Em sua colunado dia 6/4, a ombudsman doNew York Times, Margaret Sullivan, comenta que há duas categorias de e-mails que chegam ao seu departamento: as reclamações frustradas, como as dos leitores que acham que um título foi mal escrito, um colunista é ruim ou a cobertura sobre determinado tema é excessiva, e as “questões perfeitamente sensatas”. Por acreditar que as respostas a essas perguntas possam interessar também a outros leitores, Margaret optou por dedicar sua coluna a compartilhá-las com uma audiência maior.
Manual de navegação
O leitor Fred Fejes, de Fort Lauderdale, da Flórida, escreve que ainda está tentando entender o funcionamento das edições digitais, tanto na web quanto no iPad. Leitor do jornal há anos, ele acostumou-se com a diagramação das seções e gostaria de saber como a versão digital corresponde à impressa. “Há um manual sobre como ler o NYTimes digital?”. Margaret responde que não há manual, mas diz que conversou com dois editores — Susan Chira e Thomas Bodkin — sobre o tema. Susan é subeditora de notícias, nas versões impressa e digital. Bodkin, diretor de criação do NYTimes, está liderando a remodelação do site, em parte para torná-lo mais fácil de navegar. Eles aconselharam os leitores a usar a home page (ou, em aparelhos móveis, a guia “Top News”) como ponto de partida. Depois disso, ler sistematicamente seção por seção pode replicar a experiência impressa – com o bônus de alguns extras pelo caminho, como vídeos.
Fejes mencionou, ainda, confiar nas escolhas dos editores do NYTimes, uma referência ao que Bodkin chama de “curadoria”. A home page, especialmente, é um produto desse tipo de curadoria editorial, mas, como a página muda constantemente, fazer esta seleção requer checá-la frequentemente. Bodkin sugere, ainda, checar a lista das matérias mais enviadas por e-mail para ver o que os leitores vêm considerando interessante. Susan indica ir até a seção “Inside NYTimes.com”, na barra horizontal ilustrada, que mostra alguns dos itens mais interessantes do momento, e ir abaixo dessa barra até o índice completo de seções.
Para os que preferem a apresentação tradicional do jornal, a seção “Today’s Paper” na parte superior da home page pode ser um guia útil. Susan e Bodkin concordam, no entanto, que a quantidade de material pode parecer excessiva e que o internauta pode não ter o senso de completude que o leitor que lê todas as páginas do jornal tenha. Ao contrário do site, “o jornal tem um volume fixo e você pode ler todas as páginas”. Embora possa ser uma experiência menos estruturada, ler o jornal online pode ser mais enriquecedor, diz Margaret.
Com o visto do conselho editorial
Mark Stokoe, de Dayton, Ohio, perguntou sobre o modo como os editoriais aparecem online, com a assinatura “Do conselho editorial”. “Isso significa que todos os membros do conselho concordam com as posições editoriais? Ou apenas a maioria? Como isso funciona?”, indagou. O editor das páginas editoriais, Andrew Rosenthal, disse que a assinatura – que começou a ser usada no mês passado – é um esforço para ajudar os leitores a entender mais sobre editoriais. “Fizemos algumas pesquisas que nos mostraram que as pessoas geralmente não sabem o que é um editorial ou quem o escreve”, disse.
Editoriais são artigos de opinião que representam a visão do conselho editorial do jornal – Rosenthal e outros 17 profissionais – e do publisher, Arthur O. Sulzberger Jr. “Todos os editoriais representam as visões do conselho como grupo”, respondeu Rosenthal, embora alguns membros do conselho possam vir, por vezes, a discordar. A assinatura na versão digital funciona como um link que leva os leitores a perfis dos membros do conselho, que descrevem suas áreas de especialidade.
Não, não dá para apagar
Uma outra questão frequente é se os comentários online, aspas em um artigo ou até mesmo anúncios de casamento podem ser retirados dos arquivos digitais por causar algum constrangimento, dificuldade para conseguir emprego ou outro tipo de problema. Infelizmente, segundo Philip B. Corbett, subeditor de padrões, o jornal recebe pedidos frequentes para que algum artigo seja removido ou alterado. Embora seja simpático aos pedidos, o NYTimes tem uma política firme sobre “despublicar”. “Consideramos o arquivo um registro permanente do jornalismo do NYTimes e é importante preservar esse registro digital”, disse ele.