O governo dos EUA fez um apelo à China para que pare de hackear os sistemas de empresas americanas e aceite negociar a criação de regras internacionais para a conduta no ciberespaço. Os incidentes envolvendo a invasão online a empresas dos EUA – a partir da China – atingiram “uma escala sem precedentes”, afirmou esta semana Thomas Donilon, assessor de segurança nacional da Casa Branca.
Segundo ele, a questão está começando a prejudicar a relação econômica entre os dois países. “A comunidade internacional não pode se dar ao luxo de tolerar este tipo de atividade de país nenhum”, afirmou Donilon, ressaltando que o roubo de informações na internet está cada vez mais sofisticado.
Uma pesquisa feita por uma empresa de segurança americana ligou, pela primeira vez, os ciberataques a uma unidade do Exército chinês em Xangai. Ainda que os principais alvos sejam companhias dos setores de defesa e energia, veículos de mídia e grupos financeiros e farmacêuticos também sofrem com os ataques. Jornais como o New York Times e o Washington Post já foram vítimas dos hackers chineses.
A questão da espionagem via internet é delicada para o governo de Barack Obama, que sofre pressão para agir contra a China ao mesmo tempo em que tenta evitar que o assunto domine as relações entre os dois países.
Diante das queixas de empresas e políticos americanos, Yang Jiechi, ministro das Relações Exteriores da China, refutou as acusações sobre o envolvimento do Exército chinês nos ataques online e defendeu uma maior cooperação internacional em questões de ciberespionagem.