Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Erivaldo Carvalho

“No meu primeiro contato com vocês, leitores/internautas, via coluna, evitarei levantar, diretamente, questões de fundo relativas ao jornalismo que se pratica no O POVO. Não que faltem motivos. Pelo contrário. Nos primeiros quatro dias de mandato, avaliando as edições, internamente, já tive uma razoável amostra do quanto a lista de assuntos é longa e provocante. Nós teremos muito tempo para discuti-los. De início, prefiro outro caminho. Menos polêmico. Como, por exemplo, registrar a satisfação de dividir, a partir de agora, este e outros canais de debate sobre o conteúdo e os rumos do Grupo de Comunicação O POVO.

Um pouco de tudo

O que é um ombudsman? Há quem o associe a um ouvidor. Tem quem prefira dizer que é o advogado do leitor. Pode ser o jornalista pago para procurar erros dos colegas. Ou o anotador oficial de reclamações sobre assinatura.

Às vezes, é entendido como mero ingrediente de marketing contemporâneo das empresas de comunicação. O ombudsman é um pouco de tudo isso.

O POVO é um só

É com essa mistura de atribuições e características que pretendo interagir com todos os usuários das mídias do Grupo. As plataformas são distintas.

Jornal, portal, TV, rádios e, mais recentemente, revistas e eventos. Mas, a credibilidade – ou a ausência dela – é uma só. Erros e acertos são distribuídos para todos os que atuam sob a marca O POVO. No momento estratégico em que estamos, com tantas mudanças e inovações à nossa volta, isso deve ficar mais claro do que nunca.

Perguntas que não calam

Como ombudsman, não pretendo inventar a roda nem reconceituar o cargo.

Seria um ingênuo desperdício de energia e tempo de minha parte. É muito mais produtivo tentar avançar de onde estamos e procurar entender por que nos encontramos exatamente aqui. Ao longo dos últimos anos e mandatos, muitas perguntas foram feitas. Algumas continuam sem respostas. Precisam ser lembradas. Exemplos: por que nós, jornalistas, erramos tanto e repetimos tanto os mesmos erros? O que explica profissionais de imprensa serem cada vez mais mal formados e informados? Por que nós, ditos formadores de opinião, criticamos, livremente, os outros, e nos acobertamos no corporativismo quando o assunto somos nós? Que tipo de conflitos ou interesses é possível existir no noticiário? Como está o mercado regional de comunicação?

Pioneirismo e correções

Percebem? O caminho é longo e árduo. Em início de mandato, a hora é mais de aprender com os que deixaram sua contribuição nessa importante discussão. Particularmente, com os primeiros ocupantes deste posto que, certamente, para consolidar este espaço, enfrentaram desafios muito maiores do que eu e meus antecessores imediatos. Do pioneirismo no Ceará até aqui, foram 18 anos de ombudsmato. Por baixo, foram mais de 6,5 mil edições do O POVO analisadas, de forma detalhada e criticamente. Você, caro leitor/internauta, consegue imaginar quantos embates, alertas e correções de rumo foram feitos nesse tempo? A quantidade de conflitos, de mérito e pessoais, também não foi pequena. Mas o preço valeu a pena.

Somado a outros canais de interação pública, esse trabalho ajudou a elevar O POVO aonde ele está hoje.

Colaborem

Mencione-se, sobretudo, de 1994 para cá, a colaboração dos leitores.

Memória viva dessa conquista, vocês são a razão de existir do mandato de ombudsman. Portanto, fiquem muito à vontade para continuar nos ajudando.

Por quaisquer meios possíveis: telefone, internet, carta ou qualquer outro.”