Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

A reinvenção da navegação na web

Celulares, dispositivos usados no corpo e carros que se autodirigem estão sendo alardeados como o futuro da tecnologia. Mas o velho navegador da internet também está se reinventando, uma tendência que afeta o modo como as pessoas trabalham e se divertem online. Empresas que vão desde o Google Inc. até pequenas novatas estão introduzindo novas funções, como a criação e sincronização de anotações e arquivos dentro do navegador, reconhecimento de voz, chamadas de vídeo e mensagens. Elas também estão reinventando o navegador para carros e outros dispositivos recém-conectados à internet.

A empresa de navegadores Maxthon Ltd., por exemplo, vai oferecer aos usuários em junho a capacidade de sincronizar arquivos em diferentes aparelhos através do seu navegador, possivelmente concorrendo com serviços de compartilhamento de arquivos como o do Dropbox Inc. Eles também poderão baixar ou enviar dados para uma conta de armazenamento em nuvem ou outro dispositivo que rode o navegador. A empresa já oferece a possibilidade de fazer e sincronizar anotações no navegador.

O software, que a Maxthon diz ser usado por cerca de 120 milhões de pessoas por mês, mais da metade delas na China, pretende capitalizar o desejo dos consumidores de acessar seus arquivos a partir de vários aparelhos. A empresa oferece navegadores para computadores pessoais, celulares, tablets e até sistemas de automóveis. No começo deste ano, a Maxthon anunciou um acordo com a Pioneer Electronics para permitir a usuários navegar na internet numa tela sensível a toque instalada dentro de um carro.

Novas técnicas

“Está claro que estamos mudando para um mundo de múltiplos dispositivos que cria muitos desafios”, diz Karl Mattson, vice-presidente e gerente geral da Maxthon, que tem cerca de 220 empregados. “O navegador é a estrutura natural para isso”, diz ele.

Pode parecer que o setor de navegadores ficou estagnado nos últimos anos, com o mercado dominado por gigantes da tecnologia como Microsoft Corp., Google e Apple Inc. O Internet Explorer, da Microsoft, continua o líder de mercado entre os navegadores de PCs, segundo a Net Applications, com 56% de participação no mercado mundial. Já o Safari, da Apple, lidera nos celulares e tablets com uma fatia de 59%, graças à popularidade do iPhone e do iPad.

Nos bastidores, porém, muitas empresas vêm discretamente melhorando e remodelando o navegador de internet, depois que novas tecnologias tornaram possível executar numerosas atividades online em vez de através de um software baixado no computador. O conjunto das novas técnicas dando vida a essas funções é chamado de HTML5.

“Mais dinâmico, rápido e divertido”

As empresas adotaram aplicativos que permitem aos usuários acessar recursos como jogos e programas de terceiros a partir de uma tela inicial. Neste ano, o Google, dono do navegador Chrome, lançou programas que possibilitam a desenvolvedores adicionar reconhecimento de voz às suas páginas na internet, de modo que os usuários possam navegar na rede através da fala. A empresa também introduziu um app no Chrome para seu serviço de anotações que as sincroniza diretamente com o serviço de armazenamento Google Drive.

Já a Microsoft, entre outras coisas, tem ajustado seu Explorer para telas de toque, procurando torná-lo adequado e rápido para os tablets, como o seu Surface.

O navegador da Mozilla Corp., o Firefox, também lançou novas funções, como a capacidade de integrar sites de redes sociais para que usuários possam atualizar o Facebook dentro da estrutura do navegador.

Os apps vêm diminuindo um pouco o apelo dos navegadores, principalmente porque os usuários os acham mais rápidos e convenientes de usar que a internet. Isso motivou parte dessa recente inovação nos navegadores. Jay Sullivan, diretor de operações da Mozilla, diz que a navegação está ficando mais social devido às maneiras novas e fáceis de compartilhar com amigos o que encontramos enquanto surfamos na internet. “Será mais dinâmico, rápido e divertido”, diz.

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Jessica E. Lessin, do Wall Street Journal