Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Brasil perde para AL na adoção de fibra óptica

A implantação da fibra óptica em casa para a oferta de serviços de banda larga de alta velocidade avançou no Brasil, mas a adoção pelos consumidores ainda está um pouco abaixo da média apresentada na América Latina. Um levantamento realizado pela Idate Consulting indica que o total de assinantes desses serviços na América Latina aumentou 112% no ano passado, para 839,4 mil domicílios. As redes de fibra óptica para esse serviço foram expandidas em 31%, para uma cobertura de 6,2 milhões de residências.

No Brasil, a oferta dobrou de tamanho, para 1,2 milhão de domicílios, o que corresponde a 2% das residências no país. Na América Latina, a tecnologia está disponível para 13,4% dos domicílios. Os maiores índices de oferta estão no Uruguai (22%), na Argentina (9%), no México (9%) e no Chile (7%).

Carolina Cosse, presidente da Antel, estatal de telefonia do Uruguai, disse que o governo uruguaio estabeleceu, em 2010, que a estatal deveria implantar a fibra óptica em todas as casas (1,2 milhão) do país até 2017. No ano passado, o serviço estava disponível para 16% das casas. A meta é expandir a cobertura para 25% dos domicílios até o fim deste ano. Gilberto Guitarte, presidente da Fiber to the Home Council Americas, entidade que reúne empresas do setor, disse que a implantação da tecnologia avança mais rapidamente nos países em que os governos estabeleceram metas de implantação da oferta da fibra óptica em casa. “Em países como Uruguai, Colômbia e Equador, houve uma decisão política de implantar a tecnologia e a adoção foi mais acelerada”, disse. Em países como Brasil e México, a decisão partiu da iniciativa privada. “Na América Latina, a fibra óptica em casa existe há três anos, ainda é bastante incipiente”, afirmou Guidarte.

Oferta de banda ultralarga

No Brasil, o governo não exigiu que as operadoras instalassem a fibra óptica em casa, mas procura incentivar a adoção da tecnologia com benefícios fiscais. Atualmente, o governo avalia meios para financiar a adoção dessas redes. A Idate cita como projetos brasileiros mais vultosos um plano da Telefônica/Vivo para elevar o número de clientes de 112 mil para 1 milhão até 2017, e um projeto da Oi para aumentar de 8 mil para 350 mil casas no mesmo prazo.

O serviço de fibra óptica em casa também atrai companhias de energia, que já possuíam a infraestrutura. A Cemig Telecom, por exemplo, aluga sua rede 17 mil quilômetros para operadoras de TV por assinatura e banda larga desde 2010. O serviço está disponível para 3,5 mil domicílios em Minas Gerais, sendo que 1,3 mil já o adotaram. “Em dois anos e meio atingimos 35% dos domicílios. A meta agora é acelerar essa expansão”, disse Edmilson Durães, gerente de implantação da Cemig Telecom.

A Copel Telecom foi mais longe. A companhia já alugava sua rede de 9,3 mil quilômetros para operadoras e decidiu oferecer banda ultralarga para os consumidores do Paraná. O serviço foi lançado em janeiro deste ano em Curitiba e será estendido para Irati, Ponta Grossa, Ventania, Foz do Iguaçu e outras seis cidades paranaenses. “Nos municípios com menos de 60 mil habitantes, praticamente não há concorrência. Nossa meta é oferecer o serviço em todo o estado até 2014”, afirmou Antonio Carlos Melo, superintendente de telecomunicações da Copel.

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Cibelle Bouças, do Valor Econômico