O novo CEO do New York Times, Mark Thompson, considera lançar uma edição do jornal voltada para o público jovem. Em uma conferência para discutir os números do quarto trimestre de 2012, Denise Warren, chefe de publicidade e gerente do site nytimes.com, reconheceu que o Times está procurando “um produto com potencial de entrada no mercado”.
Trata-se provavelmente de uma alusão à edição digital para jovens chamada NYT Junior, que é um dos diversos produtos que o Times vêm pesquisando com seus leitores. A ideia não é tão absurda. As revistas Time e Sports Illustrated possuem versões para crianças, enquanto o Huffington Post lançou uma edição chamada Huffpost High School em 2011, depois renomeada de Huffpost Teen.
Questionada sobre a possibilidade da nova versão, uma porta-voz do jornal disse por email: “estamos testando conceitos de como adicionar conteúdo ao nosso pacote digital e/ou introduzir novos conteúdos pagos enquanto atingimos nosso segundo ano de assinaturas digitais. A versão é destinada para usuários de primeira viagem, mas não podemos dar mais informações enquanto o produto está em fase de testes”.
Uma fonte dentro do jornal disse que a NYT Junior será voltada para o público universitário e para jovens na casa dos vinte anos. A ideia é oferecer conteúdo a um preço adequado para o orçamento desse público.
Números
A reunião sobre a receita do quarto trimestre foi a primeira do britânico Thompson, que se juntou ao jornal após uma longa carreira na BBC. “Aceitei este emprego não só por ser um antigo e devotado leitor do New York Times, mas porque acredito que é uma das poucas organizações de notícias que pode não apenas sobreviver, mas prosperar nesta era global”, disse.
O crescente número de assinaturas digitais do jornal, que hoje chega a 668 mil usuários, ajudou a empresa a superar as estimativas do mercado financeiro. Segundo Thompson, após eventos como a eleição presidencial, o furacão Sandy e o massacre em Newtown, a venda de assinaturas deve se estabilizar no primeiro trimestre de 2013.
A receita do último trimestre subiu 5,2% para US$ 575,8 milhões, impulsionada pelo ganho de 16,1% com a receita de circulação. É a “primeira vez na memória” que o caixa excede o débito do Times, segundo o chefe financeiro Jim Follo, mas o jornal ainda não está na posição de retornar dinheiro aos investidores, diz Thompson. “Acreditamos que é do melhor interesse da companhia manter uma folha de balanço conservadora. Assim, não acreditamos que é a hora apropriada para restaurar o dividendo”.