Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

‘Washington Post’ adere à cobrança online

O Washington Post vai começar a cobrar pelo acesso a seu site. O plano é erguer uma paywall – espécie de barreira online que permite que os leitores tenham acesso a um número limitado de artigos – até o meio do ano. Os internautas poderão ler até 20 artigos por mês, e em seguida receberão uma oferta para fazer uma assinatura online. O jornal ainda não decidiu quanto cobrará pelo acesso ao site.

O acesso à home page do Post, às páginas principais de cada seção e aos classificados não será limitado. Assinantes do jornal impresso terão acesso livre a todos os produtos digitais da marca Washington Post. Estudantes, professores, funcionários governamentais e militares terão acesso gratuito ao site em suas escolas e locais de trabalho.

O Post sempre evitou o sistema de paywall por temer que a medida pudesse afastar os leitores e anunciantes. Mas diante da experiência bem sucedida de grandes títulos, como o Financial Times, o New York Times e o Wall Street Journal, a ideia de cobrança online tornou-se menos assustadora.

“Os consumidores de notícias são inteligentes; eles entendem o alto custo de uma operação jornalística de alta qualidade e a importância de se manter o tipo de reportagem aprofundada pela qual o Post é conhecido”, afirmou, em declaração, a publisher do diário, Katharine Weymouth. “Nosso pacote digital é valioso, e iremos pedir a nossos leitores que paguem por ele e ajudem a manter nosso jornalismo, como fizeram por muitos anos com a edição impressa”.

Modelo unificado

Além disso, disse ela, a estratégia de cobrar cada vez mais por assinaturas impressas enquanto se oferece conteúdo online de graça é “uma proposta completamente irracional para os leitores”. O jornal deve lançar um novo aplicativo para iPad para atrair mais assinantes.

Ao contrário do New York Times e do Wall Street Journal, o Post atua, tradicionalmente, como um negócio local – a grande maioria de seus anunciantes é formada por fornecedores de produtos e serviços da região de Washington, de olho na audiência impressa. Por outro lado, 90% dos leitores online do diário estão fora da capital.

Para Katharine, separar os modelos de assinatura impressa da online “não faz sentido”. “Nós observamos nossos colegas e achamos que o modelo por medição é o melhor jeito de manter nosso alcance enquanto pedimos aos leitores que ajudem a pagar pelo jornalismo de qualidade pelo qual somos conhecidos”, afirmou.

Em 2012, a receita gerada pelas atividades online da Washington Post Company – em grande parte por publicidade no site do Post e na Slate – aumentou 5%, para pouco mais de 110 milhões de dólares.