Consultor sênior do Grupo Conectt, Cacau Guarnieri vem participando de seminários sobre os avanços da internet e, mais especificamente, sobre a web 2.0. Nesses encontros, Cacau tem abordado o tema reputação digital. O que é isso? Ele explica: ‘É a reputação atribuída à nossa persona virtual, que pode ser traduzida por meio do que publicamos na web, dos nossos avatares ou dos produtos que oferecemos na grande rede’.
Para Cacau, crianças e jovens já estão inseridos neste sistema, que, na avaliação do consultor, cada vez mais, crescerá. Um novo valor para a sociedade do século 21.
Eis sua entrevista concedida ao Rio Mídia.
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O que é reputação digital?
Cacau Guarnieri
– É a reputação atribuída a nossa persona virtual. Nossa representação na web, que pode ser por meio de conteúdos publicados, avatares, serviços e produtos oferecidos pelos internautas que repercutem e avaliam as nossas ações dentro do ciberespaço.Como a reputação digital é construída? Para qual finalidade ela serve?
C.G. – A reputação digital é construída sempre pelo ‘outro’. Por exemplo: quando colocamos uma avaliação positiva para um vendedor no mercado livre estamos ajudando a construir sua reputação digital (que pode ser positiva ou negativa). O mesmo acontece quando damos estrelas para um determinado vídeo no YouTube ou recebemos o comentário de alguma pessoa em nosso blog. A reputação digital serve para gerar valor e feedback para as nossas ações na web. É por meio da reputação digital que criamos referências e segurança quando precisamos delas dentro do caos de informação ou de ambientes que demandam relações baseadas na confiança – como os de comércio digital.
Reputação digital é algo novo?
C.G. – Não. A construção de reputações digitais existe desde a criação da web. A diferença é que hoje temos um número bem maior de usuários e relações no ciberespaço, além de contarmos com ferramentas e estratégias que facilitam a construção e registro de uma reputação digital.
O que significa a reputação digital para o dia-a-dia do mundo contemporâneo?
C.G. – Valor, feedback e segurança.
A sociedade está preparada para esta realidade?
C.G. – Na verdade, a sociedade está entrando em um período de grande transformação. A web participativa e colaborativa, também chamada de web 2.0, é apenas o início. A reputação digital está inserida no contexto desta transformação, faz parte dela. É um processo.
De que forma as crianças e os jovens de hoje vivenciam esta questão?
C.G. – Como em outras questões específicas do mundo digital: com muita naturalidade.
As crianças e os jovens já estão inseridos nesse mundo de reputação digital? De que forma?
C.G. – Já estão, sim, por meio das comunidades, redes de relacionamento e games que participam. Porém, é importante destacar que a reputação digital pode ser construída de forma construtiva ou de forma extremamente destrutiva. Assistimos a casos da utilização de redes de relacionamento, como o Orkut, para ações bastante destrutivas de reputações. Neste caso, são ataques ou bullying que partem do digital e repercutem no real, no físico, e devem ser tratados como problemas de comportamento e educação. O meio digital amplifica e facilita o ataque e o anonimato do agressor. Devemos ficar atentos a isso.
Acredita que a preocupação das pessoas com relação à reputação digital vai crescer ainda mais? Por quê?
C.G. – Sim. Acho que existe uma atenção crescente, principalmente nas relações na web que demandam vínculos de confiança. E cada dia que passa estas relações tornam-se mais presentes na web participativa.
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Editor do RioMídia