem treinado trapézio e artes marciais para viver Maria, heroína da próxima novela da Record, Caminhos do Coração.’


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